Em janeiro, o real brasileiro dá um salto surpreendente e é a segunda moeda mais valorizada do mundo! Mas a alta esconde um problema: nos últimos 12 meses, o real segue como uma das moedas mais desvalorizadas globalmente. A recuperação é real ou apenas uma ilusão momentânea?
Nas últimas semanas, o real brasileiro surpreendeu o mercado financeiro ao conquistar um dos melhores desempenhos globais em janeiro de 2025.
Mas será que essa valorização é motivo para comemoração ou um reflexo de uma recuperação temporária? Os números impressionam, mas a análise de especialistas aponta um cenário muito mais complexo.
A alta do real em janeiro: recorde desde 2023
De acordo com a Consultoria Elos Ayta, o real apresentou um crescimento expressivo frente ao dólar Ptax, acumulando uma valorização de 5,09% até 24 de janeiro de 2025.
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Esse desempenho é o melhor registrado desde junho de 2023, quando a moeda brasileira teve uma valorização mensal de 5,74%.
O câmbio fechou o mês em R$ 5,8925, mostrando um fortalecimento significativo.
No ranking das principais moedas mundiais, o real ficou com o segundo melhor desempenho, perdendo apenas para o rublo russo, que teve uma valorização impressionante de 11,34% no mesmo período.
Apesar disso, a recuperação brasileira é acompanhada de um passado recente de desvalorização extrema.
Um histórico de desvalorização preocupante
Embora o desempenho de janeiro tenha sido positivo, os últimos 12 meses não foram nada favoráveis para o real.
Ainda que tenha perdido o título de pior moeda do mundo no início de 2025, o real ocupa a segunda posição entre as moedas que mais se desvalorizaram no período, com o peso argentino liderando o ranking com uma queda de 21,56%.
Segundo o estudo da Elos Ayta, essa trajetória revela a instabilidade que ainda paira sobre a economia brasileira.
Outro ponto relevante é a diferença entre o dólar comercial e o dólar Ptax. Enquanto o dólar comercial perdeu 13,50% frente ao real nos últimos 12 meses, o dólar Ptax recuou 17,07%.
Essa divergência se explica pela função de cada tipo de câmbio: o dólar comercial é usado em operações de compra e venda de contratos, enquanto o Ptax serve como taxa de referência média no mercado.
Dólar em queda: o que está por trás desse movimento?
O recuo do dólar nas últimas semanas foi o maior desde agosto de 2024, impulsionado por mudanças no cenário econômico global, especialmente nos Estados Unidos.
Com o início do segundo mandato de Donald Trump, o tom mais moderado do presidente em relação a tarifas comerciais surpreendeu o mercado.
Trump sinalizou a possibilidade de acordos com a China, aliviando tensões e aumentando o apetite ao risco nos mercados emergentes, como o Brasil.
Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, destacou que o rompimento do piso de R$ 6,00 no câmbio levou investidores a zerar posições compradas no dólar, o que ajudou a impulsionar a valorização do real.
“Trump iniciou seu mandato de forma inesperada, trazendo otimismo ao mercado internacional, o que beneficiou diretamente o real”, afirmou Viotto.
Perspectivas para o câmbio e a economia brasileira
Apesar da recuperação pontual, o cenário de longo prazo ainda exige cautela.
Especialistas alertam que a valorização do real pode ser momentânea, uma vez que a economia brasileira enfrenta desafios estruturais significativos, como a necessidade de reformas fiscais e uma dependência elevada de fatores externos.
Além disso, a possibilidade de mudanças na política monetária dos Estados Unidos pode impactar diretamente a trajetória do câmbio no Brasil.
O mercado segue atento às sinalizações do Federal Reserve e à revisão do acordo comercial entre EUA e China, que está sendo conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR).
Qualquer mudança nesses fatores pode alterar drasticamente o cenário atual.
Embora o real tenha começado 2025 com uma performance notável, é essencial analisar os fatores subjacentes e considerar o histórico de instabilidade.
O futuro da moeda brasileira ainda é incerto, e investidores devem ficar atentos às movimentações do mercado global e às decisões políticas domésticas.
Você acredita que o real conseguirá manter essa trajetória de valorização ao longo de 2025 ou será novamente afetado pela volatilidade global? Deixe sua opinião nos comentários!