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Economia voltando aos trilhos? Real é a 2ª melhor moeda em janeiro, mas tem um problema: ela também é a 2ª pior do mundo em 12 meses

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/01/2025 às 14:55
O real surpreende em janeiro de 2025, mas será que a valorização recente é sustentável ou reflexo de um cenário econômico instável?
O real surpreende em janeiro de 2025, mas será que a valorização recente é sustentável ou reflexo de um cenário econômico instável?

Em janeiro, o real brasileiro dá um salto surpreendente e é a segunda moeda mais valorizada do mundo! Mas a alta esconde um problema: nos últimos 12 meses, o real segue como uma das moedas mais desvalorizadas globalmente. A recuperação é real ou apenas uma ilusão momentânea?

Nas últimas semanas, o real brasileiro surpreendeu o mercado financeiro ao conquistar um dos melhores desempenhos globais em janeiro de 2025.

Mas será que essa valorização é motivo para comemoração ou um reflexo de uma recuperação temporária? Os números impressionam, mas a análise de especialistas aponta um cenário muito mais complexo.

A alta do real em janeiro: recorde desde 2023

De acordo com a Consultoria Elos Ayta, o real apresentou um crescimento expressivo frente ao dólar Ptax, acumulando uma valorização de 5,09% até 24 de janeiro de 2025.

Esse desempenho é o melhor registrado desde junho de 2023, quando a moeda brasileira teve uma valorização mensal de 5,74%.

O câmbio fechou o mês em R$ 5,8925, mostrando um fortalecimento significativo.

No ranking das principais moedas mundiais, o real ficou com o segundo melhor desempenho, perdendo apenas para o rublo russo, que teve uma valorização impressionante de 11,34% no mesmo período.

Apesar disso, a recuperação brasileira é acompanhada de um passado recente de desvalorização extrema.

Um histórico de desvalorização preocupante

Embora o desempenho de janeiro tenha sido positivo, os últimos 12 meses não foram nada favoráveis para o real.

Ainda que tenha perdido o título de pior moeda do mundo no início de 2025, o real ocupa a segunda posição entre as moedas que mais se desvalorizaram no período, com o peso argentino liderando o ranking com uma queda de 21,56%.

Segundo o estudo da Elos Ayta, essa trajetória revela a instabilidade que ainda paira sobre a economia brasileira.

Outro ponto relevante é a diferença entre o dólar comercial e o dólar Ptax. Enquanto o dólar comercial perdeu 13,50% frente ao real nos últimos 12 meses, o dólar Ptax recuou 17,07%.

Essa divergência se explica pela função de cada tipo de câmbio: o dólar comercial é usado em operações de compra e venda de contratos, enquanto o Ptax serve como taxa de referência média no mercado.

Dólar em queda: o que está por trás desse movimento?

O recuo do dólar nas últimas semanas foi o maior desde agosto de 2024, impulsionado por mudanças no cenário econômico global, especialmente nos Estados Unidos.

Com o início do segundo mandato de Donald Trump, o tom mais moderado do presidente em relação a tarifas comerciais surpreendeu o mercado.

Trump sinalizou a possibilidade de acordos com a China, aliviando tensões e aumentando o apetite ao risco nos mercados emergentes, como o Brasil.

Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, destacou que o rompimento do piso de R$ 6,00 no câmbio levou investidores a zerar posições compradas no dólar, o que ajudou a impulsionar a valorização do real.

“Trump iniciou seu mandato de forma inesperada, trazendo otimismo ao mercado internacional, o que beneficiou diretamente o real”, afirmou Viotto.

Perspectivas para o câmbio e a economia brasileira

Apesar da recuperação pontual, o cenário de longo prazo ainda exige cautela.

Especialistas alertam que a valorização do real pode ser momentânea, uma vez que a economia brasileira enfrenta desafios estruturais significativos, como a necessidade de reformas fiscais e uma dependência elevada de fatores externos.

Além disso, a possibilidade de mudanças na política monetária dos Estados Unidos pode impactar diretamente a trajetória do câmbio no Brasil.

O mercado segue atento às sinalizações do Federal Reserve e à revisão do acordo comercial entre EUA e China, que está sendo conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR).

Qualquer mudança nesses fatores pode alterar drasticamente o cenário atual.

Embora o real tenha começado 2025 com uma performance notável, é essencial analisar os fatores subjacentes e considerar o histórico de instabilidade.

O futuro da moeda brasileira ainda é incerto, e investidores devem ficar atentos às movimentações do mercado global e às decisões políticas domésticas.

Você acredita que o real conseguirá manter essa trajetória de valorização ao longo de 2025 ou será novamente afetado pela volatilidade global? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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