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Eldorado planeja investir R$ 890 milhões para construir uma nova ferrovia no Brasil e ligar sua fábrica de celulose ao porto em busca de mais eficiência

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 22/07/2024 às 18:23
Eldorado avança com licença prévia para ferrovia de R$ 890 milhões em MS e compromete-se a pagar R$ 7,8 milhões em compensações ambientais
Foto: YouTube

Eldorado avança com licença prévia para ferrovia de R$ 890 milhões em MS e compromete-se a pagar R$ 7,8 milhões em compensações ambientais.

Desde 2010, a construção de uma ferrovia para conectar a fábrica de celulose da Eldorado, em Três Lagoas, à Ferronorte, em Aparecida do Taboado, está nos planos. Recentemente, a empresa alcançou um marco importante: a publicação da licença prévia no Diário Oficial do Estado, na última quinta-feira (18/07), marca a próxima fase do projeto. Com esta licença, a Eldorado compromete-se a pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais, conforme exigido pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

Detalhes do projeto da Eldorado

O ramal ferroviário planejado terá 89 quilômetros de extensão e um investimento estimado em R$ 890 milhões, o que representa cerca de R$ 10 milhões por quilômetro. No entanto, este valor pode não refletir os custos atuais, pois a estimativa baseia-se em dados de pelo menos quatro anos atrás.

Para comparação, a chilena Arauco prevê um gasto de R$ 17 milhões por quilômetro em um ramal de 47 quilômetros em Inocência.

A compensação ambiental de R$ 7.823.100,00 exigida pelo Imasul é uma prática comum para obras que causam impactos ambientais significativos.

Esse valor busca mitigar os efeitos da construção sobre a natureza local.

Avanços e desafios

Em 2021, a Eldorado obteve autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construir o ramal.

No entanto, somente em abril deste ano a empresa recebeu a licença para desapropriação das terras necessárias para a ferrovia, com a devida indenização aos proprietários.

Apesar desses avanços, o início das obras ainda depende da obtenção das licenças ambientais locais, que são essenciais para garantir a conformidade com as normas ambientais e iniciar a construção efetiva.

A Eldorado pretende utilizar o ramal ferroviário para transportar cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose produzidas anualmente até Aparecida do Taboado.

De lá, a celulose será encaminhada pela ferrovia até o Porto de Santos, onde já existe uma linha férrea que conecta o porto à produção da empresa.

Atualmente, o transporte da celulose é feito por caminhões, o que representa um custo mais elevado e menor eficiência em comparação com o transporte ferroviário.

Planos de expansão

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores da Eldorado, têm planos ambiciosos para a fábrica.

Eles anunciaram um investimento de aproximadamente R$ 15 bilhões para dobrar a capacidade de produção da fábrica.

Em julho do ano passado, durante a inauguração de um terminal portuário em Santos, Joesley Batista mencionou a construção da ferrovia como um passo final necessário para conectar a fábrica ao porto.

Segundo ele, a ferrovia é uma parte crucial para otimizar a logística da produção.

Atual situação e concorrência da Eldorado

Embora o compromisso com a compensação ambiental tenha sido formalizado recentemente, ainda não há uma data definida para o início das obras da ferrovia.

A Eldorado e a J&F, grupo que controla a Eldorado, ainda não se manifestaram sobre um cronograma específico para a construção.

A assessoria de imprensa das empresas foi contatada, mas não houve resposta até o momento.

Além da Eldorado, a Suzano, outra grande produtora de celulose, também solicitou autorização à ANTT para construir uma ferrovia até Aparecida do Taboado.

No entanto, a ANTT já indicou que apenas uma autorização será concedida, o que pode forçar as duas empresas a utilizarem o mesmo ramal ferroviário ou a Suzano a continuar utilizando o transporte rodoviário.

A construção do ramal ferroviário pela Eldorado representa um avanço significativo para a logística de transporte de celulose em Mato Grosso do Sul.

A concessão da licença prévia e o compromisso com as compensações ambientais são passos importantes, mas o projeto ainda enfrenta desafios, incluindo a necessidade de licenças locais e a competição com a Suzano.

O desenvolvimento da ferrovia pode transformar a eficiência do transporte e o crescimento da produção de celulose na região.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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