Nova fábrica em Manaus aposta em tecnologia de motores BLDC, com foco em eficiência energética, operação silenciosa e expansão da indústria nacional de climatização e automação, após o maior aporte industrial recente da Elgin.
A Elgin inaugurou uma fábrica de motores BLDC em Manaus com investimento de R$ 200 milhões, reforçando a autossuficiência em componentes críticos e a estratégia de exportar tecnologia feita no país.
A unidade integra o complexo industrial já existente na Zona Franca e foi projetada para operar com energia renovável, reduzindo emissões logísticas e encurtando prazos de entrega para clientes no Brasil e na América Latina.
Brasil no mapa global da climatização
Em um cenário de diversificação de cadeias produtivas, a companhia mira espaço entre os fornecedores estratégicos do setor.
-
Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil pode ser votada em breve e beneficiar milhões de brasileiros
-
Terras raras viram moeda de barganha entre China e Estados Unidos em disputa por chips de IA da empresa mais valiosa do mundo Nvidia
-
Novo trem de alta velocidade no Brasil promete ligar cidades em 35 minutos, com 10 estações e tarifa igual ao ônibus
-
Não perca seu Dinheiro! Mais de 600 mil aposentados e pensionistas ainda não adquiriram o acordo de ressarcimento
De acordo com o vice-presidente comercial, Anderson Bruno, “a fabricação desses motores em território brasileiro posiciona a Elgin no mapa estratégico global de climatização”.
A leitura é que a produção local confere resiliência ao abastecimento e amplia a competitividade nos mercados que buscam alternativas fora dos polos tradicionais.
O que diferencia os motores BLDC
Motores de corrente contínua sem escovas dispensam o contato mecânico das escovas tradicionais, eliminando atrito e desgaste.
O desenho resulta em maior eficiência energética, operação mais silenciosa e vida útil prolongada.
Além disso, o controle eletrônico permite ajuste fino de velocidade e torque, característica essencial para aplicações que exigem resposta precisa.
Por essas propriedades, a tecnologia ganhou espaço em climatização, automação industrial e veículos elétricos, segmentos que demandam desempenho, confiabilidade e consumo reduzido.
Produção sustentável e centro de inovação
A nova planta foi concebida para utilizar fonte renovável de energia e incorporar processos alinhados às políticas ambientais da empresa.
Ao internalizar a fabricação de motores, a Elgin reduz dependência de importações e a pegada de carbono associada ao transporte internacional.
Em paralelo, a unidade abriga um centro de co-desenvolvimento, ambiente em que equipes de engenharia e clientes podem testar e simular soluções sob medida antes da escala industrial.
A proposta busca acelerar a inovação e diminuir o tempo entre protótipo e produção.
Mercados atendidos e expansão de fornecimento
Com o polo operacional em Manaus, a companhia expande sua capacidade de atender fabricantes de ar-condicionado residencial e comercial, automação predial, HVAC e refrigeração industriais e climatização embarcada em ônibus, trens e embarcações.
A expectativa é de ganhos logísticos e padronização técnica para clientes que hoje dependem de importações, além de abertura de canais para exportações na região.
Estratégia e posicionamento industrial
A empresa indica que o investimento é o maior aporte industrial da sua história recente, movimento alinhado à intenção de figurar entre fornecedores integrados de Climatização e Automação Industrial.
Segundo o COO, Caio Guazzelli, “a iniciativa é essencial para fortalecer a inovação nacional, gerar valor local e ampliar a atuação como fornecedora integrada nos setores de Climatização e Automação Industrial”.
Em termos operacionais, a presença de um parque fabril modernizado permite escalonar volumes com controle de qualidade e rastreabilidade de ponta a ponta.
Benefícios técnicos para uso final
Na climatização, a eficiência e o controle dos BLDC favorecem menor consumo de energia e níveis de ruído mais baixos, pontos-chave em ambientes residenciais e corporativos.
Em automação, o ajuste preciso reduz oscilações e picos de corrente, prolongando o ciclo de vida do equipamento.
Já em veículos elétricos e sistemas embarcados, a alta densidade de potência e a resposta imediata auxiliam em aplicações que exigem confiabilidade contínua e gestão térmica cuidadosa.
Inauguração oficial da unidade
A cerimônia ocorreu na segunda-feira, 4 de agosto de 2025, reunindo clientes, parceiros e executivos. Estiveram presentes Edy e Rafael Feder (CEO), o ex-jogador Cafu, embaixador da marca, e José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros.
O evento simbolizou a entrada formal da unidade no cronograma produtivo, com a meta de ampliar gradualmente o fornecimento a diferentes segmentos ao longo dos próximos ciclos de demanda.
Impacto na cadeia de suprimentos
Ao internalizar um componente central dos sistemas de climatização, a Elgin pretende encurtar lead times, reduzir exposição cambial e aumentar a previsibilidade de custos para clientes.
A localização em Manaus conecta a fábrica a fornecedores e operadores logísticos já estabelecidos na Zona Franca, o que facilita a integração com linhas de montagem de ar-condicionado e outros equipamentos do setor.
Perspectiva de exportação e competitividade
Enquanto parte da produção deve atender o mercado doméstico, a empresa mira exportações para países da América Latina, aproveitando afinidade regulatória e proximidade logística.
Em paralelo, a operação com energia renovável e ganhos de eficiência contribui para metas ESG de clientes que precisam comprovar desempenho ambiental de sua cadeia.
A combinação de tecnologia proprietária, capacidade instalada e parcerias de desenvolvimento é vista internamente como base para capturar demanda crescente por motores de alto desempenho.
Com a fábrica em operação e a aposta em motores sem escovas, a indústria nacional ganha um fornecedor local de peso; a pergunta agora é: como essa capacidade instalada vai se refletir em preço, prazos e inovação ao longo da próxima temporada de demanda por climatização?