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Em crise, cooperativa mais antiga do Brasil atrasa pagamentos e deixa associados e credores apreensivos com troca de comando e venda de ativos

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 17/09/2025 às 00:34
Em crise, cooperativa mais antiga do Brasil atrasa pagamentos e deixa associados e credores apreensivos com troca de comando e venda de ativos
A Cotribá, cooperativa fundada em 1911 em Ibirubá, no norte do Rio Grande do Sul, vive um dos momentos mais delicados de sua história.
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Cotribá confirma corte de custos, alienação de unidades e criação de um comitê de reestruturação. Novo CEO, Luis Felipe Maldaner, assume com a missão de recuperar credibilidade e caixa.

A Cotribá, cooperativa fundada em 1911 em Ibirubá, no norte do Rio Grande do Sul, vive um dos momentos mais delicados de sua história centenária. Em meio a atrasos de pagamentos a associados e fornecedores e à necessidade de reforçar o caixa, a entidade iniciou a venda de ativos e anunciou uma guinada na gestão.

Em 12 de setembro, foi confirmada a contratação de Luis Felipe Maldaner como CEO, executivo com passagens por Banco do Brasil e Badesul, que assume o comando nesta quarta-feira, 17 de setembro. Segundo o Jornal do Comércio, a dívida de curto prazo é estimada em R$ 100 milhões, o que explica a urgência de medidas de saneamento.

A radiografia da crise apareceu em sequência de comunicados e atos concretos. Em 29 de julho, a cooperativa instituiu um Comitê de Reestruturação para acompanhar ações de governança e finanças. Dias depois, 31 de julho, confirmou a venda de uma unidade de armazenagem em Pantano Grande à Cotriel, transação apresentada como forma de gerar caixa e reorganizar passivos.

Em agosto, dois postos de combustíveis em Ibirubá passaram à operação da Rede Santa Terezinha, movimento que reforçou a estratégia de desinvestimentos.

Reestruturação em marcha: comitê, cortes e alienações para aliviar a pressão financeira

O Comitê de Reestruturação foi criado para “reforçar a solidez institucional” e balizar decisões administrativas, numa resposta direta à piora do quadro de liquidez. A medida foi tornada pública em 29 de julho e marca o início formal do plano de reequilíbrio. A comunicação oficial ressalta a preservação dos princípios cooperativistas, mas admite o cenário adverso no agro gaúcho.

Na frente patrimonial, a venda da unidade de Pantano Grande para a Cotriel foi informada em 31 de julho. A estrutura tem capacidade para 610 mil sacas de grãos, o que dá dimensão do porte do ativo alienado e da necessidade de liquidez no curto prazo. A própria Cotriel destacou a integração operacional da unidade e os ganhos de eficiência com a aquisição.

Já em agosto, a reestruturação avançou sobre o varejo de combustíveis: dois postos da Cotribá em Ibirubá passaram à Rede Santa Terezinha. O redesenho do portfólio de negócios mira foco operacional e entrada de recursos para honrar compromissos. Conteúdos locais e publicações regionais registraram a troca de operação e a chegada da rede à cidade, reforçando o caráter emergencial das medidas.

Troca de comando: quem é o CEO e qual o plano imediato

Anunciado em 12 de setembro, Luis Felipe Maldaner estreia como primeiro CEO da Cotribá com mandato de liderar a reestruturação financeira e administrativa, centralizando a comunicação sobre o tema e sinalizando profissionalização da governança.

Em entrevista ao Jornal do Comércio, Maldaner confirmou que só comentará números após análise interna, reconhecendo a “situação delicada” que precisa ser enfrentada. O perfil do executivo inclui experiência em crédito e gestão pública, um ativo relevante para negociar com credores e organizar fluxo de caixa.

A chegada do CEO ocorre com associados relatando atrasos na liquidação de grãos desde maio e pagamentos sendo feitos de forma parcelada, à medida que ativos são vendidos. O Jornal do Comércio ouviu produtores que falam em dívida “expressiva” com a base social, mas sem temor de calote, e sim apreensão com o ritmo de quitação. O jornal também destaca indicadores do balanço auditado de 2024, entre eles a queda do patrimônio líquido e ressalvas do auditor sobre classificação de dívidas de curto prazo.

Negociação com credores e transparência aos associados

Do lado financeiro, a prioridade é encaixar calendário de pagamentos com a entrada de caixa vinda de alienações e de operações de crédito, além de revisar processos e despesas. A própria comunicação da cooperativa e reportagens setoriais indicam negociações em andamento e uma janela de até 90 dias para novos aportes, no contexto do comitê. O êxito depende de governança, transparência e diálogo com a base para preservar a cooperação e a atividade econômica nos municípios atendidos.

Nesse tabuleiro, comunicar prazos e critérios de priorização será decisivo para recuperar confiança. Ativos com maior liquidez e menor impacto estratégico devem seguir no radar de venda, enquanto unidades essenciais à operação tendem a ser preservadas. O Supermercado Cotribá de Ibirubá, símbolo local, não aparece entre os primeiros ativos à venda segundo cobertura regional, o que indica cuidado com a percepção pública e com a manutenção de serviços à comunidade.

Na sua opinião a Cotribá deveria priorizar quem receber primeiro: associados produtores, fornecedores locais ou bancos? Você conhece alguém afetado pela reestruturação ou discorda das vendas de ativos como “solução rápida”? Conte nos comentários.

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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