Técnico de TI descartou por engano um HD com 8 mil Bitcoins. Hoje, sua saga bilionária envolve disputas legais, tecnologia e documentário.
Em 2013, durante uma limpeza no escritório doméstico, o engenheiro de TI galês James Howells descartou acidentalmente um disco rígido contendo as chaves privadas de sua carteira digital, com aproximadamente 8 000 bitcoins.
Na época, essa fortuna tinha valor estimado em cerca de US$ 8 milhões (aproximadamente R$ 44 milhões).
Porém, com a incrível valorização do Bitcoin, esses mesmos 8 000 BTC hoje equivalem a cerca de US$ 750–800 milhões (R$ 4–4,2 bilhões).
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Erro doméstico se transforma em tragédia financeira
Ao perceber o que havia feito, Howells iniciou uma verdadeira cruzada para localizar o disco rígido no aterro sanitário de Docksway, em Newport, País de Gales.
Ele apresentou iniciativas ousadas: drones com inteligência artificial, robôs escavadores, sensores ambientais avançados, além de uma equipe especializada em recuperação de dados.
Em uma das propostas, Howells até sugeriu partilhar 30% do montante com o conselho e os residentes de Newport em caso de sucesso.
Contudo, o Newport City Council negou consistentemente acesso ao local, justificando que os riscos ambientais — liberação de gases tóxicos e contaminação de águas subterrâneas — eram demasiado elevados.
Além disso, a legislação britânica aplicada estabelece que todo bem descartado em aterros passa a ser propriedade do município.
Justiça nega recuperação de Bitcoin perdido
Em dezembro de 2024, Howells entrou com processo contra o conselho de Newport, reivindicando £495 milhões (~R$ 3,3 bilhões) por suposto direito de acessar o aterro.
Mas, em 9 de janeiro de 2025, o Tribunal Superior britânico rejeitou sua ação, afirmando que “não há perspectivas realistas de sucesso” — considerando, dentre outros pontos, a deterioração do disco após anos sob pressão e umidade.
Seus apelos posteriores, inclusive ao Tribunal de Apelação, foram igualmente negados, selando o fim de sua tentativa legal de recuperar o dispositivo.
História de Howells será transformada em série documental
Mesmo diante das negativas judiciais e rejeição municipal, a trajetória de Howells segue viva — e agora será retratada em uma série documental.
Em 29 de abril de 2025, a produtora americana LEBUL adquiriu os direitos para a produção de The Buried Bitcoin: The Real-Life Treasure Hunt of James Howells, que inclui docuseries, podcast e conteúdos digitais.
A série promete relatar, em tom de thriller tecnológico, toda a saga, incluindo os desafios legais, as propostas inovadoras e os riscos ambientais envolvidos.
A estreia está prevista entre outubro e novembro de 2025, com filmagens ao longo do verão europeu.
Bitcoin e o alerta sobre segurança digital
O episódio de 2013 revelou como, no início, muitos usuários ainda ignoravam o valor potencial das moedas digitais.
O Bitcoin era considerado algo experimental e quase sem valor na época.
Com o crescimento das criptomoedas, casos como o de Howells servem de alerta sobre a importância de segurança e backup das chaves privadas.
O imbróglio evidencia também o grau de responsabilidade social e ambiental envolvido na recuperação de ativos digitais.
Escavar um aterro sanitário é, na prática, uma operação ecologicamente e legalmente sensível.
Nova tentativa: token digital e evento internacional
Com seu processo encerrado por vias judiciais, Howells agora alterna entre a esperança de que o documentário provoque uma reviravolta e anúncios recentes de que planeja lançar um token digital ligado ao aterro.
O projeto, chamado Landfill Treasure Token, tem lançamento previsto para outubro de 2025, durante o evento TOKEN2049 em Singapura.
Diante de um patrimônio estimado em quase US$ 1 bilhão, você acredita que iniciativas como a de James Howells — envolvendo escavações ecológicas, crowdfunding via tokens e mídia — poderiam alterar decisões judiciais ou políticas futuras?