Ação do bilionário Elon Musk, por meio do America PAC, visa apoiar candidato conservador e reacende debate sobre influência financeira nas eleições judiciais nos EUA
Elon Musk voltou a gerar polêmica no cenário político norte-americano. Desta vez, o bilionário está oferecendo US$ 100 a eleitores registrados no estado de Wisconsin para que assinem uma petição contra “juízes ativistas”. A ação é promovida por meio de seu comitê de ação política, o America PAC, que também promete um bônus adicional de US$ 100 para cada nova assinatura indicada por um eleitor.
A petição tem como objetivo demonstrar apoio à interpretação estrita da Constituição, segundo o PAC. “Juízes devem interpretar as leis como estão escritas, não reescrevê-las para se adequarem a suas agendas pessoais”, afirma o documento, segundo o portal Business Insider.
Disputa pela Suprema Corte de Wisconsin é o foco de Elon Musk
A medida acontece às vésperas da eleição estadual para a Suprema Corte de Wisconsin, marcada para 1º de abril de 2025. O cargo em disputa pode alterar o equilíbrio ideológico da corte, influenciando decisões sobre aborto, leis eleitorais e redistritamento legislativo. O America PAC está apoiando o candidato conservador Brad Schimel, ex-procurador-geral do estado.
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O site AP News relatou que a iniciativa de Elon Musk tem sido recebida com preocupação por entidades que monitoram a integridade eleitoral. Durante as eleições presidenciais de 2024, táticas semelhantes foram utilizadas pelo mesmo PAC, levando o Departamento de Justiça dos EUA a emitir um alerta sobre possíveis violações legais.
Debate sobre legalidade e ética
Segundo a Vanity Fair, Elon Musk oferecer dinheiro em troca de apoio político pode ser interpretado como tentativa de compra de influência eleitoral. Juristas argumentam que, embora tecnicamente seja uma “incentivação para participação cívica”, a prática se aproxima perigosamente de violação da legislação eleitoral americana.
A comunidade política do estado acompanha atentamente os desdobramentos. Para analistas ouvidos pela Axios, o caso pode abrir precedente sobre o papel de grandes fortunas em campanhas judiciais locais. O tema reacende o debate sobre o financiamento privado e a independência do judiciário nos Estados Unidos.
O que dizem os apoiadores e críticos
Defensores da ação de Elon Musk afirmam que o incentivo financeiro tem como objetivo engajar eleitores apáticos e ampliar a participação em decisões judiciais importantes. O America PAC afirmou à imprensa que está dentro da legalidade e que todas as assinaturas serão verificadas.
Por outro lado, opositores apontam que a estratégia pode minar a confiança no processo eleitoral, tornando-o dependente da capacidade financeira de influenciadores e grupos empresariais. A discussão, segundo o The Verge, está ganhando proporções nacionais, já que a Suprema Corte estadual tem impacto indireto em temas de interesse federal.