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Energia nuclear: Descubra por que esta startup quer enterrar reatores nucleares a 1,5 km de profundidade

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 18/09/2024 às 07:45
Energia nuclear: Descubra por que esta startup quer enterrar reatores nucleares a 1,5 km de profundidade
Foto: reprodução

Uma startup inovadora tem um plano ousado: enterrar reatores nucleares a 1,5 km de profundidade. Entenda os motivos por trás dessa estratégia revolucionária e o impacto que pode ter no futuro da energia nuclear

A startup Deep Fission, da Califórnia, está chamando a atenção com uma proposta revolucionária para a energia nuclear. Liderada pela dupla de pai e filha, Richard e Elizabeth Muller, a empresa busca enterrar pequenos reatores nucleares a uma milha de profundidade, uma ideia que promete solucionar antigos problemas da indústria nuclear.

Após levantar US$ 4 milhões em financiamento pré-semente, a Deep Fission está determinada a transformar a maneira como lidamos com a energia nuclear.

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Uma solução para os desafios da energia nuclear tradicional

A proposta da Deep Fission é construir reatores nucleares compactos, com apenas 30 polegadas de diâmetro, e colocá-los em poços perfurados a 1,5 km de profundidade. Essa abordagem inovadora poderia superar as complexidades que há décadas desafiam a energia nuclear convencional, como os custos exorbitantes e as preocupações de segurança.

Os reatores nucleares tradicionais necessitam de enormes estruturas de contenção de concreto reforçado e aço inoxidável para proteger o ambiente em caso de acidentes.

Além disso, sistemas complexos de resfriamento e outras medidas de segurança tornam as usinas nucleares caras e difíceis de construir e manter. Exemplos disso são os atrasos e estouros de orçamento, como o caso da usina de Hinkley Point no Reino Unido, com custo estimado em 50 bilhões de euros, tornando-se um dos projetos mais caros da história.

Embora a tecnologia nuclear moderna seja considerada relativamente segura, o medo e o ceticismo ainda são amplamente disseminados. Isso se deve, em grande parte, a eventos históricos como o acidente de Three Mile Island em 1979, nos Estados Unidos, e o desastre de Chernobyl em 1986, que causaram sérias repercussões à saúde e ao meio ambiente.

Esses incidentes, junto com o colapso de Fukushima Daiichi em 2011, após um terremoto e tsunami no Japão, contribuíram para a resistência pública e política à energia nuclear.

Por que enterrar reatores nucleares no subsolo?

A inovação proposta pela Deep Fission aborda os desafios da energia nuclear de uma maneira completamente nova. Ao enterrar os reatores nucleares a uma milha de profundidade, a startup busca eliminar a necessidade de gigantescas estruturas de contenção e sistemas de resfriamento caros.

A lógica por trás disso é que, em caso de acidente, a terra ao redor do reator serviria como uma barreira natural, minimizando o risco de vazamento de material radioativo para o ambiente.

Além disso, essa abordagem subaquática reduziria drasticamente o impacto visual das usinas nucleares, uma questão que muitas vezes causa resistência pública.

As usinas da Deep Fission seriam quase invisíveis na superfície, tornando-as uma solução atraente para áreas densamente povoadas ou ambientalmente sensíveis.

O futuro da energia nuclear

A proposta da Deep Fission representa um avanço significativo para a energia nuclear. Ao simplificar e reduzir os custos de construção e manutenção, a empresa pode abrir caminho para um futuro onde a energia nuclear seja uma solução viável e sustentável para a crise energética global.

Embora a ideia de enterrar reatores nucleares a uma milha de profundidade pareça futurista, é exatamente esse tipo de pensamento ousado que a indústria nuclear precisa para superar décadas de estagnação.

A Deep Fission aposta que essa inovação trará a energia nuclear de volta ao centro das discussões sobre a transição energética, permitindo que o mundo aproveite o potencial ilimitado da energia nuclear de maneira segura e sustentável.

A partir dessa abordagem, a startup californiana pode redefinir os parâmetros de como produzimos energia limpa e segura, aproveitando o que antes era visto como um recurso perigoso e transformando-o em uma solução moderna e eficaz para o futuro energético.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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