A história inacreditável de Antônio Domingos, o ex-zelador que ganhou o equivalente a 30 milhões de reais na loteria em 1983, viveu no luxo extremo e perdeu tudo em poucos anos
Em 1983, o Brasil assistiu a um dos casos mais surpreendentes de sorte e tragédia financeira da sua história. Antônio Domingos, então com apenas 19 anos e trabalhando como zelador, foi o grande vencedor da loteria, levando para casa o equivalente a R$ 30 milhões em valores atuais. Ganhar na loteria e perder tudo é mais comum do que parece, veja aqui.
O que parecia o início de uma vida de prosperidade transformou-se em um conto de desperdício, vaidade e arrependimento. Em menos de uma década, o jovem milionário viu sua fortuna evaporar entre festas, hotéis de luxo, carros abandonados e roupas descartadas.
Do anonimato ao estrelato repentino
Antônio passou de funcionário humilde a hóspede da suíte presidencial do Hotel da Bahia, em Salvador. Lá, viveu por um ano e meio em meio a banquetes, bebidas, festas e mulheres.
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Seus gastos eram tão excêntricos que surpreendiam até amigos próximos: em vez de lavar roupas, ele comprava peças novas todos os dias; quando um carro ou moto apresentava problema, simplesmente abandonava o veículo e adquiria outro.
Esse padrão de consumo desenfreado foi manchete em jornais e programas de TV, tornando-o um símbolo da “riqueza sem freio” e da falta de planejamento financeiro.
Carros, roupas e noites intermináveis
Ao invés de pensar em investimentos, imóveis ou segurança para a família, Antônio mergulhou em um estilo de vida sem limites.
- Carros e motos novos eram descartados ao menor sinal de problema.
- Roupas eram usadas uma única vez e substituídas por novas peças.
- Hospedagens prolongadas em hotéis de luxo tornaram-se rotina.
Em pouco tempo, a quantia milionária começou a se esgotar. Sem qualquer orientação financeira, cada extravagância aproximava o jovem da falência.
O arrependimento que veio tarde demais
Décadas depois, Antônio recorda com dor as escolhas que fez. Em entrevista ao programa Balanço Geral, ele confessou que o maior arrependimento não foi perder o dinheiro, mas ter deixado a mãe viver em um barraco enquanto ele torrava fortunas em futilidades.
“A única coisa que me dói é não ter dado uma casa melhor para minha mãe. Hoje isso me corrói por dentro”, disse emocionado.
Esse relato virou um alerta sobre como a falta de preparo emocional e financeiro pode transformar o maior prêmio da vida em um pesadelo duradouro.
De milionário a “faz-tudo” em Salvador
Com a fortuna esgotada, Antônio voltou a uma vida simples. Trabalhou como “faz-tudo” em restaurantes de Salvador, limpando, consertando e prestando serviços gerais. A imagem do jovem rico que morava em suítes presidenciais deu lugar à de um homem arrependido, que busca apenas sobreviver e carregar a lição de seus erros.
Sua história, apesar de dolorosa, continua a fascinar e servir como um alerta para outros vencedores da loteria: dinheiro sem planejamento é um passaporte para a ruína.
O que faria diferente se ganhasse hoje?
Quando perguntado o que mudaria caso ganhasse novamente, Antônio não hesita: “A primeira coisa seria comprar uma casa para minha mãe. E nunca faria o que fiz”.
A resposta reflete um aprendizado tardio, mas essencial: não é a quantidade de dinheiro que garante riqueza, mas sim a forma como ele é administrado.