Iniciativa quer construir três usinas de alta capacidade para alimentar data centers e reforçar a matriz energética do país
Os Estados Unidos estão prestes a dar um salto estratégico na geração de energia com a construção de três novas usinas nucleares, resultado de uma parceria entre o Google e a startup Elementl Power. O projeto mira a segurança energética do país frente ao avanço da inteligência artificial e à crescente demanda por fontes limpas e confiáveis.
EUA reforçam sua infraestrutura energética com apoio do Google
A busca por soluções energéticas robustas e sustentáveis ganhou novo fôlego nos EUA. A Elementl Power, startup norte-americana fundada em 2022, anunciou um ambicioso plano de construção de três usinas nucleares avançadas em território norte-americano, com apoio financeiro do Google. Segundo o New York Post, cada unidade terá capacidade mínima de 600 megawatts e poderá abastecer operações críticas, como data centers voltados para inteligência artificial.
Esse movimento coloca os EUA na vanguarda de um novo ciclo de investimentos em energia nuclear, reforçando o papel do setor privado como impulsionador da infraestrutura energética nacional.
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Legislação dos EUA favorece a retomada nuclear
De acordo com a AP News, mais de 25 estados norte-americanos já aprovaram legislações específicas para facilitar o avanço da energia nuclear de nova geração. A iniciativa envolvendo o Google e a Elementl surge nesse contexto político favorável, sendo mais uma peça no quebra-cabeça de expansão da matriz energética dos EUA sem comprometer as metas de descarbonização.
Com mais de 200 projetos de lei relacionados à energia nuclear tramitando no Congresso e em assembleias estaduais, os EUA demonstram disposição clara de colocar a tecnologia atômica no centro de sua estratégia energética do século XXI.
EUA e o papel das Big Techs no futuro da energia
Essa parceria entre o setor tecnológico e o setor energético não é isolada. Além do Google, outras gigantes dos EUA como Microsoft e Amazon têm intensificado suas apostas em energia nuclear para suprir a crescente demanda de seus serviços baseados em nuvem e IA. Essa tendência consolida o papel das Big Techs como atores influentes na configuração energética do país, indo além do consumo para moldar diretamente as fontes de abastecimento.
Segundo o Financial Times, o Google também firmou acordo com a Kairos Power para adquirir energia de pequenos reatores modulares, que devem entrar em operação até 2030.
Apesar de não ser tecnicamente uma fonte renovável, a energia nuclear é amplamente reconhecida como uma solução de baixa emissão de carbono. Organismos como a Agência Internacional de Energia (IEA) e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) incluem a fonte nuclear nas estratégias de transição energética, ao lado da solar e da eólica. Sua principal vantagem está na capacidade de gerar grandes volumes de energia limpa de forma contínua, sem depender de variáveis como vento ou sol, o que a torna uma aliada importante no combate às mudanças climáticas.
Capacidade energética nuclear deve crescer até 2035 nos EUA com Google como parceiro
A Elementl Power tem como objetivo adicionar mais de 10 gigawatts de capacidade nuclear à rede elétrica dos EUA até 2035, contribuindo para a estabilidade do sistema elétrico frente a eventos climáticos extremos e oscilações de demanda. Como destacou o World Nuclear News, a empresa se declara “agnóstica em relação à tecnologia”, o que indica abertura para aplicar diferentes modelos de reatores conforme a evolução do mercado.
Ao lado de um parceiro como o Google, a startup amplia suas chances de transformar esses planos em realidade em médio prazo, elevando os EUA a uma posição estratégica na corrida por soluções energéticas limpas e contínuas.