Prefeitura do Rio apresenta projeto que prevê PPPs e conversão de corredores BRT para o modal leve sobre trilhos
A proposta de uma nova linha do VLT no Brasil, apresentada pelo prefeito Eduardo Paes e noticiada por O Globo, quer expandir a malha atual do veículo leve sobre trilhos, conectando a Zona Portuária ao bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O plano foi enviado à Câmara Municipal e inclui ainda a possibilidade de converter os corredores BRT Transcarioca e Transoeste para esse novo sistema de transporte.
Embora o traçado entre o Centro e São Cristóvão ainda esteja em fase conceitual, a proposta prevê paradas estratégicas como a Quinta da Boa Vista, o Bioparque, o Hospital Quinta D’Or e o Centro de Tradições Nordestinas. Além disso, o texto menciona parcerias público-privadas (PPPs) para viabilizar a obra, indicando que o modelo de concessão seria “patrocinado”, com subsídios públicos.
Quem vai operar a nova linha do VLT no Brasil?
O modelo sugerido pela prefeitura é o de concessão patrocinada, ou seja, a operação será feita por uma empresa privada com apoio financeiro do poder público — tanto para viabilizar a construção quanto para garantir a operação por meio de subsídios ou repasse tarifário.
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O projeto ainda depende de análise e aprovação da Câmara dos Vereadores, mas já recebeu apoio do presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD), que destacou a experiência anterior da Câmara na recuperação do sistema BRT como base para aprimorar o novo plano com sugestões e emendas.
Quanto custaria a nova linha e de onde vem o dinheiro?
Além do projeto de expansão do VLT, a prefeitura do Rio também protocolou um pedido para contrair um novo empréstimo de R$ 882 milhões, parte do qual poderá ser direcionada para infraestrutura de transporte. Ainda não há uma cifra exata para a nova linha do VLT, mas o valor do empréstimo será usado também para drenagem do Rio Acari, urbanização da Rocinha e regularização fundiária no Complexo do Alemão.
A estimativa de custo específico para o VLT deverá ser detalhada posteriormente, conforme o avanço dos estudos técnicos e da modelagem da concessão.
Onde exatamente será o trajeto da nova linha?
A nova linha do VLT partiria da atual malha na Avenida Francisco Bicalho, passando por áreas como a antiga Estação Leopoldina, a ser revitalizada, e seguindo em direção a São Cristóvão. O percurso inclui pontos turísticos e de interesse público, como:
- Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga
- Hospital Quinta D’Or
- Quinta da Boa Vista
- Bioparque do Rio
O objetivo é integrar com a estação São Cristóvão, ponto de conexão entre o Metrô e os trens da SuperVia, aumentando a capilaridade do transporte na região central e norte da cidade.
Por que a prefeitura quer substituir BRTs por VLTs?
Segundo o documento enviado à Câmara, a proposta também prevê a conversão gradual dos corredores Transcarioca e Transoeste para o novo modal. A justificativa é que o VLT, por trafegar sobre trilhos e ter menor emissão, pode oferecer maior regularidade, conforto e menor custo de manutenção a longo prazo em comparação aos ônibus articulados.
O plano é uma espécie de correção de rota, como declarou o vereador Paulo Messina (PL), da oposição, que avaliou que a prefeitura errou ao não adotar trilhos desde o início dos projetos do BRT.
Vale a pena trocar os BRTs pelo VLT?
Especialistas apontam vantagens e desvantagens. Por um lado, o VLT tem operação mais silenciosa, previsível e com menor impacto ambiental, além de atrair investimentos urbanísticos nas áreas atendidas. Por outro, a implantação do sistema é cara, exige mais tempo de obra e opera com velocidade média inferior à dos BRTs, especialmente em percursos mais longos.
No caso do Rio, a experiência do VLT na Zona Portuária tem sido positiva em termos de integração urbana, mas ainda enfrenta desafios de segurança e evasão de tarifa, que devem ser considerados em qualquer expansão.
Você acha que o VLT é a solução para melhorar o transporte na cidade? A substituição dos BRTs faz sentido ou o foco deveria ser outro? Deixe sua opinião nos comentários — queremos saber de quem vive a mobilidade urbana todos os dias.