Kit portátil promete transformar bicicletas convencionais em elétricas em menos de um minuto, com autonomia de até 70 km e motor de 500 W, sem necessidade de ferramentas ou modificações permanentes no quadro.
A empresa LIVALL lançou um kit de conversão que promete eletrificar praticamente qualquer bicicleta em 60 segundos, oferecendo assistência de até 70 quilômetros por carga e pico de 500 W de potência.
Batizado de PikaBoost 2, o sistema reúne motor, bateria e eletrônica em um único módulo que se prende ao canote do selim e transfere tração por rolo de fricção no pneu traseiro.
A proposta é reduzir a barreira de entrada para a micromobilidade elétrica sem alterar o quadro e sem cabeamento externo visível.
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Como funciona o PikaBoost 2
O PikaBoost 2 é um bloco compacto que encosta no pneu e entra em ação quando a bicicleta já está em movimento.
A assistência é ativada automaticamente a partir de 5 km/h, o que evita desgaste do rolo nas paradas.
O controle de potência usa o algoritmo proprietário AAR 2.0, que lê a cadência para dosar o empuxo e suavizar as transições de força.
Em mercados que exigem limite legal, a velocidade assistida fica em 25 km/h.
Onde a norma permite, pode ser configurada para até 32 km/h.
Baterias e autonomia do kit
Há duas opções de bateria de íons de lítio.
A versão de 158 Wh entrega cerca de 50 km de alcance em modo de assistência.
O pack de 220 Wh eleva a autonomia para aproximadamente 70 km.
Ambas são removíveis e intercambiáveis, o que amplia o raio de uso para quem deseja levar um segundo módulo na mochila.
As recargas são feitas por USB-C.
Com carregador de 65 W, o ciclo completo leva cerca de 3 horas (158 Wh) ou 4 horas (220 Wh).
A fabricante declara vida útil de 1.000 ciclos com 80% da capacidade preservada.
Instalação simples e compatibilidade
A montagem consiste em fixar o suporte ao canote, encaixar o módulo e realizar a calibração pelo aplicativo.
O aperto principal utiliza parafusos com chave específica fornecida no kit, e não exige modificações definitivas no quadro.
O conjunto pesa cerca de 3 kg, próximo ao de um cadeado em U robusto, e pode ser retirado rapidamente para pedalar sem assistência.
Em termos de compatibilidade, a marca informa suporte a bicicletas rígidas com rodas de 14 a 29 polegadas e canotes redondos entre 25 e 35 mm.
Canotes de carbono e quadros com suspensão traseira não são recomendados.
Modos de uso e aplicativo
Quatro modos atendem a perfis distintos.
No Assist, o empurrão acompanha o ritmo de pedalada e facilita o anda e para urbano.
O Cruise mantém a velocidade atual sem necessidade de pedalar, ativado diretamente no controle remoto do guidão.
Para quem quer transformar descidas em treino, o Workout adiciona resistência ao giro e regenera parte da energia, com ganho típico de 1 a 3% de carga por quilômetro, a depender do trajeto.
Há ainda o Standby, que desliga a assistência sem retirar o módulo, útil para empurrar a bike em trechos a pé.
A interface combina um pequeno controle sem fio no guidão e aplicativo para Android e iOS.
Pelo app, o usuário ajusta limite de velocidade conforme a legislação local, escolhe o nível de assistência, atualiza o firmware e acompanha estatísticas de uso e de carga.
Segurança e recursos extras
A LIVALL incluiu rotinas de proteção eletrônica.
O sistema corta o motor automaticamente quando o giroscópio detecta inclinação superior a 30° e inicia um protocolo de SOS caso o ângulo passe de 60°.
Há também e-brake inteligente: ao acionar o manete com sensor, a assistência é interrompida de imediato para evitar empurrões indesejados.
O módulo integra luz traseira de LED, que funciona como luz de freio e pode sincronizar setas com capacetes inteligentes da marca.
A proteção contra água é classificada como IPX5 para o conjunto.
Desempenho em diferentes cenários
Em percursos urbanos com aclives moderados e piso regular, a assistência se mostrou suficiente para manter um ritmo fluido sem esforço excessivo do ciclista.
Em subidas íngremes ou com pneu muito liso, no entanto, a própria fabricante recomenda atenção.
Por se tratar de tração por fricção, o rolo pode patinar em inclinações maiores, principalmente se o pneu estiver úmido ou com pressão elevada.
Pneus com desenho mais aderente tendem a melhorar a tração em rampas.
Peso e portabilidade
Com aproximadamente 3 kg distribuídos entre corpo e bateria, o PikaBoost 2 disputa espaço com acessórios comuns do dia a dia.
Para quem precisa guardar a bicicleta em locais públicos, a retirada rápida reduz o risco de furto do kit e permite alternar entre uso elétrico e pedal “muscular” conforme a necessidade.
Atualizações e melhorias recentes
A fabricante vem liberando atualizações por OTA.
A versão 1.6.6, disponibilizada neste semestre, ajustou a entrega de potência para tornar a assistência mais linear em acelerações leves e em falsos planos.
O processo de upgrade é feito dentro do app oficial, sem necessidade de levar o produto à assistência.
Preço e envio internacional
A edição Powerful (com bateria de 220 Wh) é vendida na loja própria por US$ 369 e inclui controle remoto, bateria e ferragens de instalação.
A página informa envio internacional com remessa imediata, mas não traz detalhes sobre tributação local ou prazos de desembaraço.
Convertendo pelas cotações atuais, o valor gira em torno de R$ 1.800 antes de impostos, abaixo do custo de muitas e-bikes novas.
O preço final ao consumidor, contudo, depende de taxas e câmbio no momento da compra.
Tendência e limitações
Kits “plug-and-play” ganharam espaço porque preservam a bicicleta existente e permitem instalar a assistência apenas quando necessário.
Essa flexibilidade pesa a favor de soluções como o PikaBoost 2, sobretudo para deslocamentos diários na cidade. Ainda assim, há pontos em aberto.
A LIVALL não divulga torque máximo na ficha técnica, dado importante para quem pedala em regiões montanhosas.
Também não há, até o momento, referência pública a ensaios de longa duração em chuva intensa, condição crítica para sistemas de fricção e eletrônica exposta.
Não se encontrou informação sobre certificação por órgão brasileiro de metrologia, o que não impede a importação, mas pode restringir atendimento local.
Diante de um kit leve, portátil e com promessa de instalação rápida, a pergunta volta ao usuário: para o seu trajeto, faz mais sentido apostar em um módulo que eletrifica a bike de casa ou partir direto para uma e-bike completa?