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Empresa ameaça demitir funcionários que não se casem e tenham filhos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 16/03/2025 às 12:35
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Empresa gerou revolta ao impor que funcionários solteiros entre 28 e 58 anos se casassem até setembro ou perderiam seus empregos! A decisão causou polêmica e viralizou, forçando as autoridades a intervir.

Uma empresa localizada na região industrial da província de Shandong, na China, causou grande polêmica ao impor uma exigência inusitada a seus empregados: todos os funcionários solteiros entre 28 e 58 anos deveriam se casar até setembro de 2025 ou enfrentariam a demissão.

A decisão gerou forte repercussão nas redes sociais e atraiu a atenção das autoridades locais, resultando na revogação da medida em fevereiro deste ano, por violar as leis trabalhistas chinesas.

Uma tentativa de frear o declínio populacional

A medida drástica adotada pela Shandong Shuntian Chemical Group se insere em um contexto maior de preocupação do governo chinês com o envelhecimento da população.

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O país tem enfrentado uma queda acentuada na taxa de natalidade, agravada por fatores históricos como a política do filho único (1980-2015) e a urbanização acelerada.

Atualmente, a China possui cerca de 1,4 bilhão de habitantes, mas está envelhecendo rapidamente.

Projeções indicam que, nos próximos dez anos, aproximadamente 300 milhões de chineses chegarão à idade da aposentadoria, uma cifra equivalente à população total dos Estados Unidos.

Com menos jovens entrando no mercado de trabalho, o país pode enfrentar dificuldades econômicas sérias no futuro.

A polêmica exigência da empresa

O comunicado interno da empresa determinava que os empregados solteiros, inclusive os divorciados, deveriam “se casar e começar uma família antes de 30 de setembro de 2025”.

Caso não cumprissem essa exigência, a punição seria severa: rescisão do contrato de trabalho.

A regra foi amplamente divulgada por jornais estatais chineses, como o Global Times e o Beijing News, e causou uma enxurrada de críticas na internet.

A Shandong Shuntian Chemical Group não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas no comunicado original justificava que a regra era uma tentativa de incentivar os empregados a tomarem decisões importantes para suas vidas.

A empresa defendia valores como “diligência, bondade, lealdade, piedade filial e retidão”, ressaltando que queria estimular os trabalhadores a se estabilizarem emocionalmente e a formarem famílias.

Repercussão e revogação da regra

Diante da grande repercussão do caso, as autoridades locais intervieram e determinaram a revogação da medida, alegando que ela feria a legislação trabalhista chinesa.

No entanto, não foram especificados quais artigos da lei foram violados. A decisão de suspender a norma ocorreu em meados de fevereiro deste ano.

O casamento em declínio na China

A preocupação com o casamento e a natalidade não é sem motivo. O número de casamentos no país caiu 20% no ano passado, a maior queda já registrada.

A China tem adotado medidas para incentivar os jovens a casarem e terem filhos, incluindo campanhas públicas e programas educativos.

Algumas universidades passaram a oferecer “educação sobre o amor”, abordando a importância do casamento e da formação de família.

Mesmo assim, os jovens chineses estão cada vez mais reticentes em relação ao matrimônio e à parentalidade, citando razões como pressões financeiras, busca por estabilidade profissional e mudanças nos valores culturais.

A vida urbana moderna também impõe desafios, tornando a criação de filhos mais dispendiosa e menos atraente.

Desafios futuros

Diante desse cenário, o governo chinês precisará encontrar soluções viáveis para evitar uma crise demográfica e econômica. A escassez de mão de obra jovem pode comprometer a produtividade do país e impactar diversos setores.

O caso da Shandong Shuntian Chemical Group exemplifica os extremos a que algumas instituições estão dispostas a chegar para tentar conter essa tendência.

No entanto, como demonstrado pela reação das autoridades e da opinião pública, não há espaço para medidas coercitivas e discriminatórias no ambiente de trabalho.

A China continuará buscando formas de incentivar os casamentos e a natalidade, mas é improvável que medidas radicais, como a adotada pela empresa, sejam bem recebidas no futuro.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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