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Em grande jogada, a China funde duas empresas e agora terá o maior estaleiro do mundo e vai bater de frente com os estaleiros dos EUA

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 13/08/2025 às 13:52
A China anuncia a criação do maior estaleiro do mundo, a CSSC. A fusão bilionária busca cortar custos e superar a turbulência do setor.
A China anuncia a criação do maior estaleiro do mundo, a CSSC. A fusão bilionária busca cortar custos e superar a turbulência do setor. Imagem: investnews
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A China anuncia a criação do maior estaleiro do mundo, a CSSC. A fusão bilionária busca cortar custos e superar a turbulência do setor.

Uma notícia que demonstra a ambição da China em consolidar sua liderança industrial em escala global. Uma fusão de US$ 16 bilhões entre dois estaleiros da China está prevista para ser concluída ainda nesta mês de agosto de 2025, um movimento que resultará na criação do maior estaleiro do mundo

A nova gigante naval, que passa a se chamar China State Shipbuilding, ou CSSC, surge em um contexto de intensa rivalidade com os EUA e tem como objetivo fortalecer o setor em meio às turbulências econômicas globais

Este é um marco para a indústria naval, que agora tem um novo e imponente líder.

Detalhes da fusão e a nova potência global

A nova entidade que forma o maior estaleiro do mundo é resultado da união de duas das maiores empresas do setor no país. 

Conforme anunciado, a CSSC, que já era um dos maiores grupos, deve absorver sua parceira na fusão, a China Shipbuilding Industry. 

O processo de integração, que será finalizado ainda em agosto de 2025, é uma manobra estratégica que visa criar uma potência naval sem precedentes na história.

A escala da nova empresa é impressionante e comprova seu status como maior estaleiro do mundo

A fusão irá totalizar mais de 530 navios e 54 milhões de toneladas de porte bruto, uma capacidade de produção que supera amplamente a de qualquer outro concorrente global. 

Para se ter uma ideia da dimensão, a nova CSSC terá uma receita anual de cerca de US$ 18 bilhões, solidificando sua posição de liderança financeira no setor. 

A relevância da fusão se estende a todo o mercado, pois, segundo dados de novos pedidos da Clarksons Research, juntas, as empresas representaram quase 17% do mercado global no ano passado.

A estratégia por trás da fusão e a rivalidade com os EUA

A fusão não é apenas uma questão de números e escala; ela é, na verdade, uma resposta estratégica a um cenário geopolítico e econômico complexo. 

A fusão espera usar seu volume para cortar custos e superar a turbulência do setor causada pelas medidas de Trump. 

A guerra comercial e as tensões entre a China e os Estados Unidos criaram um ambiente de incerteza que afetou a cadeia de suprimentos e o comércio internacional. 

A nova CSSC, com seu volume de produção colossal, espera ganhar poder de barganha, otimizar a cadeia de valor e reduzir custos de forma que seus concorrentes não podem, blindando-se assim contra futuras oscilações do mercado.

Este movimento é também um claro reflexo da rivalidade com os EUA no campo tecnológico e de segurança. 

A China vem investindo pesado em sua marinha e na modernização de sua frota comercial. 

Ter o maior estaleiro do mundo sob controle estatal permite ao governo chinês uma capacidade sem igual de produzir navios, tanto para fins comerciais quanto militares, fortalecendo sua posição como uma potência naval global.

O impacto no mercado global e o futuro do setor naval

A criação da nova gigante, que fica na China, tem um impacto direto no mercado global de construção naval. Estaleiros em países como Coreia do Sul e Japão, que tradicionalmente competem com a China, agora terão um rival de proporções sem precedentes. 

A nova CSSC pode ditar o ritmo do setor, estabelecendo novos padrões de preços e eficiência que serão difíceis de serem acompanhados.

Para o mercado, a fusão pode significar uma maior consolidação e menos concorrência a longo prazo. 

A China, com sua estratégia de longo prazo, demonstra que não está apenas reagindo às pressões externas, mas tomando a dianteira para moldar o futuro da indústria naval. 

O nascimento do maior estaleiro do mundo em solo chinês é um sinal de que a nação asiática está se preparando para liderar não apenas na produção, mas na inovação e na estratégia do setor. 

A fusão da CSSC e da China Shipbuilding Industry é, portanto, mais do que uma transação de bilhões de dólares; é uma declaração de intenções sobre o poder econômico e geopolítico da China no século XXI.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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