Empresas dos EUA contratam programadores brasileiros com salários de até US$ 110 mil por ano; contratações crescem quase 500% desde 2022.
O mercado global de tecnologia está vivendo um momento único, e os programadores brasileiros se tornaram protagonistas dessa transformação. Nos últimos três anos, a contratação de profissionais nacionais por empresas estrangeiras cresceu quase 500%, segundo levantamento da plataforma TechFX. Hoje, 85% dos brasileiros que atuam para empresas internacionais de tecnologia trabalham nos Estados Unidos, onde os salários médios chegam a US$ 110 mil anuais.
Valorização de desenvolvedores brasileiros no exterior
O estudo mostra que, dos 1.428 desenvolvedores entrevistados, 1.220 estão empregados em organizações norte-americanas. Em seguida aparecem Canadá, Austrália e Reino Unido, cada um com 1,85% de participação. Esse movimento está diretamente ligado à escassez de mão de obra em TI nos Estados Unidos e à qualidade da formação dos profissionais de tecnologia brasileiros.
Segundo a JetBrains, o Brasil conta hoje com cerca de 630 mil desenvolvedores de software, ocupando a quinta posição mundial. Apesar desse número expressivo, o país ainda convive com um déficit estimado de 500 mil talentos em TI, cenário que contribui para o interesse estrangeiro em recrutar trabalhadores locais.
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Explosão de contratações internacionais
Entre 2020 e 2023, a contratação de brasileiros por companhias internacionais aumentou 491%, segundo o estudo Brazilian Global Salary. Esse crescimento acompanha a demanda global, que avança 40% ao ano, refletindo a busca por profissionais criativos e adaptáveis, características frequentemente associadas aos talentos brasileiros em tecnologia.
Outro fator que torna os programadores no exterior ainda mais valorizados é a desvalorização do real. Com salários pagos em dólar, euro ou libra, a renda desses profissionais se torna muito mais atraente, especialmente quando comparada aos valores médios praticados no Brasil.
Principais destinos para talentos brasileiros em alta
Além dos EUA, que contratam anualmente cerca de 200 mil profissionais de TI, outros países despontam como opções relevantes:
- Alemanha: maior polo da Europa continental, com 832 mil desenvolvedores e média salarial anual de US$ 52,2 mil. Programas de imigração facilitam a entrada de brasileiros.
- Canadá: com 632 mil devs e cerca de 80 mil vagas abertas, oferece salário médio de US$ 61,6 mil e políticas de imigração flexíveis.
- Reino Unido: concentra 500 mil profissionais de TI, principalmente em Londres, com remuneração média anual de US$ 55,2 mil.
- Austrália e Argentina: surgem como mercados menores, mas que também absorvem profissionais em busca de novas experiências.
Carreira em tecnologia: desejo de migrar cresce entre brasileiros
A pesquisa da TechFX também revelou que 73% dos profissionais de TI no Brasil consideram trabalhar no exterior. A combinação de salários atrativos, maior valorização profissional e a possibilidade de atuação em empresas globais ajuda a explicar esse desejo.
Para especialistas, o Brasil reúne as condições ideais para formar mão de obra altamente qualificada, mas ainda enfrenta desafios internos, como falta de incentivo à inovação e baixa oferta de vagas em determinadas regiões.
Perspectivas para os próximos anos
O cenário aponta para uma tendência clara: os profissionais de TI brasileiros continuarão em alta no mercado internacional. A demanda por programadores no exterior deve seguir aquecida, e a expectativa é que cada vez mais empresas busquem trabalhadores remotos, ampliando as oportunidades de emprego sem a necessidade de mudança imediata de país.
Especialistas afirmam que a combinação entre formação técnica sólida, adaptabilidade e criatividade coloca os brasileiros entre os mais desejados do mercado global de tecnologia.
Em contrapartida, esse movimento também gera um desafio interno: a fuga de talentos pode acentuar a carência de mão de obra em TI no Brasil, impactando a competitividade do setor nacional.
E você, acredita que a crescente demanda internacional por programadores brasileiros será um incentivo para o Brasil investir mais em educação tecnológica e retenção de talentos, ou o país seguirá como um exportador de mão de obra qualificada?