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Empresas do setor de autopeças planejam investimento de R$ 50 BILHÕES no Brasil até 2028 com foco na produção de modelos híbridos

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 28/08/2024 às 21:33
Setor de autopeças investirá R$ 50 bilhões até 2028 para adaptar a produção às novas tecnologias híbridas e elétricas no Brasil.
Foto: Canva

Setor de autopeças investirá R$ 50 bilhões até 2028 para adaptar a produção às novas tecnologias híbridas e elétricas no Brasil.

O setor de autopeças no Brasil está se preparando para um grande investimento. As empresas desse segmento, motivadas pelo Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e pela nacionalização de componentes para atender à crescente demanda por veículos híbridos, planejam investir R$ 50 bilhões até 2028. Esse montante será aplicado ao longo de cinco anos, de 2024 a 2028, visando modernizar e adaptar a produção às novas tecnologias que estão chegando ao mercado brasileiro.

Investimento de R$ 50 bilhões até 2028

A notícia foi divulgada por Gábor Deák, diretor do Sindipeças, durante a abertura do Simea 2024, evento promovido pela Associação Brasileira da Engenharia Automotiva (AEA).

O evento, que aconteceu nos dias 21 e 22 de agosto em São Paulo, reuniu especialistas do setor para discutir a mobilidade verde e a transição energética, temas de grande relevância para a indústria automotiva atual.

Esse investimento significativo no setor de autopeças não visa aumentar a capacidade de produção, mas sim transformar as operações para atender às novas exigências tecnológicas, como a produção de peças para veículos híbridos e elétricos.

Segundo Deák, essa transição é fundamental para acompanhar as tendências globais e garantir que o Brasil continue competitivo no mercado internacional de autopeças.

Investimento anterior das empresas de autopeças revisado

Ainda durante o Simea 2024, Gábor Deák mencionou que o Sindipeças já havia revisado a projeção de investimentos para 2023.

Inicialmente, o setor de autopeças havia planejado investir R$ 5,8 bilhões, mas esse valor foi reajustado para R$ 6,2 bilhões.

Esse aumento reflete o otimismo do mercado, impulsionado pelas perspectivas positivas para os próximos anos.

De acordo com Deák, há uma tendência de que o investimento anual médio no setor de autopeças fique entre R$ 10 bilhões até 2028, superando as médias anteriores de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões por ano.

Esse aumento significativo nos investimentos é visto como uma resposta às demandas do mercado por novas tecnologias e à necessidade de adaptação à eletrificação do setor automotivo.

A Stellantis, por exemplo, promete lançar modelos híbridos ainda este ano, enquanto outras montadoras, como Volkswagen e Renault, também já anunciaram seus planos de desenvolver veículos com essa tecnologia no Brasil.

Essa mudança no perfil dos veículos fabricados no País exige uma transformação na produção de autopeças, o que justifica o aumento nos investimentos previstos.

Transformação tecnológica no setor de autopeças

O investimento de R$ 50 bilhões anunciado pelas empresas de autopeças será destinado principalmente à adaptação da produção para novas tecnologias, como veículos híbridos e elétricos.

O Brasil já conta com exemplos dessa transição, como a Toyota, que produz veículos híbridos flex em sua fábrica em Sorocaba, São Paulo.

Agora, outras montadoras estão seguindo o mesmo caminho, exigindo que os fornecedores de autopeças estejam preparados para essa transformação.

Segundo Gábor Deák, o Brasil está em uma posição privilegiada, graças aos seus recursos naturais e ao uso de biocombustíveis, o que permite ao País ter um papel de destaque no cenário global da transição energética.

As autopeças instaladas no Brasil não apenas atendem o mercado local, mas também têm atuação internacional, o que facilita a transferência de tecnologias desenvolvidas em outros países para o mercado brasileiro.

O diretor do Sindipeças destacou ainda que a transição energética não tem uma solução única e universal.

Cada país e mercado seguirá seu próprio caminho, e no caso do Brasil, a combinação de veículos híbridos flex e biocombustíveis coloca o País em uma posição estratégica para liderar essa transformação no setor automotivo.

Montadoras também investem em novas tecnologias

Além do investimento bilionário anunciado pelo setor de autopeças, as montadoras instaladas no Brasil também estão planejando aportes significativos.

Estima-se que essas empresas investirão cerca de R$ 130 bilhões até o final de 2023, com foco nas novas tecnologias voltadas para a eletrificação do setor automotivo.

Esses investimentos complementam os esforços das autopeças, criando um ecossistema favorável ao desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos no País.

A produção de carros híbridos e elétricos é uma tendência global, e o Brasil não quer ficar para trás.

Com o avanço das tecnologias e a crescente demanda por veículos mais sustentáveis, as montadoras e as empresas de autopeças estão se mobilizando para garantir que o País esteja preparado para essa nova realidade.

O Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) é uma das iniciativas que impulsionam esse movimento, incentivando a adoção de práticas mais sustentáveis e a inovação no setor automotivo.

O Simea 2024, evento em que os novos investimentos foram anunciados, reforça a importância da transição energética para a indústria automotiva brasileira.

Com o tema “A mobilidade verde e a transição energética”, o evento promove debates e troca de experiências entre especialistas do setor, mostrando que o Brasil está comprometido com o futuro da mobilidade sustentável.

As autopeças, ao lado das montadoras, têm um papel fundamental nesse processo de transformação.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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