O Brasil dá um passo importante ao criar o Programa Nacional de Energia Geotérmica, iniciativa do CNPE para fortalecer a transição energética, incentivar pesquisas e ampliar a matriz elétrica sustentável
A Energia Geotérmica acaba de entrar oficialmente no radar das políticas públicas brasileiras com a criação do Programa Nacional de Energia Geotérmica (Progeo), segundo uma matéria publicada.
A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no último dia 1º de outubro e representa um marco estratégico para diversificar a matriz elétrica nacional, ampliar alternativas renováveis e reforçar a segurança energética do país.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o Brasil possui potencial geotérmico expressivo em diversas regiões, capaz de transformar calor do subsolo em energia limpa.
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Segundo ele, essa oportunidade poderá gerar crescimento econômico sustentável, fortalecer cadeias produtivas e dinamizar economias locais.
Para um país que já conta com 90% de sua matriz elétrica renovável, apostar em novas fontes significa ampliar ainda mais a resiliência diante das mudanças climáticas.
Sustentabilidade como motor do programa
O Progeo nasce com o objetivo de fomentar o uso sustentável da Energia Geotérmica, alinhado às metas climáticas e à transição energética global.
A iniciativa prevê o incentivo a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), além da estruturação de políticas públicas específicas para o setor.
Outro ponto importante é a articulação com diferentes órgãos do governo, setor produtivo e instituições científicas.
Essa integração será essencial para garantir que o aproveitamento da fonte geotérmica respeite o meio ambiente e, ao mesmo tempo, fortaleça comunidades locais.
O alinhamento com a sustentabilidade não se limita apenas à redução de emissões: trata-se também de criar oportunidades econômicas inclusivas e seguras.
Matriz elétrica e segurança energética em foco
Embora o Brasil tenha uma matriz elétrica considerada uma das mais limpas do mundo, há o desafio constante de manter a segurança energética.
Eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, podem comprometer a geração de energia em fontes como a hidrelétrica.
Nesse cenário, a Energia Geotérmica surge como alternativa firme e de baixa emissão de carbono, ampliando a diversidade de fontes e garantindo maior estabilidade.
O Progeo também busca reduzir a dependência de importações energéticas e aumentar a autonomia nacional.
A resolução aprovada pelo CNPE cria diretrizes para o desenvolvimento de marcos legais e regulatórios que tragam segurança para investidores, estimulando novos negócios no setor.
Apoio de agências e fortalecimento da cadeia produtiva
A implementação do programa contará com recursos de pesquisa e inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ambas ligadas ao Ministério de Minas e Energia.
Esse apoio técnico e financeiro é fundamental para consolidar o setor e gerar informações que embasem decisões estratégicas para empresas e reguladores.
Além de garantir base científica, o Progeo poderá impulsionar a cadeia nacional de bens e serviços voltados para a Energia Geotérmica, fortalecendo a indústria e abrindo espaço para novas oportunidades de trabalho em diversas regiões do Brasil.
Esse movimento contribui diretamente para o desenvolvimento regional e cria condições favoráveis à inovação no setor energético.