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Empresa chinesa desenvolve equipamento que transforma qualquer bicicleta em uma bicicleta elétrica — instalação rápida, três modos de uso e autonomia de até 90 km

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/06/2025 às 17:21
Atualizado em 26/06/2025 às 08:39
bicicleta elétrica
Foto: Reprodução
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Novo sistema elétrico transforma qualquer bicicleta em bicicleta elétrica em segundos, com motor de 750 W, bateria portátil e controle simples no guidão.

Um novo motor elétrico compacto está chamando atenção no setor de mobilidade. O Kamingo, criado pelos chineses, foi desenvolvido transformar qualquer bicicleta comum em uma bicicleta elétrica de 750 W com assistência ao pedal, sem exigir modificações complexas.

Leve, discreto e fácil de instalar, o motor foi apresentado na Eurobike 2025, uma das maiores feiras do setor do mundo.

Instalação rápida e uso imediato

O grande diferencial do Kamingo é a proposta de instalação rápida e funcional.

O sistema é dividido em três partes: motor, bateria e controle.

A instalação inicial pode levar até três minutos, mas após isso, a substituição é rápida o suficiente para ser feita até durante o trajeto.

O objetivo é facilitar o uso do motor apenas quando necessário.

A bateria pesa 1,4 kg e tem 266 Wh de capacidade.

Seu formato lembra o de uma garrafa de água, o que facilita o transporte e encaixe no suporte da bicicleta ou em mochilas com estrutura para garrafas.

Segundo a fabricante, a autonomia pode chegar a 90 km, dependendo da forma de uso.

Motor compacto e potente

O motor da Kamingo pesa apenas 900 g e é do tamanho da palma da mão. Apesar do tamanho, ele entrega 750 W de potência máxima e 250 W de potência nominal.

O torque chega a 40 Nm, graças ao sistema interno de redução de engrenagens.

O controle de energia é feito por um algoritmo que ajusta o desempenho conforme a necessidade do ciclista.

A montagem do motor ocorre na traseira da bicicleta, em um suporte acoplado aos tubos do quadro. Já o controle fica no guidão e conta com um pequeno visor colorido.

Em vez de uma tela grande e cheia de recursos, a ideia é manter a leveza e exibir apenas o essencial: velocidade, distância e bateria.

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Compatibilidade e suporte

O sistema exige que a bicicleta tenha um quadro com escora traseira tradicional em formato triangular.

Embora esse tipo de estrutura seja comum, pode haver modelos modernos incompatíveis. Por isso, é importante verificar antes da compra.

Se a bicicleta já tiver um suporte padrão para garrafa, o processo é ainda mais simples. Caso contrário, a empresa envia um suporte próprio, incluso no kit.

O mesmo vale para os fixadores do motor e do controle, que acompanham ferramentas e parafusos.

O motor usa tração por fricção, um sistema tradicional que atua diretamente sobre o pneu. Ele é mais indicado para bicicletas de estrada ou urbanas com pneus de perfil baixo.

Três modos de condução

O Kamingo oferece três modos de uso: standby, assistência e cruzeiro.

No modo standby, o motor se desengata do pneu e a bicicleta funciona normalmente, sem qualquer interferência. Já no modo assistência, o motor se acopla e auxilia o ciclista durante a pedalada.

O modo cruzeiro permite aceleração total, sem necessidade de pedalar, desde que isso seja permitido pelas regras locais.

Nos Estados Unidos, a velocidade assistida chega a 32 km/h. Na Europa, o limite é de 25 km/h.

Ajustes automáticos e frenagem regenerativa

O sistema inclui sensores que adaptam a pressão do motor sobre o pneu. Isso evita derrapagens e proporciona uma transição suave entre os modos. O motor permanece sempre centralizado, mesmo com vibrações ou desníveis na estrada.

Outro destaque é a frenagem regenerativa. Quando o ciclista freia ou desce uma ladeira, o sistema recupera parte da energia e a armazena na bateria. Isso ajuda a prolongar a autonomia da e-bike durante o uso em terrenos variados.

Segurança integrada ao sistema

A segurança é reforçada por sensores que desligam o motor em situações de risco. Um deles detecta quedas e desativa o sistema automaticamente.

Outro sensor é ativado se galhos, pedras ou outros obstáculos ficarem presos entre o pneu e o motor. O motor é desengatado e uma mensagem de alerta aparece na tela do controle.

Essas medidas visam evitar danos ao equipamento e garantir mais segurança ao ciclista, especialmente em trilhas ou terrenos irregulares.

Venda direta ao consumidor

Diferente de outros modelos apresentados na feira que dependem de fabricantes de bicicletas, o Kamingo pode ser comprado diretamente pelos consumidores.

Ele está sendo lançado por meio de uma campanha no site Kickstarter, com preços a partir de US$ 349 — valor promocional com mais de 40% de desconto sobre o preço final de varejo.

A meta inicial era arrecadar US$ 10 mil, mas o projeto superou as expectativas e já acumula mais de US$ 650 mil.

A entrega está prevista para começar em dezembro, caso tudo siga conforme o cronograma.

Na página oficial do projeto no Kickstarter, o campo de destino está configurado para “Brasil” e a principal oferta, chamada “Oferta especial Eurobike“, inclui frete internacional gratuito.

A descrição informa que o produto será enviado para “qualquer lugar do mundo”, o que inclui o território brasileiro. Isso confirma que apoiadores brasileiros podem adquirir o kit diretamente pela plataforma.

Escolha prática para ciclistas urbanos

Com instalação simples, peso leve e autonomia razoável, o Kamingo se apresenta como uma alternativa prática para quem busca uma bicicleta elétrica sem abrir mão da bike tradicional.

Ele permite alternar entre pedal assistido e modo convencional em poucos segundos, com foco em uso urbano ou em estradas pavimentadas.

A proposta atende bem a ciclistas que não querem investir em uma e-bike completa ou que desejam ter flexibilidade no uso diário. O sucesso da campanha mostra que há espaço no mercado para soluções mais acessíveis e adaptáveis.

Agora, o desafio está em garantir que o sistema seja compatível com diferentes modelos de bicicletas e que a instalação continue simples mesmo para usuários com pouca experiência.

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Adelmir Borges Faria
Adelmir Borges Faria
26/06/2025 18:58

Eu quero, onde comprar?

Lindinaldo Francisco Pereira
Lindinaldo Francisco Pereira(@lm2representacaogmail-com)
25/06/2025 13:57

Muito bom, o problema será com o desgaste dos pneus que, por conta da fricção, irá se deteriorar muito mais rápido.

David
David
24/06/2025 17:19

Já existia desde o século passado na bike do vovô era um dínamo com a pilha para ascender o farol, agora só foi aperfeiçoamento.

Sidnei
Sidnei
Em resposta a  David
24/06/2025 19:54

Dínamo é pra gerar eletricidade ao custo do peso ao pedalar. Esse é um motor pra aliviar o pedal. Claro que motores por fricção na bicicleta também não é ideia nova pois ja tinha motores à gasolina que prendia na roda da frente da bicicleta e tracionava por fricção.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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