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Empresas da China invadem o Brasil e somam mais de 280 BILHÕES em projetos de infraestrutura, levantando questões sobre o impacto dessa presença na soberania e na economia brasileira

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/08/2024 às 11:07
Empresas chinesas investem mais de R$ 289 bilhões no Brasil, dominando setores como energia, petróleo e infraestrutura viária. (Imagem: reprodução)
Empresas chinesas investem mais de R$ 289 bilhões no Brasil, dominando setores como energia, petróleo e infraestrutura viária. (Imagem: reprodução)

Empresas da China têm investido bilhões no Brasil, dominando setores estratégicos como energia, petróleo e infraestrutura. Em 2024, os aportes já ultrapassam R$ 280 bilhões, levantando questões sobre o impacto dessa presença na soberania e na economia brasileira.

Nos últimos anos, o Brasil tem se tornado um campo de batalha estratégico para as gigantes estatais chinesas. Se você acha que a influência chinesa por aqui se limita a produtos de baixo custo, prepare-se para uma surpresa.

Em um movimento ousado e meticuloso, essas empresas estão literalmente tomando conta do país, investindo em setores cruciais como energia, petróleo e infraestrutura viária. Com bilhões de reais em jogo, a pergunta que fica é: até onde vai essa invasão econômica?

De acordo com um levantamento feito pelo site Poder360, os investimentos chineses em concessões e projetos de infraestrutura no Brasil já ultrapassam os R$ 280 bilhões.

E o apetite da China parece estar longe de ser saciado. Na última quinta-feira (15), assim como publicou o CPG, o Brasil e a China celebraram 50 anos de relações diplomáticas, e essa parceria, que começou timidamente em 1974, atingiu um novo patamar na última década.

Crescimento vertiginoso dos investimentos chineses

O salto nos investimentos chineses no Brasil é impressionante. Estatais chinesas vêm abocanhando concessões importantes em diversos estados, especialmente nos setores de energia e infraestrutura. A State Grid, uma das maiores empresas de energia do mundo, lidera esse movimento.

A empresa já investiu pesadamente no Brasil, controlando a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), que possui concessões de distribuição de energia, linhas de transmissão e ativos de geração em estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

E os planos não param por aí. A State Grid projeta investir R$ 28,4 bilhões até 2028 para aprimorar a rede de distribuição de suas concessões, além de ter arrematado o maior lote em um leilão de transmissão de energia realizado em 2023. Este projeto, que inclui a construção de uma linha de ultra-alta tensão entre o Maranhão e Goiás, exigirá um investimento de R$ 18,1 bilhões.

A expansão da State Grid no Brasil

O megaprojeto concedido à State Grid por 30 anos inclui a construção de 1.513 km de linhas de transmissão em corrente contínua e a manutenção de outros 1.468 km, espalhados por Maranhão, Tocantins e Goiás.

O prazo de conclusão dessa obra é de 72 meses, mas os investimentos chineses no setor elétrico vão além. A State Grid detém, no total, 24 concessionárias de transmissão no país, entre subsidiárias integrais e joint ventures, somando mais de 16.000 km de linhas de transmissão.

Além dos investimentos já mencionados, a State Grid prevê aplicar mais R$ 150 bilhões nos próximos anos em novas linhas de transmissão e projetos de geração focados em fontes renováveis. A meta é clara: até 2028, os aportes devem somar R$ 200 bilhões.

Outras estatais chinesas de olho no Brasil

Não é só a State Grid que está aumentando sua presença no Brasil. Outras estatais chinesas do setor energético também têm planos ambiciosos.

A Energy China anunciou em 2023 um investimento de US$ 10 bilhões em projetos de geração de energia renovável e hidrogênio verde. Essa cifra, que equivale a aproximadamente R$ 50 bilhões, marca um dos maiores aportes recentes no setor energético brasileiro.

A CTG (Companhia Três Gargantas), conhecida por operar a maior hidrelétrica do mundo, completou 10 anos de operações no Brasil em 2024. Desde que adquiriu várias hidrelétricas brasileiras em 2010, a empresa tem expandido seus investimentos.

Nos próximos anos, a CTG planeja investir R$ 3 bilhões para aumentar a eficiência das usinas de Ilha Solteira (SP) e Jupiá (SP/MS), além de explorar novas oportunidades em energia eólica e solar, com um investimento estimado em R$ 6,4 bilhões.

A diversificação dos investimentos chineses

Enquanto isso, a SPIC, outra gigante chinesa, anunciou em junho de 2024 a construção de um complexo eólico no Rio Grande do Norte, com um investimento de R$ 780 milhões. Este projeto adicionará 105,4 MW de capacidade instalada à matriz energética brasileira, um passo significativo para o aumento da participação das energias renováveis no país.

Além do setor elétrico, os chineses também estão avançando no setor de petróleo. Em 2023, a Cnooc, em parceria com a Petrobras e a Shell, arrematou a concessão de três blocos de exploração na bacia de Pelotas, no sul do Brasil. A estimativa é de que o consórcio invista cerca de R$ 100 milhões na pesquisa de reservas de óleo e gás na região.

Concessões estaduais e o impacto na infraestrutura

A presença chinesa no Brasil também se estende ao setor de infraestrutura, especialmente em concessões estaduais. Neste ano, a CRRC, em sociedade com o grupo brasileiro Comporte, conquistou a concessão do Trem Intercidades São Paulo-Campinas. Este projeto, orçado em R$ 14,6 bilhões, inclui a construção de um trem de passageiros de média velocidade e a concessão da linha 7-Rubi do sistema de trens metropolitanos da Grande São Paulo.

Com tantos investimentos, a pergunta que fica é: até que ponto essa presença chinesa é benéfica para o Brasil, e qual o impacto de longo prazo na soberania nacional? É inegável que os aportes têm potencial para alavancar a economia e melhorar a infraestrutura, mas é fundamental avaliar os desdobramentos dessa “invasão” chinesa em solo brasileiro.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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