Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, registrou um crescimento de 145,8% no Brasil, alcançando 326,8 mil clientes e tornando-se líder no setor. Entretanto, autoridades brasileiras apreenderam equipamentos da Starlink em operações contra garimpos ilegais na Amazônia, levantando preocupações sobre o uso indevido da tecnologia em atividades criminosas.
No vasto território brasileiro, onde a conectividade sempre foi um desafio, especialmente em áreas remotas, uma revolução silenciosa vem ocorrendo.
A Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, tem transformado o cenário da conectividade no país, oferecendo acesso à internet em locais antes inalcançáveis pelas operadoras tradicionais.
Em 2024, a Starlink registrou um crescimento impressionante de 145,8% no Brasil, encerrando o ano com 326,8 mil clientes.
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Esse avanço significativo posicionou a empresa como líder no segmento de internet via satélite, ultrapassando concorrentes tradicionais como a HughesNet, que anteriormente dominava o mercado fornecendo serviços principalmente para áreas de difícil acesso.
Crescimento em todas as regiões
A expansão da Starlink não se limitou a uma região específica. Todas as cinco regiões brasileiras apresentaram crescimento superior a 100% no número de assinantes da empresa.
O destaque foi para a região Sul, que registrou um aumento de 172,9% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024.
Esse crescimento pode ser parcialmente atribuído à doação de antenas pela Starlink para auxiliar socorristas durante as enchentes no primeiro semestre de 2024.
Em termos absolutos, a região Norte lidera com 105,2 mil acessos.
A dificuldade das operadoras tradicionais em alcançar áreas interiores e regiões de mata contribuiu para a adoção massiva dos serviços da Starlink.
No Sudeste, foram contabilizados 96 mil acessos, representando um aumento de 152,5% em um ano.
Promoções e estratégias de mercado
Para impulsionar sua base de clientes, a Starlink implementou diversas promoções ao longo de 2024, oferecendo descontos de até 50% em seus pacotes.
Essa estratégia tornou o serviço mais acessível a uma parcela maior da população, especialmente em áreas onde a infraestrutura de internet é limitada ou inexistente.
Desafios legais e apreensões em garimpos ilegais
Apesar do crescimento robusto, a Starlink enfrentou desafios significativos no Brasil.
Autoridades brasileiras identificaram o uso de equipamentos da empresa em atividades ilegais, como garimpos clandestinos na Amazônia.
Até o momento, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou 54 apreensões de equipamentos da Starlink em operações contra mineração ilegal.
Além disso, em agosto de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio das contas bancárias da Starlink no país.
A medida foi uma resposta à dificuldade em contatar representantes da plataforma X (antigo Twitter), também de propriedade de Elon Musk, para cobrança de multas pendentes.
Esse episódio destacou as complexidades legais e operacionais enfrentadas pela empresa no Brasil.
Concorrência e perspectivas futuras para Starlink
O domínio da Starlink no mercado brasileiro de internet via satélite chamou a atenção de concorrentes e do governo.
Em novembro de 2024, o governo brasileiro iniciou negociações com a empresa chinesa Spacesail para estabelecer uma alternativa à Starlink, buscando diversificar os fornecedores de internet via satélite e reduzir a dependência de uma única empresa.
Essa iniciativa visa promover a concorrência e garantir a soberania digital do país.
Para especialsitas, a trajetória da Starlink no Brasil em 2024 exemplifica como a inovação tecnológica pode rapidamente transformar mercados e sociedades.
Embora a empresa tenha alcançado marcos significativos em termos de expansão e número de clientes, desafios legais e questões relacionadas ao uso indevido de sua tecnologia ressaltam a necessidade de uma abordagem equilibrada entre inovação e responsabilidade.
De todo modo, entendedores do assunto afirmam que o futuro da conectividade no Brasil dependerá de como empresas, governo e sociedade civil navegarão por essas complexas interseções.