Elon Musk joga um balde de água fria nas esperanças de colonização de Marte ao afirmar que, ao ritmo atual, ele e boa parte de nós não viveremos para ver a humanidade pisar no Planeta Vermelho.
Em um comentário que fez muita gente parar para pensar, Elon Musk afirmou recentemente que “definitivamente estará morto” antes que os humanos cheguem a Marte — e, segundo ele, a maioria de nós também. A declaração foi dada durante a conferência Satellite 2020, em Washington, DC, e levanta questões sobre o futuro da exploração espacial e a viabilidade de transformar o sonho de colonizar Marte em realidade durante nossa vida.
Quando o assunto é exploração espacial, o nome Elon Musk é quase inevitável. Desde a fundação da SpaceX em 2002, o empreendedor tem liderado missões que antes pareciam ficção científica. Com mais de 370 lançamentos de foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy, a SpaceX se estabeleceu como uma peça-chave no jogo da corrida espacial moderna. Mas, apesar dos avanços, Elon Musk parece menos otimista sobre o cronograma para chegar a Marte.
”…definitivamente estarei morto antes de irmos para Marte” relata Elon Musk
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Durante a conferência Satellite 2020, Elon Musk foi direto: “Se levamos 18 anos só para nos prepararmos para colocar as primeiras pessoas em órbita, precisamos melhorar nossa taxa de inovação ou, com base em tendências passadas, definitivamente estarei morto antes de irmos para Marte“. A reflexão de Musk é um lembrete sóbrio de que, apesar do entusiasmo, a realidade tecnológica e financeira da exploração espacial pode estar muito aquém das nossas expectativas.
Custos envolvidos em levar pessoas e materiais para o Planeta Vermelho são, de fato, astronômicos
Musk não está sozinho em seu ceticismo. Embora as ambições de colonização de Marte sejam enormes, os desafios são igualmente grandiosos. Os custos envolvidos em levar pessoas e materiais para o Planeta Vermelho são astronômicos. Para se ter uma ideia, Musk estimou que, em 2017, o custo por tonelada de material enviado para Marte era de cerca de US$ 140.000 — o que, ajustado pela inflação, chega a cerca de US$ 200.000 por tonelada em 2023. O valor total para estabelecer um assentamento funcional em Marte poderia facilmente ultrapassar os US$ 200 bilhões, o que exige uma economia global preparada para investimentos dessa magnitude.
E não para por aí. Elon Musk tem visões grandiosas de uma colonização em massa de Marte, chegando a estimar que o custo para se mudar para lá possa ficar abaixo de US$ 500.000 — ou até menos de US$ 100.000. Mas, mesmo esses números mais “acessíveis” ainda representam um grande desafio para a maioria dos cidadãos. Com uma renda média anual de US$ 56.940 nos Estados Unidos, o sonho de Marte parece distante para a maioria.
Elon Musk mencionou que, na melhor das hipóteses, poderíamos ver um assentamento em Marte já em 2050
Além dos custos, há também a questão do tempo. Elon Musk mencionou que, na melhor das hipóteses, poderíamos ver um assentamento em Marte já em 2050. No entanto, os inúmeros atrasos nas missões Artemis da NASA e no desenvolvimento da Starship da SpaceX mostram que esse cronograma pode ser otimista demais. A complexidade geopolítica, as dificuldades técnicas e a necessidade de desenvolver tecnologias autossustentáveis para a sobrevivência em Marte são desafios que podem facilmente empurrar esse sonho para mais algumas décadas.
É uma maratona e não uma corrida
Apesar de todos esses desafios, Elon Musk continua sendo um dos maiores defensores da exploração espacial e da colonização de Marte. No entanto, ele também é realista quanto às limitações atuais. Ele sabe que, sem uma revolução na nossa taxa de inovação e na forma como abordamos a exploração espacial, ele, e possivelmente muitos de nós, não estará por aqui para testemunhar a concretização desse sonho.
A realidade é que a jornada para Marte ainda é uma maratona, não uma corrida. E, enquanto Musk continua pressionando os limites do que é possível, ele também nos lembra que o tempo é implacável. Se não acelerarmos, o sonho de colonizar Marte pode permanecer exatamente isso — um sonho.
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Parece que o sonho de pisar no Planeta Vermelho ainda está bem distante. Comenta aí o que você acha: será que vamos viver para ver isso acontecer ou o Musk está certo e só as próximas gerações vão curtir essa aventura?