De fracasso comercial a lenda mundial: o DeLorean DMC-12 vendeu só 9 mil unidades, mas virou ícone eterno graças a De Volta para o Futuro.
No início dos anos 80, o mercado automotivo vivia uma onda de experimentação e ousadia. Foi nesse cenário que surgiu o DeLorean DMC-12, um carro esportivo de design arrojado, portas asa de gaivota e carroceria de aço inoxidável escovado. Idealizado por John DeLorean, ex-executivo da General Motors, o modelo prometia revolucionar a indústria.
No entanto, a realidade foi bem diferente. Entre 1981 e 1983, pouco mais de 9 mil unidades foram produzidas. Problemas mecânicos, má gestão, alto custo de produção e baixa performance em relação ao visual futurista fizeram do DeLorean um fracasso comercial retumbante.
O design que chamou atenção do mundo
Apesar das falhas de mercado, o DeLorean conquistava olhares por onde passava. Suas linhas retas, carroceria em aço inox sem pintura e as icônicas portas que se abriam para cima davam a impressão de um carro de ficção científica.
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Projetado por Giorgetto Giugiaro, um dos designers mais famosos da história da indústria, o DMC-12 parecia estar à frente de seu tempo.
Mas sob o capô, o motor V6 de 130 cv não entregava o desempenho que o visual prometia. A decepção com a performance afastou entusiastas que esperavam um esportivo de verdade.
O fracasso da DeLorean Motor Company
John DeLorean acreditava que seu carro seria um sucesso imediato. Porém, a empresa enfrentou custos altíssimos, atrasos na produção e críticas da imprensa automotiva. A má qualidade dos primeiros lotes piorou ainda mais a situação.
Em 1982, a empresa entrou em colapso financeiro. John DeLorean ainda se envolveu em um escândalo de tráfico de drogas para tentar levantar recursos, o que manchou de vez a reputação da marca. Assim, o DMC-12 se tornou um símbolo de sonho frustrado na indústria automotiva.
O renascimento inesperado nas telas de cinema
Tudo poderia ter terminado ali. Mas em 1985, o DeLorean DMC-12 ganhou uma segunda chance. O diretor Robert Zemeckis e o roteirista Bob Gale escolheram o carro como a máquina do tempo do filme De Volta para o Futuro.
A escolha não foi por acaso: o visual futurista combinava perfeitamente com a ideia de uma invenção ousada criada pelo excêntrico Dr. Emmett Brown. No roteiro, Marty McFly e Doc Brown viajaram no tempo a bordo de um DeLorean, e o carro se tornou parte essencial da trama.
O sucesso estrondoso do filme transformou o DMC-12 em um ícone cultural imortal.
De fracasso a mito global
Após o lançamento da trilogia De Volta para o Futuro, o DeLorean deixou de ser apenas um carro problemático dos anos 80 para se tornar um símbolo pop reconhecido em todo o mundo. De colecionadores a fãs de cinema, a demanda pelo modelo aumentou de forma inesperada.
Hoje, exemplares bem conservados chegam a valer muito mais do que custavam novos, e oficinas especializadas continuam oferecendo manutenção e até reconstruções completas para manter viva a lenda.
Curiosidades que reforçam a lenda
- Apenas 9 mil unidades foram produzidas, tornando o modelo extremamente raro.
- A carroceria de aço inoxidável significa que muitos exemplares resistiram ao tempo sem corrosão significativa.
- O carro foi relançado em edições limitadas por empresas independentes, aproveitando a mística criada pelos filmes.
- O DeLorean aparece em museus, convenções de cinema e até em eventos científicos, sempre associado à ideia de futuro.
O DeLorean provou que um carro não precisa ser um sucesso comercial para se tornar eterno. Embora tenha falhado como produto, ele ganhou uma vida nova na cultura popular, inspirando gerações e se tornando uma das máquinas mais reconhecíveis do cinema.
Mais do que um automóvel, o DMC-12 virou um símbolo de nostalgia e imaginação, lembrando ao mundo que alguns fracassos podem se transformar em glórias imortais quando cruzam com o momento certo da história.