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Empresário que ofereceu R$ 1,6 bilhão à vista por debêntures do Eike Batista, e que pode tirar o ex-bilionário do sufoco, é acusado de estelionato e de dar calote em despesas variadas

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 07/06/2022 às 06:21
Atualizado em 01/09/2022 às 02:35
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Eike Batista o homem que foi considerado pela Forbes o sétimo mais rico do mundo – Imagem Wordfinance

Leilão de R$ 1,6 bilhão que pode tirar Eike do sufoco foi autorizado; dinheiro será para pagar os credores da MMX Sudeste

O universo parece voltar a conspirar a favor do ex-bilionário Eike Batista, segundo o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no O Globo. Nos próximos dias, Eike, o homem que já teve seu momento de glória e foi considerado o sétimo mais rico do mundo, tem a chance de deixar para trás seus quase dez anos de infortúnio, que, segundo a publicação, foi um tempo que soma desde um período na prisão até a falência de quase todas as suas empresas.

As debêntures estimadas em até meio bilhão de dólares foram emitidas pela mineradora Anglo American. Estimados em mais de US$ 500 milhões, o lance mínimo será de US$ 350 milhões, o equivalente a pouco mais de R$ 1,6 bilhão.

Caso as debêntures sejam vendidas pelo valor mínimo, o ex-bilionário poderia levantar a falência da MMX, pagar a multa de R$ 850 milhões à Justiça e ainda ficar com dinheiro em caixa.

O presidente da BR Partners, Ricardo Lacerda, disse ao Valor Econômico que alguns interessados pelos ativos em leilão incluem investidores estratégicos do setor de mineração, fundos de investimentos, fundos soberanos, fundos que investem em royalties e fundos de situações especiais.

Porém, até o momento, a única oferta de fato realizada veio de Renato da Cruz Costa, dono do RC Group, que ofereceu US$ 350 milhões à vista pelas debêntures de Eike Batista. A empresa tem direito à preferência por já ter sido a primeira a manifestar interesse.

Com isso, poderá cobrir em até 24 horas o valor proposto por outro interessado. Se vencer a disputa, Costa terá de depositar o montante em cinco dias.

Empresário interessado na compra de debêntures é alvo de processos e estelionato no Brasil

Mas nem tudo são flores: Renato da Cruz Costa é alvo de pelo menos 18 processos no Brasil, acusado de estelionato e de dar calote em despesas variadas.

Segundo O Globo, dos 18 processos encontrados pelo jornal nos sistemas do TJ-SP contra Renato Cruz e sua antiga empresa, a RC Prime Operações e Negócios, 7 estão ativos e outros 11 com a tramitação suspensa, pois a Justiça não consegue encontrá-lo para fazer a citação formal. Há ainda seis ações trabalhistas contra a RC Prime.

“Há desde uma ação de execução para cobrar do dono do RC Group um cheque sem fundos de R$ 6.500,00 até uma condenação para que ele pague R$ 272 mil a uma locadora de imóveis. Em um processo de 2019, uma locadora de automóveis de Belo Horizonte acusou a RC Prime de ter se apropriado indevidamente de dois carros alugados – um Mercedes Benz C250 e um Audi Q5 2.0. Segundo a ação, a RC Prime alugou os veículos, não os devolveu na data prevista e também não pagou as diárias”, diz a reportagem.

Com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, Eike Batista chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo em 2012, mas perdeu o título já no ano seguinte. Em doze meses, a fortuna caiu para R$ 2,95 bilhões.

Enquanto OSX de Eike Batista fatura novo contrato e continua operando no Porto do Açu, o ex bilionário entra em batalha para salvar seu último bilhão, que pode pagar credores da MMX

De acordo com informações do jornal Terceira Via, a OSX – que nunca saiu do Porto do Açu, e continua sendo controlada por Eike Batista, mentor do projeto – continua movimentando o complexo portuário. Nesta última sexta-feira (20), foi oficializado o início das obras de instalação da Go Tratch e da Alíseo (Consórcio 3T) na área da OSX no Porto do Açu. A Alíseo vai construir uma base de flexíveis, mas a Go Tratch atua na área ambiental.

As duas empresas estão investindo mais de R$ 425 milhões e gerando cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos, que vão se somar aos atuais 7 mil trabalhadores do Porto do Açu. Definitivamente, de forma mais modesta, é o retorno ao projeto que ele concebeu em São João da Barra. Em paralelo, Eike Batista entra em batalha com ex-diretor da OGX para salvar seu último bilhão. O conflito se instalou em um fundo que detém debêntures dadas em garantia à delação premiada e que podem pagar credores da MMX.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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