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Empresa ligada a fundo Árabe vai investir 16 BILHÕES para criação de biorrefinaria na Bahia

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/08/2024 às 04:50
Atualizado em 20/08/2024 às 00:32
Investimento bilionário dos Emirados Árabes promete transformar o setor de energia renovável na Bahia, mas o futuro ainda é incerto. (Imagem: reprodução/ Inteligência artificial)
Investimento bilionário dos Emirados Árabes promete transformar o setor de energia renovável na Bahia, mas o futuro ainda é incerto. (Imagem: reprodução/ Inteligência artificial)

Você sabia que uma gigante do Oriente Médio está pronta para transformar o cenário energético no Brasil? Sim, a Acelen, empresa ligada ao fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, está prestes a iniciar um investimento massivo na Bahia, e os números são impressionantes.

A Acelen, criada pelo fundo de investimento Mubadala Capital, está prestes a dar início a um dos maiores investimentos no setor de energia renovável do Brasil.

A empresa anunciou que, até dezembro deste ano, começará a investir em sua primeira biorrefinaria no país, um projeto grandioso avaliado em US$ 3 bilhões, ou aproximadamente R$ 16,5 bilhões.

Localizada em Mataripe, na Bahia, a nova biorrefinaria ficará próxima à refinaria que a Acelen adquiriu da Petrobras há mais de dois anos.

De acordo com fontes do setor, o complexo de biorrefino contará com um centro de tecnologia chamado Acelen Agripark.

A empresa está em fase final de negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um empréstimo de R$ 250 milhões, que já foi aprovado e deve ser liberado nas próximas semanas.

O objetivo é garantir que o projeto esteja totalmente operacional em 2027, com uma produção inicial de 1 bilhão de litros de biocombustível por ano.

A biorrefinaria: tecnologia e sustentabilidade

A biorrefinaria da Acelen vai produzir biocombustíveis utilizando principalmente a macaúba, uma planta nativa do Brasil. O óleo vegetal extraído dessa planta será misturado ao diesel para criar o diesel verde, além de ser usado na produção de querosene de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).

Para garantir o fornecimento contínuo de matéria-prima, a Acelen planeja adquirir 180 mil hectares de terras degradadas entre Minas Gerais e Bahia, divididos em cinco lotes iguais.

A produção da macaúba, que leva cerca de quatro anos para dar as primeiras colheitas, será gradualmente aumentada para suprir a demanda da biorrefinaria.

Nos primeiros anos de operação, enquanto a macaúba ainda está em desenvolvimento, a Acelen utilizará óleo de soja e gordura animal para iniciar o processo de produção de biocombustíveis.

Além disso, a empresa já está em conversas com fabricantes de aeronaves e companhias aéreas para garantir que o SAF produzido atenda às necessidades do setor de aviação.

Isso é especialmente relevante, considerando que o Congresso brasileiro está discutindo o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, que exigirá das companhias aéreas a redução das emissões em 1% ao ano a partir de 2027.

O interesse da Petrobras e o futuro do projeto

O novo projeto da Acelen surge em um momento de grandes movimentações no setor de energia brasileiro.

O Mubadala Capital está em conversas com a Petrobras para revender a maior parte das ações da Refinaria de Mataripe, que atualmente responde por cerca de 14% da capacidade de produção de combustíveis no Brasil.

No entanto, o processo de due diligence realizado pela Petrobras, que envolveu mais de 8 mil questionamentos, tem atrasado as negociações. A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou recentemente que a recompra da refinaria não é uma prioridade, embora tenha indicado que a empresa aceitaria uma doação.

Apesar desse cenário incerto, os acionistas da Acelen seguem firmes nos planos de investimento em transição energética, independentemente da participação da Petrobras.

A estratégia do Mubadala Capital, segundo fontes próximas, é usar o projeto da Acelen como um teste para avaliar a viabilidade de construir outras quatro biorrefinarias no Brasil.

O foco seria a exportação dos biocombustíveis produzidos nessas unidades, o que poderia posicionar o Brasil como um líder global na produção de energia renovável.

Desafios regulatórios e a disputa com a Petrobras

Enquanto a Acelen avança com seus planos, a Petrobras tem enfrentado desafios regulatórios e de concorrência. A Acelen entrou com um processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), questionando os preços de venda de petróleo praticados pela Petrobras, argumentando que esses valores não permitem a compra de petróleo a preços competitivos.

Além disso, a associação do setor, Refina Brasil, criticou recentemente ofícios encaminhados pelo Ministério de Minas e Energia ao Cade e à Agência Nacional do Petróleo (ANP), alegando práticas anticoncorrenciais por parte das refinarias privadas.

Essas disputas destacam a complexidade do mercado de combustíveis no Brasil e as dificuldades enfrentadas por novos entrantes, como a Acelen, que precisam lidar com as gigantes do setor e as regras impostas pelas agências reguladoras.

Investimentos em energia renovável e a criação de um parque solar

Enquanto aguarda a definição sobre a venda ou não da Refinaria de Mataripe, a Acelen não está parada. A empresa anunciou um investimento de R$ 500 milhões na construção de um parque solar que abastecerá a refinaria com energia limpa.

A expectativa é que o parque esteja totalmente operacional em 2026, contribuindo para a redução das emissões de carbono e para a sustentabilidade do projeto como um todo.

Desde a aquisição da refinaria na Bahia, o fundo árabe já investiu cerca de R$ 2 bilhões em melhorias e modernizações, o que reflete o compromisso de longo prazo com o desenvolvimento da infraestrutura energética do país.

Uma nova era para a energia no Brasil?

Com um investimento bilionário, tecnologia de ponta e foco em sustentabilidade, a Acelen promete transformar o setor de energia renovável no Brasil.

No entanto, as questões regulatórias e as negociações em curso com a Petrobras ainda trazem incertezas para o futuro do projeto.

Será que o Brasil está preparado para liderar uma nova era de produção de biocombustíveis e energia renovável? E como a entrada de players internacionais como a Acelen impactará o mercado nacional? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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