O trator ENGESA 1128 marcou época ao unir potência, inovação nacional e conforto inédito para operadores, tornando-se símbolo de robustez nas grandes lavouras brasileiras. Sua presença é lembrada até hoje no universo da mecanização agrícola.
No final da década de 1970, o setor brasileiro de máquinas agrícolas registrou um avanço significativo com o lançamento do ENGESA 1128, modelo robusto produzido pela Inesa, uma empresa sediada em São Paulo.
Este trator, conhecido por sua grande potência e inovação tecnológica, foi desenvolvido para suprir a demanda de grandes produtores rurais que precisavam de desempenho e resistência no campo.
O ENGESA 1128 tornou-se símbolo de força e durabilidade, consolidando-se como referência no universo da mecanização agrícola nacional.
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Potência do ENGESA 1128 impulsionou a mecanização no campo
O projeto foi pensado para atender às condições adversas e exigentes do agronegócio brasileiro, especialmente em regiões de grandes lavouras.
O motor escolhido para equipar o modelo foi o Camin Série N, um seis cilindros em linha com 14 litros de capacidade, fabricado no Brasil.
Este propulsor, disponível nas versões aspirada e turbinada, entregava inicialmente 280 cavalos de potência, mas nas últimas versões alcançou o impressionante patamar de 310 cavalos.
Com esse desempenho, o trator conseguia rebocar os maiores implementos agrícolas disponíveis no mercado brasileiro da época.
Outro destaque do ENGESA 1128 era a transmissão, considerada avançada para os padrões nacionais do período.
O câmbio possuía 22 marchas, sendo 18 para frente e 4 para ré, oferecendo ao operador uma gama de opções para trabalhar em diferentes tipos de terreno e com variados implementos.
Esse recurso proporcionava maior versatilidade e produtividade durante as jornadas no campo.
Inovação, tração 4×4 e conforto de fábrica
A tração integral nas quatro rodas, identificada como 4×4, ampliava ainda mais a capacidade operacional do trator, permitindo vencer terrenos irregulares e condições adversas.
O modelo, além de força, oferecia conforto ao operador com a cabine climatizada de fábrica, algo inovador para tratores brasileiros naquele período.
Essa característica tornou o trabalho no campo mais agradável, principalmente em regiões de clima extremo.
A construção do ENGESA 1128 era articulada, o que facilitava manobras e aumentava a eficiência em áreas de plantio extensas.
O design robusto e imponente chamava atenção não apenas pelo tamanho, mas pela resistência dos materiais utilizados, atributo que colaborou para a reputação de máquina confiável e duradoura.
O trator foi rapidamente adotado por grandes propriedades rurais, especialmente em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná, onde o crescimento do agronegócio exigia equipamentos de alta performance.
ENGESA 1128: pioneirismo nacional e legado no agronegócio
Entre os tratores agrícolas nacionais com turbocompressor, o ENGESA 1128 está entre os pioneiros.
Sua tecnologia antecipou tendências de mecanização que, anos mais tarde, se tornariam padrão no segmento.
De acordo com registros da época, o modelo era capaz de trabalhar longas jornadas sem apresentar falhas mecânicas significativas, fator que elevou a confiança dos produtores na marca.
O auge do ENGESA 1128 ocorreu durante os anos 1980, período em que o Brasil expandia sua fronteira agrícola e demandava equipamentos cada vez mais potentes.
Sua popularidade também se deve à facilidade de manutenção, já que as peças eram produzidas no país, o que reduzia custos operacionais e garantia maior tempo de máquina em funcionamento.
Apesar do sucesso, a trajetória da Inesa foi interrompida em meados dos anos 1990, quando a empresa enfrentou uma grave crise financeira e acabou decretando falência.
Com isso, a produção do ENGESA 1128 foi encerrada.
Mesmo fora de linha, muitos exemplares permaneceram em operação, sendo encontrados até hoje em fazendas brasileiras, reflexo da durabilidade e robustez do projeto original.
O trator ENGESA 1128 ainda é lembrado por produtores e colecionadores
A presença do ENGESA 1128 em feiras agrícolas, exposições de máquinas antigas e eventos de colecionadores reforça seu status de ícone nacional.
Especialistas em mecanização agrícola e entusiastas da história do setor frequentemente apontam o trator como um marco tecnológico do país, lembrando de seu impacto sobre a produtividade rural e sobre a evolução dos maquinários nacionais.
Atualmente, alguns produtores ainda mantêm unidades do ENGESA 1128 em funcionamento, seja por questões de tradição, seja pelo desempenho comprovado do trator em determinadas tarefas.
O legado do modelo, portanto, segue vivo não apenas na memória dos agricultores, mas também nos campos onde, vez ou outra, é possível ver esse gigante nacional em ação.
Quais lembranças ou curiosidades você tem sobre o ENGESA 1128? Conhece alguém que já tenha operado ou ainda utiliza esse marco da engenharia brasileira no agronegócio?