O valor do salário foi depositado por falha no sistema da empresa, mas a funcionária usou a quantia em artigos de luxo e transferências para o exterior antes de ser descoberta
Uma recepcionista de uma clínica especializada em cuidados com cavalos de alto valor, está sendo acusada de roubo e lavagem de dinheiro após ter recebido, por engano, mais de US$ 400, cerca de R$ 2,2 milhões, em salários que não lhe pertenciam.
O erro se estendeu por quase um ano, e a maior parte do valor já havia sido gasta quando o equívoco foi descoberto.
Depósitos mensais fora da realidade
Yessica Arrua, de 29 anos, foi contratada em 2022 com salário previsto de US$ 60 mil anuais.
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No entanto, entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, passou a receber depósitos mensais equivalentes ao salário de uma veterinária da mesma clínica, cujo vencimento anual ultrapassava US$ 450 mil.
O erro aconteceu devido a uma falha no sistema da empresa terceirizada, responsável pela folha de pagamento.
Segundo as investigações, os depósitos foram feitos na conta de Yessica por engano, e durante onze meses, ninguém percebeu.
Luxo, transferências e um food truck
Ao invés de reportar os valores acima do esperado, a funcionária gastou o dinheiro em compras de marcas de luxo, jantares em restaurantes, móveis e transferências de grandes somas.
Uma das transações chamou atenção dos investigadores: cerca de US$ 80 mil foram usados para comprar um food truck em nome de uma conhecida de sua mãe.
Além disso, parte do dinheiro foi enviada para parentes na Argentina, supostamente para a construção de uma casa.
Yessica afirma que acreditava estar recebendo um bônus por seu bom desempenho, mas a polícia contesta essa versão. A clínica, ao identificar o problema, exigiu o reembolso imediato.
Prisão e processo criminal
Em 27 de junho de 2025, Yessica Arrua foi presa sob acusações formais de roubo qualificado e lavagem de dinheiro — ambos crimes de alto valor que podem resultar em penas de até 30 anos de prisão, segundo a legislação da Flórida.
Ela chegou a devolver US$ 200 mil por meio de um cheque administrativo, mas afirmou que o restante já havia sido gasto ou enviado à família, alegando que considerava o valor “uma benção de Deus“.
Repercussão e investigações
O caso repercutiu nos Estados Unidos, em parte pelo fato de a clínica atender clientes da elite e por envolver uma quantia tão elevada.
A empresa responsável pela folha de pagamento demitiu os envolvidos no erro, dificultando o rastreamento dos responsáveis técnicos.
Alerta para outros trabalhadores
Especialistas ouvidos pela imprensa americana destacam que, mesmo em casos de pagamentos inesperados, a recomendação é simples: nunca movimentar o dinheiro antes de comunicar o empregador e buscar esclarecimentos formais.
Ao ignorar essa etapa, o funcionário pode ser acusado de apropriação indevida ou até crimes mais graves, como ocorreu neste caso.
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Também nos EUA, outro caso envolvendo grandes valores chamou atenção.
Em 17 de fevereiro de 2025, uma mulher de cerca de 83 anos, residente no condado de Montgomery, Texas, comprou um bilhete do jogo “Lotto Texas” por meio do aplicativo Jackpocket — um serviço de “courier” que adquire bilhetes físicos em lojas legais para usuários via internet.
Esse bilhete correspondia a todas as seis dezenas sorteadas, garantindo‑lhe o prêmio de US$ 83,5 milhões.
Proibição de apps de courier
Sete dias após o sorteio, em 24 de fevereiro, a Texas Lottery Commission (TLC), decretou oficialmente que os apps de courier não eram autorizados sob a legislação estadual vigente.
A justificativa foi a inexistência de regulamentação e o risco de prejudicar a integridade do jogo. A medida tornou-se efetiva imediatamente, mesmo que o bilhete tivesse sido adquirido dias antes.
Posteriormente, em 29 de abril, o TLC formalizou a proibição de courier services durante uma reunião aberta, impondo penalidades, inclusive o cancelamento da licença de revendedores que operassem com esses apps.
Processo judicial
Em 19 de maio, a ganhadora — identificada apenas como “Jane Doe” na ação judicial — entrou com um processo contra o estado.
Alega que comprou o bilhete de forma legal, antes da mudança de regra, e que a proibição retroativa impede o cumprimento de uma obrigação legal pré-existente.
Seu advogado, Randy Howry, argumenta que o TLC “não pode mudar as regras depois do sorteio para evitar pagar um prêmio legítimo”.
O processo alega ainda que o TLC reconheceu oficialmente a legitimidade do bilhete durante a validação em 17 de março, mas mesmo assim recusa-se a liberar o montante .