Você sabia que uma gigante do Oriente Médio está pronta para transformar o cenário energético no Brasil? Sim, a Acelen, empresa ligada ao fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, está prestes a iniciar um investimento massivo na Bahia, e os números são impressionantes.
A Acelen, criada pelo fundo de investimento Mubadala Capital, está prestes a dar início a um dos maiores investimentos no setor de energia renovável do Brasil.
A empresa anunciou que, até dezembro deste ano, começará a investir em sua primeira biorrefinaria no país, um projeto grandioso avaliado em US$ 3 bilhões, ou aproximadamente R$ 16,5 bilhões.
Localizada em Mataripe, na Bahia, a nova biorrefinaria ficará próxima à refinaria que a Acelen adquiriu da Petrobras há mais de dois anos.
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De acordo com fontes do setor, o complexo de biorrefino contará com um centro de tecnologia chamado Acelen Agripark.
A empresa está em fase final de negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um empréstimo de R$ 250 milhões, que já foi aprovado e deve ser liberado nas próximas semanas.
O objetivo é garantir que o projeto esteja totalmente operacional em 2027, com uma produção inicial de 1 bilhão de litros de biocombustível por ano.
A biorrefinaria: tecnologia e sustentabilidade
A biorrefinaria da Acelen vai produzir biocombustíveis utilizando principalmente a macaúba, uma planta nativa do Brasil. O óleo vegetal extraído dessa planta será misturado ao diesel para criar o diesel verde, além de ser usado na produção de querosene de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).
Para garantir o fornecimento contínuo de matéria-prima, a Acelen planeja adquirir 180 mil hectares de terras degradadas entre Minas Gerais e Bahia, divididos em cinco lotes iguais.
A produção da macaúba, que leva cerca de quatro anos para dar as primeiras colheitas, será gradualmente aumentada para suprir a demanda da biorrefinaria.
Nos primeiros anos de operação, enquanto a macaúba ainda está em desenvolvimento, a Acelen utilizará óleo de soja e gordura animal para iniciar o processo de produção de biocombustíveis.
Além disso, a empresa já está em conversas com fabricantes de aeronaves e companhias aéreas para garantir que o SAF produzido atenda às necessidades do setor de aviação.
Isso é especialmente relevante, considerando que o Congresso brasileiro está discutindo o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, que exigirá das companhias aéreas a redução das emissões em 1% ao ano a partir de 2027.
O interesse da Petrobras e o futuro do projeto
O novo projeto da Acelen surge em um momento de grandes movimentações no setor de energia brasileiro.
O Mubadala Capital está em conversas com a Petrobras para revender a maior parte das ações da Refinaria de Mataripe, que atualmente responde por cerca de 14% da capacidade de produção de combustíveis no Brasil.
No entanto, o processo de due diligence realizado pela Petrobras, que envolveu mais de 8 mil questionamentos, tem atrasado as negociações. A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou recentemente que a recompra da refinaria não é uma prioridade, embora tenha indicado que a empresa aceitaria uma doação.
Apesar desse cenário incerto, os acionistas da Acelen seguem firmes nos planos de investimento em transição energética, independentemente da participação da Petrobras.
A estratégia do Mubadala Capital, segundo fontes próximas, é usar o projeto da Acelen como um teste para avaliar a viabilidade de construir outras quatro biorrefinarias no Brasil.
O foco seria a exportação dos biocombustíveis produzidos nessas unidades, o que poderia posicionar o Brasil como um líder global na produção de energia renovável.
Desafios regulatórios e a disputa com a Petrobras
Enquanto a Acelen avança com seus planos, a Petrobras tem enfrentado desafios regulatórios e de concorrência. A Acelen entrou com um processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), questionando os preços de venda de petróleo praticados pela Petrobras, argumentando que esses valores não permitem a compra de petróleo a preços competitivos.
Além disso, a associação do setor, Refina Brasil, criticou recentemente ofícios encaminhados pelo Ministério de Minas e Energia ao Cade e à Agência Nacional do Petróleo (ANP), alegando práticas anticoncorrenciais por parte das refinarias privadas.
Essas disputas destacam a complexidade do mercado de combustíveis no Brasil e as dificuldades enfrentadas por novos entrantes, como a Acelen, que precisam lidar com as gigantes do setor e as regras impostas pelas agências reguladoras.
Investimentos em energia renovável e a criação de um parque solar
Enquanto aguarda a definição sobre a venda ou não da Refinaria de Mataripe, a Acelen não está parada. A empresa anunciou um investimento de R$ 500 milhões na construção de um parque solar que abastecerá a refinaria com energia limpa.
A expectativa é que o parque esteja totalmente operacional em 2026, contribuindo para a redução das emissões de carbono e para a sustentabilidade do projeto como um todo.
Desde a aquisição da refinaria na Bahia, o fundo árabe já investiu cerca de R$ 2 bilhões em melhorias e modernizações, o que reflete o compromisso de longo prazo com o desenvolvimento da infraestrutura energética do país.
Uma nova era para a energia no Brasil?
Com um investimento bilionário, tecnologia de ponta e foco em sustentabilidade, a Acelen promete transformar o setor de energia renovável no Brasil.
No entanto, as questões regulatórias e as negociações em curso com a Petrobras ainda trazem incertezas para o futuro do projeto.
Será que o Brasil está preparado para liderar uma nova era de produção de biocombustíveis e energia renovável? E como a entrada de players internacionais como a Acelen impactará o mercado nacional? Deixe sua opinião nos comentários!