Veja como os dados que mostram como a energia solar acelera em SP e impulsiona a transformação energética no campo
Nos últimos anos, a energia solar tem conquistado espaço em diversas regiões do Brasil, mas é no estado de São Paulo que esse crescimento se destaca. Com um aumento de quase 40% na capacidade de geração de energia fotovoltaica em apenas um ano, o estado se posiciona como referência nacional nesse setor.
A expansão da energia solar em São Paulo não é apenas reflexo de avanços tecnológicos, mas também de políticas públicas direcionadas e de um cenário econômico que favorece o uso de fontes limpas e renováveis. O estímulo à geração própria de eletricidade nas áreas rurais transformou o campo paulista em um laboratório vivo de transição energética.
Além disso, esse crescimento reforça o compromisso do estado com as metas ambientais, alinhando-se a acordos internacionais e às políticas brasileiras de redução de emissões de gases de efeito estufa. Por meio da expansão da energia solar, São Paulo contribui diretamente para a mitigação das mudanças climáticas, além de promover a modernização do setor rural.
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Incentivo histórico ao uso de energia limpa
Desde o início do século XXI, o Brasil tem investido gradualmente na diversificação de sua matriz energética. Em meio às crises hídricas e às discussões sobre mudanças climáticas, a busca por fontes alternativas e sustentáveis ganhou força. Nesse contexto, a energia solar despontou como uma solução viável e promissora.
São Paulo, por sua vez, tem se destacado não apenas pela capacidade instalada, mas pela forma organizada com que promove a adoção de sistemas fotovoltaicos no campo. O estado estabeleceu parcerias com instituições financeiras, órgãos técnicos e associações rurais para garantir que os produtores tenham acesso a crédito, assistência técnica e capacitação.
A instalação de painéis solares em propriedades rurais passou a ser uma prática comum. O objetivo era reduzir custos, garantir maior independência energética e alinhar-se às práticas sustentáveis exigidas por consumidores e mercados internacionais.
No último ano, o estado registrou 5,8 gigawatts (GW) de capacidade instalada em energia solar. Isso representa um salto de 38% em relação ao período anterior. Grande parte desse avanço se deve à geração distribuída em zonas rurais, onde produtores aderiram a programas de financiamento facilitado oferecidos pelo governo estadual.
O impacto positivo se estende para além do campo, influenciando também os centros urbanos. A demanda por energia renovável cria novas oportunidades de negócio, gera empregos e fomenta a economia verde, mostrando que a transição energética é um caminho viável e lucrativo.
Como o campo virou protagonista da transição energética
A energia solar passou a abastecer diretamente as propriedades agrícolas. Ela atende necessidades como bombeamento de água, irrigação, iluminação e eletrificação de cercas. Dessa forma, contribui não apenas para a produtividade, mas também para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Hoje, mais de 24 mil usinas solares estão em operação no campo paulista. Elas atendem cerca de 32 mil propriedades, espalhadas por 607 municípios. Isso mostra um movimento descentralizado, eficiente e alinhado com os princípios da sustentabilidade e da segurança energética.
O apoio técnico também se mostrou fundamental. Órgãos como a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP) acompanharam os projetos. Eles garantiram a qualidade e a correta aplicação dos recursos no campo.
Além disso, o uso da energia solar fortalece o desenvolvimento regional, pois promove a descentralização do fornecimento de energia e reduz a dependência da rede elétrica convencional, que pode ser instável em áreas rurais. Com isso, os produtores ganham autonomia e segurança para planejar suas atividades.
Financiamento como motor do crescimento solar
O crescimento expressivo da energia solar no estado também é fruto de uma estratégia bem estruturada de crédito rural. O Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, oferece linhas específicas de financiamento para energias renováveis.
Com taxas atrativas, prazos longos para pagamento e carência de até 12 meses, os financiamentos permitem que pequenos e médios produtores invistam em sistemas fotovoltaicos. Pessoas físicas podem obter até R$ 250 mil, enquanto pessoas jurídicas têm acesso a R$ 500 mil. Essas condições facilitam a adoção da tecnologia e estimulam um ciclo virtuoso no meio rural.
Desde 2023, mais de R$ 290 milhões foram destinados a projetos voltados à energia limpa no campo. Para ampliar o alcance, o governo ajustou as regras. Agora, até 100% da renda bruta anual do beneficiário pode vir exclusivamente da atividade rural. Isso se alinha às normas federais de crédito rural, mas com juros ainda mais vantajosos.
Essa linha de financiamento não só possibilita a instalação de novos sistemas, mas também ajuda na manutenção e atualização tecnológica dos painéis solares. Isso é fundamental para garantir a eficiência e durabilidade dos equipamentos ao longo do tempo, evitando perdas de desempenho e promovendo a sustentabilidade do investimento.
Depoimentos reforçam a importância do incentivo
Ademar Pereira, presidente do sindicato rural de Caconde, destacou a relevância do programa. Ele afirmou que a linha de financiamento representa uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento das pequenas propriedades. De acordo com ele, o sistema fotovoltaico, com suas condições acessíveis, oferece alívio diante do alto custo da energia elétrica, que impacta diretamente a produção agrícola.
Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do estado, também ressaltou que facilitar o acesso às energias renováveis é um marco da atual gestão. Ele apontou que há benefícios para toda a cadeia produtiva. Isso inclui ganhos econômicos, sociais e ambientais.
Felipe Alves, secretário-executivo do FEAP, reforçou que o apoio vai além do dinheiro. O acompanhamento técnico garante que os recursos sejam aplicados com efetividade. Ele acredita que o resultado é uma agricultura mais limpa, eficiente e com menor custo de produção.
Além disso, essa combinação de financiamento e suporte técnico tem estimulado a criação de redes de conhecimento e troca de experiências entre produtores. Essas redes fortalecem assim o engajamento local e aceleram a adoção das melhores práticas em energia renovável.
Energia solar acelera em SP: O futuro da energia
Diante de tantos avanços, o cenário é promissor. O estado de São Paulo caminha para consolidar-se como líder nacional na transição para energias renováveis no setor agrícola. A expectativa é de que novos programas, parcerias e tecnologias fortaleçam ainda mais esse movimento.
Além de reduzir a dependência de fontes fósseis e de energia elétrica convencional, a adoção da energia solar traz ganhos econômicos diretos. Os produtores passam a economizar na conta de luz e podem até comercializar excedentes, criando uma nova fonte de receita.
Essa dinâmica, somada à valorização de práticas sustentáveis nos mercados nacional e internacional, coloca o agronegócio paulista em posição de destaque. E reforça a importância de políticas públicas que integrem desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.
Portanto, a energia solar acelera em SP não apenas como dado estatístico, mas como realidade transformadora. Ela muda a paisagem do campo, fortalece a economia rural e sinaliza um futuro mais limpo e inteligente para todos.