As relações diplomáticas entre Índia e China estão afetando diretamente o setor automotivo. O governo indiano recusou investimentos da gigante chinesa BYD, citando preocupações estratégicas. Por outro lado, a Índia busca atrair Elon Musk para instalar uma fábrica da Tesla em seu território, sinalizando uma preferência por acordos com empresas ocidentais e reforçando sua posição geopolítica
O governo da Índia adotou uma postura firme contra a entrada de investimentos da fabricante chinesa BYD. O ministro de Comércio, Piyush Goyal, afirmou que “por agora, é um não” para a proposta de instalação de uma fábrica da montadora no país. A justificativa é a proteção dos interesses estratégicos nacionais.
Índia rejeita proposta bilionária da BYD
Durante o India Global Forum, em Mumbai, Goyal explicou que a Índia deve ser cautelosa quanto a quem permite investir em seu território.
A declaração foi feita em referência à proposta da BYD, que em 2023 havia sugerido investir US$ 1 bilhão em uma fábrica em parceria com uma empresa local. O projeto não avançou.
-
Por volta de R$ 60 mil e sem correia banhada a óleo, esse modelo da Chevrolet tem motor aspirado de até 106 cv, câmbio de 6 marchas, consumo de até 14 km/l e autonomia de 756 km; conheça o Chevrolet Onix Advantage
-
2 carros usados Nissan com motor 1.6, câmbio confiável, espaçosos, com bom desempenho, tecnologia e preços acessíveis, custando a partir de R$ 30 mil
-
Vale a pena assinar um carro? Fiat oferece modelos como Pulse e Fastback com seguro, manutenção e IPVA inclusos
-
BYD registra no Brasil modelo barato com autonomia total de 2.100 km e motor elétrico de até 217 cv; conheça o BYD Qin Plus
A fabricante chinesa não está sozinha. A Great Wall, outra montadora da China, também enfrentou barreiras e acabou desistindo do mercado indiano após não conseguir as autorizações regulatórias necessárias.
A Índia é atualmente o terceiro maior mercado automotivo do mundo, o que torna essas decisões especialmente relevantes no setor.
Relações tensas com a China influenciam decisões
A recusa à proposta da BYD parece se somar a um histórico conturbado nas relações entre Índia e China. Desde 1962, os dois países enfrentam disputas territoriais na fronteira, o que ainda influencia decisões políticas e comerciais. A reação do ministro Goyal é vista como parte dessa postura mais rígida diante de empresas chinesas.
O endurecimento do governo indiano com fabricantes da China contrasta com o entusiasmo demonstrado com a possibilidade de instalar uma fábrica da Tesla no país. A Índia tem demonstrado interesse em atrair a empresa de Elon Musk, e algumas medidas já foram tomadas nesse sentido.
Tesla ganha força com apoio governamental
Com apoio direto do governo indiano, a Tesla pode começar a vender seus carros no país ainda neste mês. Para isso, a Índia reduziu tarifas de importação de veículos estrangeiros, o que facilita a entrada dos modelos da marca.
O plano é mais ambicioso: espera-se que a Tesla instale uma de suas gigafábricas em solo indiano. A ideia é antiga, surgiu em 2021, mas foi adiada em 2022 e 2023. Em 2024, o projeto voltou a ganhar força, especialmente com a mediação de Elon Musk.
Relação entre Musk e Modi impulsiona negociações
A boa relação entre Elon Musk e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, também tem influenciado esse movimento. Os dois mantêm diálogo constante e se reuniram várias vezes nos últimos anos.
O governo da Índia espera ainda que os Estados Unidos aprovem a instalação da fábrica da Tesla no país, fortalecendo a presença da marca americana e abrindo um novo capítulo para o setor automotivo indiano.