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Em 2009, um estudante canadense roubou um Cessna, invadiu os Estados Unidos e voou por horas esperando ser abatido por caças F-16

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 21/10/2025 às 15:41
Quando um estudante canadense cruzou a fronteira dos EUA em um pequeno avião esperando ser abatido por caças F-16
Quando um estudante canadense cruzou a fronteira dos EUA em um pequeno avião esperando ser abatido por caças F-16
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O estudante canadense que roubou um Cessna em 2009, cruzou a fronteira com os Estados Unidos e voou por horas esperando ser abatido, protagonizou um dos episódios mais improváveis da aviação moderna, misturando desespero pessoal e reação militar controlada

Em abril de 2009, um estudante canadense provocou uma das perseguições aéreas mais inusitadas da história recente da aviação. O caso, que envolveu caças F-16 da Guarda Aérea Nacional dos Estados Unidos, começou com o furto de um pequeno avião de instrução e terminou com a rendição de um homem em crise, que afirmava ter decolado na esperança de ser abatido em pleno voo.

A operação mobilizou órgãos civis e militares em dois países e revelou falhas nos protocolos de segurança da aviação leve. Ao mesmo tempo, trouxe à tona o aspecto psicológico de uma ação que, embora parecesse deliberada, escondia um quadro grave de sofrimento mental e tentativa de suicídio.

Roubo do Cessna e voo sem contato por mais de sete horas

No dia 6 de abril de 2009, Adam Dylan Leon, então com 31 anos e aluno da Confederation College Flight School, em Thunder Bay, Ontário, decolou sem autorização em um Cessna 172 da escola.

Ele não entrou em contato com a torre de controle, contrariando todos os protocolos de segurança aérea.

Pouco após a decolagem, a aeronave cruzou o Lago Superior em direção ao território norte-americano.

O sistema de defesa aérea dos Estados Unidos detectou o voo não autorizado e acionou um alerta de interceptação. Dois caças F-16 foram enviados para acompanhar o pequeno avião, que já sobrevoava o estado de Wisconsin.

Segundo relatos oficiais, os pilotos dos F-16 tentaram estabelecer comunicação via rádio e até por sinais visuais, sem sucesso.

Adam ignorava todas as tentativas, mantendo um rumo constante em direção ao sul do país.

O FBI passou a monitorar a rota em tempo real, enquanto prédios públicos em Madison, capital de Wisconsin, chegaram a ser evacuados por precaução.

Interceptação, pouso forçado e fuga a pé pelo Missouri

Após mais de sete horas de voo ininterrupto, o estudante canadense pousou em uma estrada de terra no estado do Missouri, durante a noite.

O Cessna foi abandonado com o motor ainda quente. Adam deixou o local a pé, caminhando por áreas rurais até ser encontrado e preso pela polícia local.

O custo estimado da perseguição aérea e das operações de segurança ultrapassou US$ 230 mil, segundo registros da época.

Apesar da tensão gerada, nenhuma pessoa ficou ferida e nenhum equipamento militar chegou a disparar contra o avião civil.

O verdadeiro motivo: uma tentativa de suicídio em voo

Durante o interrogatório, Adam revelou que sua intenção era morrer abatido pelos caças F-16.

Ele afirmou estar em tratamento psiquiátrico e ter passado por internações poucos dias antes do episódio.

O gesto, segundo documentos posteriores, foi resultado de um quadro grave de depressão e desorientação emocional.

O tribunal reconheceu que ele não buscava ferir ninguém, mas apenas encerrar a própria vida.

Ainda assim, foi acusado de entrada ilegal nos Estados Unidos, furto e transporte interestadual de aeronave roubada, sendo condenado a dois anos de prisão em novembro de 2009.

Em 2010, Adam foi liberado para responder às acusações no Canadá, onde posteriormente acabou absolvido após a comprovação de que sofria de transtornos psiquiátricos severos.

Três dias antes do roubo, ele havia sido internado por motivos de saúde mental, o que reforçou o entendimento de que o caso se tratava de um episódio suicida e não de ameaça à segurança nacional.

Repercussões e lições para a segurança aérea

O episódio serviu de alerta para escolas de aviação e autoridades sobre a vulnerabilidade de aeronaves leves e o controle de acesso a hangares e pistas de treinamento.

Após o incidente, diversas instituições no Canadá e nos EUA revisaram seus protocolos de segurança e acompanhamento de alunos em formação, principalmente nas fases iniciais de voo solo.

Também se discutiu o papel dos protocolos de interceptação aérea, que mostraram eficiência na contenção do risco sem recorrer ao uso da força.

O caso foi posteriormente analisado em relatórios de segurança aérea como exemplo de decisão equilibrada diante de uma ameaça de natureza psicológica, e não terrorista.

O caso do estudante canadense que cruzou fronteiras esperando a própria morte ilustra como crises pessoais podem gerar reações em escala internacional, envolvendo forças armadas, agências de segurança e instituições civis.

Mesmo sem vítimas, o episódio permanece como um alerta sobre saúde mental, protocolos de vigilância e empatia diante do sofrimento humano.

E você, acha que as forças de defesa agiram corretamente ao não abater o avião? Como o sistema aéreo deveria reagir a situações em que o perigo é emocional, e não estratégico? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem reflete sobre os limites entre segurança e humanidade.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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