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Empresa estrangeira coloca R$ 6,8 bilhões na mesa para construir primeiro túnel no Brasil capaz de passar dentro do mar

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 17/10/2025 às 16:08
Mota-Engil investe R$ 6,8 bilhões no túnel Santos-Guarujá, primeira ligação submersa do Brasil sob o mar. Obra muda o futuro do litoral paulista.
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O projeto histórico que promete transformar a ligação entre Santos e Guarujá avança após a confirmação da empresa portuguesa Mota-Engil, marcando o início de uma nova etapa para a infraestrutura do litoral paulista.

A publicação no Diário Oficial do Estado, nesta quinta-feira (16), encerrou o prazo de recursos e confirmou a portuguesa Mota-Engil como responsável pela implantação, operação e manutenção do Túnel Imerso Santos–Guarujá por 30 anos, em modelo de parceria público-privada.

Com o ato, a vencedora do leilão realizado em 5 de setembro está habilitada a avançar para a assinatura do contrato e os preparativos de obra.

Leilão confirmado e etapa seguinte

A concessão prevê investimento estimado de R$ 6,8 bilhões para erguer a travessia submersa que ligará Santos ao Guarujá, no litoral de São Paulo.

O certame foi conduzido na B3, na capital paulista, e consolidou a Mota-Engil à frente do projeto após a fase recursal.

A assinatura do contrato é o próximo passo formal antes da mobilização de canteiros e frentes de serviço.

Como será a travessia submersa

De acordo com o governo federal, o túnel terá 1,5 km de extensão, dos quais 870 metros serão imersos sob o estuário, caracterizando a primeira obra do tipo no país.

A ligação fixa promete reduzir a travessia para cerca de dois minutos, substituindo a atual baldeação por balsas, que leva em média 18 minutos e está sujeita a filas e atrasos.

Governança e monitoramento ambiental

A Autoridade Portuária de Santos (APS) comunicou que disponibilizou uma sala em sua sede para a equipe da concessionária e que acompanhará a execução por meio do Comitê Regional Permanente de Monitoramento de Impactos Ambientais, criado para fiscalizar as interferências da obra nas operações portuárias e na rotina urbana.

A atuação inclui avaliação prévia de ações, mitigação de impactos e interlocução com a comunidade local.

Reunião de alinhamento e diretrizes operacionais

Em 9 de outubro, representantes das prefeituras de Santos e Guarujá, da APS e da Mota-Engil participaram de uma reunião de alinhamento para definir diretrizes técnicas e operacionais do empreendimento.

Ficou estabelecido que, após a assinatura do contrato, ocorrerão encontros específicos sobre meio ambiente, interface com o porto e planejamento operacional.

A APS também realizará estudo de impacto nas operações para balizar eventuais intervenções ou suspensões temporárias no canal de navegação.

Papel dos governos e do porto

O projeto é conduzido pelo governo federal, por meio da APS, em parceria com o governo do Estado de São Paulo.

Na modelagem da PPP, a concessão é de 30 anos, ao fim dos quais o ativo retorna ao poder público.

A APS atua como interveniente, com aporte a obras infraviárias e responsabilidade por aprovar e acompanhar medidas que assegurem a continuidade das atividades portuárias durante a execução do túnel.

Aspas e simbolismo para a Baixada

Ao comentar a publicação no Diário Oficial, o presidente da APS, Anderson Pomini, afirmou: “É um compromisso que assumimos e que toma forma, tornando cada vez mais próximo esse sonho de 100 anos da Baixada Santista”.

A declaração ressalta a expectativa regional por uma ligação seca permanente entre as duas margens do estuário, demanda discutida há décadas em diferentes gestões.

Marcos do leilão e presença de autoridades

O leilão de 5 de setembro teve a participação de autoridades federais e estaduais e terminou com a escolha da proposta da Mota-Engil.

O governo federal destacou que a disputa integrou a carteira do Novo PAC e que a solução de engenharia é inédita no Brasil.

A comunicação oficial também citou a redução de tempos de deslocamento e os efeitos sobre emprego, renda e logística na Baixada Santista.

O que muda para a operação portuária

Enquanto o contrato não é assinado, APS e concessionária trabalham em um calendário que compatibilize janelas de obra com a rotina de atracações e manobras no canal de acesso.

A estratégia inclui programar intervenções em períodos de menor impacto e, quando necessário, interrupções pontuais acordadas com operadores e armadores para preservar segurança e produtividade.

O comitê regional será o foro permanente para monitorar riscos, validar medidas mitigadoras e comunicar regras temporárias a transportadores e usuários do porto.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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