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O guindaste que pesa mais que 10 aviões cargueiros, alcança estruturas do tamanho de prédios e consegue remover 22 mil toneladas em uma única operação: o colosso chinês criado para demolir terminais inteiros e desmontar portos sem explosivos

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 04/11/2025 às 11:52
O guindaste que pesa mais que 10 aviões cargueiros, alcança estruturas do tamanho de prédios e consegue remover 22 mil toneladas em uma única operaçã
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Guindaste demolidor da ZPMC, com capacidade para 22 mil toneladas, desmonta portos gigantes sem explosivos e redefine a engenharia de demolição industrial.

Em um mundo onde arranha-céus desafiam nuvens e navios cruzam oceanos carregando bilhões em mercadorias, poucas pessoas pensam no que acontece quando essas estruturas gigantescas precisam ser desmontadas. Portos envelhecem. Terminais inteiros deixam de ser competitivos. Guindastes que um dia moveram o comércio global se tornam obsoletos. E aí surge a pergunta que define a fronteira entre engenharia e força bruta:

Explosivos? Em áreas portuárias densas, ao lado de navios carregados de combustível e contêineres químicos, isso seria suicídio industrial. Guindastes convencionais? Não suportariam o peso de estruturas desse porte.

Então a resposta veio da China, berço das maiores obras de infraestrutura do planeta. Ali, para lidar com o ciclo de vida de megaportos e terminais oceânicos, nasceu um titã de aço e precisão — uma máquina tão forte, tão grande e tão impressionante que parece saída de uma ficção científica industrial.

O surgimento de uma máquina feita para desmontar portos, a engenharia por trás da força bruta

Ao longo das últimas décadas, a China transformou sua faixa costeira em uma cadeia de megaportos, capazes de movimentar mais contêineres do que os Estados Unidos, Europa e América Latina somados. Só Xangai, que hoje é o maior porto do mundo, movimenta mais carga em um ano do que todos os portos dos EUA juntos.

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Para erguer tudo isso, o país precisou de máquinas gigantes. E para renovar, substituir e desmontar estruturas antigas, precisava de algo ainda maior: uma máquina capaz de desmembrar guindastes portuários completos, desmontar pórticos navais, remover trilhos suspensos e internalizar operações que antes dependeriam de implosões arriscadas.

Assim nasceu o conceito dessa superestrutura demolidora, desenvolvida pela estatal chinesa ZPMC (Shanghai Zhenhua Heavy Industries), a mesma que fabrica a maior parte dos guindastes de contêiner do planeta. Se a ZPMC constrói as máquinas que movem o comércio mundial, ela também sabe desmontá-las quando o ciclo produtivo exige.

A solução não foi um explosivo, não foi um caminhão, não foi uma máquina de mineração: foi uma plataforma de demolição portuária colossal, projetada para desativar terminais inteiros com precisão milimétrica.

Uma máquina com força para manipular 22 mil toneladas por operação, maior do que o peso combinado de dez aviões Boeing 747 cheios de combustível, carga e passageiros.

A besta de aço: revelando o gigante chinês por trás da operação

Seu nome é pouco conhecido fora do mundo da engenharia portuária: ZPMC Heavy-Lift Demolition Crane, um guindaste multi-função projetado não apenas para erguer estruturas colossais, mas para cortar, separar, suspender e desmantelar segmentos inteiros de terminais marítimos.

Essa máquina não apenas derruba, ela desmonta com inteligência mecânica. Ao contrário de métodos tradicionais, ela permite:

• Separar módulos de guindastes e berços de atracação sem risco de colapso
• Retirar passarelas e pórticos metálicos de dezenas de metros com controle total
• Realizar operações sem explosivos e sem vibração estrutural significativa
• Garantir segurança em áreas de operação com cargas perigosas e líquidos inflamáveis
• Trabalhar sem interromper totalmente o fluxo portuário ao redor

Créditos: ZPMC

A ZPMC criou um sistema que opera como um cirurgião operando um gigante, desmontando peças que antes só cairiam com explosões ou com operações caras de desmonte manual.

Engenharia extrema aplicada ao coração do comércio global

Em portos asiáticos, cada minuto parado custa milhões. Não existe espaço para erro. Não existe margem para destruição caótica.

Essa supermáquina surgiu para permitir que um porto continue respirando enquanto parte dele morre para renascer. É o ciclo industrial mais puro: consumo, eficiência, reconstrução.

Se um guindaste de contêiner tradicional pesa entre 1.500 e 2.000 toneladas, alguns modelos de pórtico naval ultrapassam 10.000 toneladas. E a máquina chinesa opera com capacidade para lidar com estruturas de até 22.000 toneladas, garantindo folga operacional mesmo para monstros metálicos.

O processo funciona assim: A máquina se posiciona como um guarda-costas mecânico gigante ao lado da estrutura que será removida, prende-a com sistemas hidráulicos e cabos reforçados e, em seguida, corta e separa partes como se fossem blocos Lego — blocos de aço que pesam mais do que navios.

Cada seção desce com precisão até plataformas flutuantes ou cais reforçados, onde o aço segue para reciclagem ou realocação.

O que essa supermáquina representa para o futuro da infraestrutura

Há algo profundamente simbólico nesse equipamento. Ele é a prova viva de que o mundo entrou numa nova era industrial: não apenas construímos megainfraestruturas, agora precisamos renová-las em escala igualmente monumental.

O que a China faz hoje, o mundo fará amanhã:

• Portos se modernizarão
• Equipamentos antigos serão substituídos
• Demolição se tornará engenharia técnica, não destruição violenta
• Cidades portuárias exigirão silêncio, precisão e continuidade operacional

A máquina chinesa é o prenúncio desse futuro — um mundo em que demolir também é construir.

Assim como robôs trocaram telhados, drones substituíram torres de inspeção e máquinas desmontam plataformas offshore, esse guindaste demolidor marca o início de uma fase em que estruturas titânicas terão ciclos de vida guiados por colossos mecânicos.

Quando força e precisão coexistem

A maior lição dessa máquina é simples: A engenharia moderna não é força bruta sem propósito é força dirigida com inteligência.

Cada braço, cada cabo, cada sensor, cada placa reforçada é projetada para operar onde erros não são permitidos: no porto, no coração do comércio mundial.

Enquanto o mundo discute inteligência artificial e satélites, máquinas assim mostram que o progresso também vive no aço, no concreto e no domínio absoluto da matéria física.

Uma era de gigantes

No fim, essa máquina não é apenas um guindaste. Ela é símbolo de um ciclo industrial global que vai muito além da construção: a era da renovação dos gigantes.

O mundo construiu grandes obras no século XX. No XXI, começou a reconstruí-las. E para isso, precisa de monstros como esse.

Onde dinamite não entra, ela entra. Onde o ser humano recua, ela avança.
Onde megaprojetos chegam ao fim, ela prepara o começo de outro.

E o mundo, inevitavelmente, seguirá seu rastro.

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admin
admin
04/11/2025 12:48

Texto inspirador, mas tecnicamente incorreto.

Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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