Mesmo sem revelar os nomes das nações interessadas, CEO da Embraer afirma que as negociações com novos compradores do KC-390 avançam e empresa busca expandir presença no setor de defesa global até 2030
A Embraer está em tratativas com até 10 países para ampliar a venda do cargueiro militar KC-390, afirmou o CEO Francisco Gomes Neto durante o Fórum Empresarial dos Brics, realizado no Rio de Janeiro. A informação foi revelada pela Reuters após entrevista com o executivo, que destacou o avanço nas negociações, embora tenha evitado divulgar os países envolvidos. O KC-390 tem sido um dos principais produtos de defesa da fabricante brasileira.
Nos últimos anos, o cargueiro de transporte militar já foi adquirido por nações como Portugal, Hungria, Áustria, Coreia do Sul e, mais recentemente, a Lituânia, consolidando sua presença em mercados estratégicos da Europa e da Ásia. Segundo Neto, o interesse global pela aeronave segue em alta. “Não posso falar nomes… mas estamos em conversas com cinco, dez países. É bastante”, afirmou.
Além da expansão comercial internacional, a Embraer mantém o objetivo de conquistar o mercado norte-americano, buscando convencer a Força Aérea dos Estados Unidos a adotar o KC-390. Até agora, a aeronave foi levada apenas para demonstrações no país, sem vendas concretizadas.
-
Carros voadores”, a nova aposta em que o BNDES decidiu investir R$ 405 milhões, será o futuro?
-
A incrível aeronave elétrica que cortou uma viagem de 10 horas para menos de 60 minutos
-
Empresa lança novo helicóptero sem cauda, movido a bateria, que usa apenas dois conjuntos de hélices para voar
-
O gigante de dois motores que bebe como um cargueiro: Boeing 777-300ER consome 7,8 toneladas de combustível por hora em voos de até 14.000 km
Receita recorde e novas encomendas impulsionam projeções
Ao comentar os resultados da companhia, o executivo destacou que a empresa alcançou receita recorde de US$ 6,4 bilhões em 2024, e projeta um aumento para até US$ 7,5 bilhões em 2025. A expectativa de longo prazo é atingir faturamento de US$ 10 bilhões até 2030, com impulso das vendas tanto no setor de defesa quanto no segmento de aviação comercial.
A Embraer também informou crescimento de 40% nas entregas no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado, e projeta um aumento adicional de 17% até o final deste ano. Essa melhora está relacionada à reorganização da cadeia de produção, que passou a distribuir as entregas ao longo do ano, e não apenas nos meses finais.
Recentemente, a empresa fechou acordos relevantes com empresas aéreas como uma escandinava, que encomendou 45 jatos comerciais, e uma japonesa, com 15 novas aeronaves encomendadas. Também foram anunciados negócios com a Airlink, da África do Sul, e SkyWest, dos Estados Unidos.
Confiança do mercado e desempenho das ações
O CEO afirmou que o mercado financeiro tem reagido positivamente aos resultados da Embraer. As ações da empresa superaram R$ 83 na última semana, atingindo seu maior valor histórico. O desempenho reforça a confiança dos investidores na estratégia de crescimento e consolidação da companhia no setor aeroespacial.
“Temos cumprido nossos objetivos ano após ano”, declarou Neto. Segundo ele, o plano estratégico lançado em 2020 priorizou ações como redução de custos, controle de estoques, foco em vendas e mudanças na cultura corporativa, o que tem gerado retornos sólidos e previsíveis.
A informação foi divulgada pela Infomoney, com base em declarações feitas por Francisco Gomes Neto durante o evento dos Brics. O canal também destacou o potencial da Embraer em diversificar ainda mais seus mercados e expandir sua influência na indústria global de defesa.
Com o atual clima político entre Brasil e Estados Unidos, você acha que há espaço para acordos estratégicos envolvendo a indústria de defesa, ou isso seguirá travando negócios como o do KC-390?