De vendedor na loja dos avós a dono de uma empresa que movimenta bilhões, analisamos a jornada, as estratégias e a mentalidade por trás de um dos novos milionários da internet brasileira.
Com apenas 26 anos, Guilherme Raya comanda uma corretora de criptomoedas que movimenta mais de R$ 20 milhões por dia, tem uma Porsche na garagem e acumula 12 milhões de seguidores. Mas a imagem de sucesso que muitos veem hoje foi construída sobre uma base inusitada: fingir ser rico no TikTok para zombar dos “coaches” da internet.
A jornada de Guilherme é uma aula sobre a nova economia digital. Uma história que começa com a venda de máscaras na pandemia, explode com uma sátira nas redes sociais e se consolida em um dos mercados mais promissores e voláteis do mundo: o das criptomoedas. Analisamos a fundo essa trajetória para extrair as lições e estratégias que o levaram do zero ao sucesso.
A virada de chave: da loja de bairro à visão na pandemia
A trajetória empreendedora de Guilherme começou de forma tradicional, trabalhando como vendedor na pequena loja de cama, mesa e banho de seus avós no Grajaú, em São Paulo. O primeiro milhão de faturamento veio com muito trabalho e foco no negócio familiar. Mas a grande virada aconteceu na iminência da pandemia de COVID-19.
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“Meu pai viu que a COVID estava chegando”, relata Guilherme. “Pesquisei o que acontecia em pandemias e vi que a inflação subia. A lição da história era clara: quem ganha dinheiro é quem tem estoque”. A estratégia foi audaciosa: investir todo o caixa da empresa em produtos antes que os fornecedores fechassem. Quando a pandemia paralisou o país, a loja da família era uma das poucas com estoque para vender, e o faturamento quadruplicou, principalmente com a venda de máscaras. Foi nesse momento que ele fez seu primeiro milhão de reais na conta.
A ideia genial: “fingir ser rico” para viralizar
Com o caixa reforçado, Guilherme mergulhou no mundo das criptomoedas, aproveitando o boom de moedas como Bitcoin e Ethereum. Mas o que o tornou uma figura pública foi uma ideia genial e satírica em 2022.
“Tava todo mundo fazendo podcast de coach milionário”, ele conta. “Eu tive a ideia de zoar esse pessoal”. Guilherme começou a postar vídeos curtos no TikTok, imitando os trejeitos e os conselhos absurdos dos “ricos de podcast”. O personagem, “o milionário do podcast”, viralizou. A ironia era tão bem executada que muitos não sabiam distinguir a sátira da realidade.
A estratégia do “Copia, Melhora e Repete”
Para Guilherme, o segredo para crescer na internet é simples e replicável. “A tática é utilizar uma referência de sucesso. Você copia, melhora, adapta para a cultura brasileira e faz em larga escala, por muito tempo. Uma hora, o resultado chega.”
Ele aplicou essa regra ao perceber que o personagem de milionário atraía uma audiência massiva. Mesmo começando com vídeos “fake”, usando carros e cenários de amigos, ele construiu uma base de seguidores gigantesca. “O que me importava era ter dinheiro na conta, não um carro para mostrar. O resultado é o que importa”, afirma.
Do personagem à realidade: a criação da corretora
Com uma audiência de milhões, o passo seguinte foi transformar a atenção em um negócio real e útil. Guilherme e seus sócios focaram em criar soluções para o mercado de cripto, um nicho que ele entende ser o “próximo grande movimento”, similar ao que foi a bolsa de valores para a geração anterior de influenciadores financeiros.
Hoje, sua principal empresa é a Brasil Bitcoin, uma corretora que, segundo ele, já movimenta mais de 3 bilhões de reais por ano. A empresa funciona como uma “software house”, criando soluções para o mercado cripto, um setor onde a regulamentação ainda está se consolidando e que oferece imensas oportunidades.
Lições de um milionário (de verdade)
Ao longo da jornada, Guilherme destaca alguns aprendizados fundamentais:
Networking é tudo: “Quanto mais gente você conhece, mais oportunidades você gera. Eu trabalharia de graça para alguém que tivesse a vida que eu queria ter, só para aprender e estar perto das oportunidades que ‘respingam'”.
Não empreste dinheiro: “O maior culpado quando alguém não te paga é você mesmo, por ter emprestado. Se quer ajudar, dê o dinheiro, mas nunca empreste esperando receber de volta”.
Não coloque todos os ovos na mesma cesta: “Um dos meus maiores arrependimentos foi deixar todo o meu dinheiro na mão de um único banco ou governo. Confie apenas em você para guardar seu próprio dinheiro”. É por isso que ele defende tanto ativos descentralizados como o Bitcoin.
Foque em um nicho lucrativo: “A galera faz humor para viralizar, mas não sabe como ganhar dinheiro com isso. É melhor focar em um nicho que dá dinheiro, como finanças, vendas ou cripto, e construir sua autoridade lá”.
A trajetória de Guilherme, do comércio de bairro à sátira viral e à consolidação como um dos grandes nomes do mercado cripto no Brasil, é um reflexo da nova era do empreendedorismo: uma mistura de visão de mercado, domínio das redes sociais e uma mentalidade focada em resultado, e não em aparências.
Qual das lições de Guilherme você achou mais impactante para quem quer empreender hoje? A estratégia de conteúdo, a importância do networking ou a mentalidade sobre dinheiro e risco? Comente!