Com a economia da Rússia enfrentando estagnação, queda do rublo e aumento recorde das taxas de juros, a Suécia recorreu a imagens de satélite para expor sinais de desaceleração econômica em Moscou, desafiando os números oficiais do Kremlin.
A economia da Rússia é um enigma para muitos. Enquanto o Kremlin insiste em narrativas de estabilidade e resiliência, os dados mostram sinais preocupantes de desaceleração. Após a invasão da Ucrânia, a economia russa parecia manter um ritmo acelerado com uma “economia de guerra”. Mas isso está mudando. Dados recentes indicam estagnação em setores civis e uma crescente incerteza econômica.
As tensões entre as elites econômicas também aumentam. O rublo atingiu recentemente seu ponto mais baixo em dois anos, enquanto as empresas enfrentam dificuldades com empréstimos e pagamentos. Será que a economia da Rússia está em um beco sem saída?
Sanções e guerra
Não há como negar que as sanções impostas pelo Ocidente têm abalado a Rússia. Essas restrições limitaram as opções do país, reduzindo sua capacidade de usar gastos militares para sustentar o crescimento econômico. Empresas como a Russian Railways registraram quedas significativas no transporte de cargas, cortando investimentos e elevando preços.
-
HSI e Kinea injetam R$ 70 milhões em Shopping que ganha expansão de 4 mil m² e planeja virar complexo multiuso
-
Do deboche à mudança em massa: por que mais de 263 mil brasileiros trocam o Brasil pelo Paraguai em busca de impostos baixos e futuro melhor
-
Novo programa social do Governo Federal para famílias de baixa renda pode custar até R$ 7,83 bilhões somente em 2025
-
Rombo de R$ 700 bilhões no MEI pode “arrebentar a Previdência em dez anos” se governo não aumentar contribuição e limitar benefícios
Além disso, o Banco Central da Rússia elevou drasticamente as taxas de juros para 21%, o maior nível desde a queda da União Soviética. Esse aumento, embora necessário para controlar a inflação, tornou o ambiente econômico ainda mais desafiador para o setor privado. A combinação de sanções, inflação e taxas elevadas deixa claro: o cenário é complicado.
A desconfiança da Suécia nos dados oficiais da Rússia
A Suécia, por outro lado, não confia nos números divulgados pelo Kremlin. Elisabeth Svantesson, Ministra das Finanças da Suécia, apontou inconsistências gritantes. Segundo ela, os dados oficiais que indicam uma inflação de 9,5% não batem com a realidade de juros elevados, fuga de capitais e cortes drásticos no consumo interno.
Svantesson argumenta que a narrativa do Kremlin é construída para parecer resistente às sanções, mas os dados econômicos alternativos contam outra história da Rússia. Essa desconfiança fez com que a Suécia buscasse métodos não convencionais para avaliar a economia russa.
Observando Moscou do espaço
Se os dados oficiais não são confiáveis, o que fazer? A Suécia encontrou uma solução criativa: imagens de satélite. Comparando imagens noturnas de Moscou entre 2021 e 2023, observou-se uma redução significativa na iluminação, especialmente nos subúrbios. Isso indica menor consumo de energia, refletindo uma queda na atividade econômica.
Mas como luzes noturnas estão ligadas à economia da Rússia? É simples: cidades mais iluminadas geralmente significam maior produção e consumo. A redução de luzes em Moscou pode ser um sinal de cortes de energia ou até mesmo do encolhimento da economia local.
Manipulação narrativa e a verdade oculta
Apesar das evidências, a Rússia continua promovendo a ideia de que a economia russa é estável. Essa narrativa é crucial para manter o apoio interno e dissuadir a Ucrânia e seus aliados de acreditar que as sanções estão funcionando. Contudo, as análises alternativas, como as imagens de satélite, enfraquecem esse discurso.
O uso de métodos criativos, como observar a iluminação noturna, destaca a importância de olhar além dos números oficiais. É uma metáfora clara: às vezes, é necessário “iluminar a escuridão” para enxergar a verdade. A Suécia mostrou que, quando os dados são manipulados, o espaço pode oferecer uma visão mais precisa da realidade.