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Eles pareciam promissores, mas falharam feio: 3 carros automáticos que viraram dor de cabeça por câmbios com trancos, superaquecimento e sensores imprecisos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/09/2025 às 22:48
Descubra 3 carros automáticos que ficaram marcados por falhas de câmbio, altos custos de manutenção e fama de dor de cabeça no Brasil.
Descubra 3 carros automáticos que ficaram marcados por falhas de câmbio, altos custos de manutenção e fama de dor de cabeça no Brasil.
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Três câmbios automáticos vendidos no Brasil prometeram conforto acessível, mas acumularam falhas recorrentes, alto custo de manutenção e má reputação entre os consumidores. A história desses sistemas ajuda a entender por que alguns usados exigem cautela redobrada.

Ter um automático costuma significar praticidade nas rotinas urbanas, porém três sistemas vendidos no Brasil acumularam reclamações de trancos, superaquecimento e sensores imprecisos, encarecendo a manutenção e comprometendo a confiabilidade.

São eles: o i-Motion da Volkswagen, o Dualogic/GSR da Fiat e o PowerShift da Ford.

Em comum, prometiam conforto por preço acessível; na prática, multiplicaram visitas à oficina e exigiram atenção redobrada no mercado de usados.

Ao longo dos anos, esses câmbios automatizados e de dupla embreagem ganharam espaço em modelos populares e compactos, o que ampliou a base de proprietários e, consequentemente, o volume de relatos.

Enquanto o automático convencional segue como referência de suavidade, as soluções que tentavam baratear o “câmbio sem embreagem” ficaram marcadas por engasgos nas trocas, hesitações em manobras e falhas de componentes eletrônicos e atuadores.

Quem busca um usado equipado com essas transmissões precisa avaliar friamente o histórico de manutenção antes de fechar negócio.

Volkswagen i-Motion: câmbio automatizado com trancos e atuador frágil

A Volkswagen ofereceu o i-Motion, um automatizado de embreagem simples, em Gol, Voyage, Fox, SpaceFox, Polo e até no Up!.

A ideia era clara: oferecer trocas “automáticas” sem elevar muito o preço do carro. O resultado, contudo, distanciou-se do discurso.

Proprietários relatam trancos perceptíveis nas mudanças de marcha, sobretudo em baixa velocidade, e hesitação ao realizar manobras de garagem ou arrancadas em rampas.

Além do comportamento pouco suave, o sistema ficou conhecido por falhas recorrentes no atuador da embreagem.

Quando esse componente começa a apresentar defeito, a dirigibilidade degrada rapidamente e o risco de imobilização aumenta.

Reparos não costumam ser baratos e, em muitos casos, repetem-se com o tempo, o que desvaloriza unidades equipadas com o i-Motion no mercado de seminovos.

Em avaliações, compradores experientes costumam testar o carro a frio e em trânsito pesado para identificar eventuais solavancos ou atrasos na resposta.

Fiat Dualogic/GSR: respostas lentas e falha de sensor

A Fiat insistiu por mais de uma década no Dualogic, posteriormente rebatizado como GSR. A transmissão apareceu em uma ampla lista de compactos e familiares, como Palio, Punto, Idea, Linea, Argo, Mobi e até a picape Strada.

Desde o início, o funcionamento ficou marcado por trocas com trancos e respostas lentas, combinação que comprometeu tanto o conforto de marcha quanto a durabilidade dos conjuntos.

Na fase GSR, as críticas se concentraram no sensor de seleção de marchas. Houve casos em que a falha colocava o veículo em neutro sem prévio aviso, situação que motivou recall.

Em termos de experiência ao volante, o sistema não alcançou a fluidez de um automático tradicional e tampouco preservou a robustez de um manual.

Para quem considera um usado com Dualogic/GSR, convém checar se a unidade passou por todas as campanhas de fábrica e se os serviços em componentes eletrônicos e hidráulicos estão documentados.

Ford PowerShift: superaquecimento e trepidações

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A Ford lançou o PowerShift como a evolução acessível nos compactos Fiesta, EcoSport e Focus. A arquitetura de dupla embreagem, em tese, traria trocas rápidas e consumo contido.

O que se viu, no entanto, foram relatos frequentes de trepidações, engates irregulares e episódios de superaquecimento em uso urbano severo.

Em determinadas situações, proprietários registraram travamentos que exigiam intervenção imediata.

A repercussão levou a uma pressão de órgãos de defesa do consumidor.

Em resposta, a montadora estendeu a garantia para a transmissão em diversos mercados, o que amenizou parte dos custos para quem precisou reparar o conjunto. A fama, contudo, ficou.

No segmento de seminovos, carros com PowerShift exigem laudos detalhados, histórico de manutenção em dia e teste de rodagem prolongado, sobretudo com o conjunto já aquecido, quando os sintomas tendem a aparecer com mais clareza.

Outros sistemas com histórico de problemas: Easytronic e AL4

Embora o foco esteja em três transmissões, há outros exemplos que também acumulam queixas.

A General Motors apostou no Easytronic, outro automatizado de embreagem simples, presente em Agile e Meriva.

As críticas mais recorrentes envolveram lentidão nas trocas, trancos em acelerações suaves, trepidações em manobras e eventuais travamentos.

Não foram raros os relatos de proprietários que desembolsaram mais de R$ 5 mil em reparos ou, diante da repetição de falhas, optaram por converter o carro para câmbio manual.

No universo de Peugeot e Citroën, o automático AL4 — de quatro marchas — equipou modelos como 206, 307, C3, C4, Xsara Picasso e o sedã 407.

A caixa ganhou reputação de durabilidade limitada, com registros de patinação em giros médios, consumo acima do esperado e falhas no módulo eletrônico de controle.

Em diversas situações, técnicos recomendaram reinicialização do gerenciamento ou substituição do módulo, medida que elevou significativamente o custo de manutenção.

Como avaliar um usado com esses câmbios

Na avaliação de um seminovo equipado com qualquer um desses sistemas, o procedimento precisa ser minucioso.

É prudente dirigir o carro a frio e depois com o trem de força em temperatura de trabalho, simulando trânsito para verificar solavancos e atrasos na resposta.

Também é aconselhável confirmar, por meio de notas e registros, se atuadores, módulos e sensores já foram substituídos e se as campanhas de recall que envolvem o número do chassi foram efetuadas.

Um diagnóstico por scanner pode revelar códigos de erro intermitentes que ainda não acenderam alertas no painel.

Se a prioridade é conforto com baixa dor de cabeça, um automático convencional bem cuidado tende a entregar melhor suavidade e previsibilidade nas trocas. Ainda assim, cada unidade usada tem uma história.

Vistorias independentes e revisão preventiva ajudam a antecipar despesas e a evitar surpresas, sobretudo quando o preço pedido parece convidativo demais para um carro “automático”.

Enquanto o mercado de usados oferece oportunidades, o histórico desses câmbios recomenda cautela: ao cruzar preço, condição e manutenção documentada, qual transmissão você consideraria aceitável — e qual ficaria fora da sua garagem?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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