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Empresas globais colocam propostas na mesa e Ceará caminha para virar gigantesco polo de data centers no Brasil

Publicado em 14/09/2025 às 21:00
Data centers, Ceará, Polo de Data Centers
A ZPE Ceará, instalada no Complexo do Pecém, foi a primeira a entrar em operação no Brasil. Foto: Divulgação/ZPE Ceará
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Com aporte da Casa dos Ventos e interesse internacional, ZPE do Pecém pode transformar Ceará no segundo maior polo nacional de data centers

O Ceará se prepara para um salto tecnológico com a chegada de novos empreendimentos no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em Caucaia. A região pode se tornar o segundo maior polo de data centers do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

O anúncio de um investimento de R$ 150 milhões da Casa dos Ventos, empresa referência em energia renovável, já colocou o Estado em evidência.

A companhia construirá um data center dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, com início previsto até dezembro.

Interesse internacional amplia o alcance do projeto

A instalação não é um caso isolado. Outras cinco empresas do setor de tecnologia demonstraram interesse em implantar unidades no local, segundo o diretor-presidente da ZPE Ceará, Fábio Feijó.

Entre as propostas, estão data centers de hiperescala, voltados para processar volumes gigantescos de informações, modelo utilizado por empresas globais como Google, Facebook e Amazon. Esses projetos devem ser definidos até o primeiro semestre de 2026.

Entramos no mapa mundial dos data centers”, afirmou Feijó. Para ele, o diferencial está em atrair grupos internacionais, já que a legislação da ZPE exige que 100% do faturamento seja destinado à exportação.

Potencial para transformar o setor no Brasil

O professor Rodrigo Porto, da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que, com a confirmação dos empreendimentos, o Estado se consolidará como segundo maior polo do País.

Segundo o especialista, os projetos terão capacidade de suportar demandas crescentes ligadas à inteligência artificial.

Além disso, devem estimular a cadeia de suprimentos com a produção local de equipamentos de ponta.

Há, segundo ele, uma combinação de fatores favoráveis. Entre eles, a vocação cearense para telecomunicações e energia, além da conexão internacional via cabos submarinos já instalados na Praia do Futuro.

Energia renovável como motor do desenvolvimento

A expansão ganhou força após a assinatura da Medida Provisória nº 1307 de 2025, pelo presidente Lula, durante visita ao Estado.

A medida exige que empresas instaladas nas ZPEs utilizem energia renovável e autoriza prestadoras de serviços, como os data centers, a operar no regime alfandegário especial.

Para Feijó, essa medida trouxe segurança jurídica e atratividade. Ele ressaltou ainda que a exigência de energia limpa evita competição com usinas de hidrogênio e pode gerar até R$ 20 bilhões em novos investimentos em parques solares e eólicos.

Entretanto, especialistas alertam para um risco: o aumento da demanda energética pode pressionar a rede elétrica, exigindo investimentos em transmissão para evitar sobrecarga.

Impactos diretos na economia local

A construção e operação desses empreendimentos trazem reflexos imediatos para a economia. O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, explica que o setor gera empregos na fase de obras e também na operação diária, que exige profissionais qualificados.

O projeto da Casa dos Ventos ilustra esse impacto. Serão cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos durante a construção e, depois, 500 postos permanentes altamente especializados.

Além do emprego formal, há expectativa de que o empreendimento firme parcerias com instituições de ensino da região.

A meta é capacitar jovens de Caucaia e municípios vizinhos para ingressarem no mercado de tecnologia.

Cadeia global e grandes clientes em vista

Com dez salas de dados, cada uma com mais de 2.000 m², o data center da Casa dos Ventos já nasce com porte para atrair clientes de peso.

Multinacionais como ByteDance, Google, Amazon e Apple estão no radar como possíveis parceiros.

Porto acredita que a chegada de empreendimentos desse tamanho consolida a vocação tecnológica do Ceará.

Além disso, reforça a integração do Estado a uma cadeia global de processamento e armazenamento de dados.

Um futuro promissor no horizonte

O avanço dos projetos da ZPE Pecém projeta o Ceará como protagonista em um setor estratégico. O Estado, que já se destaca na produção de energia renovável, agora mira também o protagonismo digital.

Se os planos forem confirmados, o Ceará deixará de ser apenas um polo emergente para disputar espaço direto com os maiores centros do País.

Essa movimentação fortalece a imagem da região como referência em inovação, conectividade e sustentabilidade.

Portanto, o novo ciclo de investimentos mostra que o Estado reúne condições únicas: energia renovável em abundância, infraestrutura estratégica e interesse de grandes players internacionais.

O resultado esperado é uma transformação estrutural na economia local, com reflexos para o Brasil inteiro.

Com informações de Diário do Nordeste.

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Romário Pereira de Carvalho

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