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É possível começar ganhando mais de R$ 13 mil? Profissões de engenharia lideram ranking com os maiores salários de admissão do Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 09/09/2025 às 15:13
Estudo da Firjan 2024 revela as profissões com os maiores salários de admissão no Brasil, com engenharias liderando o ranking.
Estudo da Firjan 2024 revela as profissões com os maiores salários de admissão no Brasil, com engenharias liderando o ranking.
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Estudo nacional mostra quais ocupações oferecem os maiores salários de entrada em 2024, com destaque para engenharias, serviços estratégicos e áreas técnicas de alta complexidade. Os dados foram levantados pela Firjan a partir do Novo Caged.

Um levantamento da Firjan sobre salários de ingresso no mercado formal em 2024 aponta que algumas carreiras já oferecem remuneração inicial de cinco dígitos. As engenharias concentram sete das dez primeiras posições.

No topo aparecem os engenheiros em computação, com R$ 13.794 de salário médio de admissão, seguidos pelos engenheiros de minas, com R$ 13.055.

Em terceiro lugar, surgem os diretores de espetáculos e afins, com R$ 11.716. O estudo considera o salário real de admissão, isto é, o valor pago no mês de contratação já descontado pela inflação medida pelo INPC.

A base usada é o Novo Caged, sistema do governo que acompanha contratações e desligamentos no emprego formal.

Com essa metodologia, a pesquisa compara ocupações e setores de forma homogênea e foca a porta de entrada de cada carreira.

Entre as ocupações com maiores salários iniciais, as engenharias mantêm predominância.

Depois da computação e da mineração, engenheiros químicos registram R$ 11.181. Logo atrás, engenheiros mecânicos começam, em média, com R$ 10.838.

Profissionais de geociências — como geólogos, oceanógrafos e geofísicos — têm salário médio de admissão de R$ 10.642.

A lista inclui ainda médicos clínicos com R$ 10.071, engenheiros de produção, qualidade e segurança com R$ 9.960, pesquisadores de engenharia e tecnologia com R$ 9.708 e engenheiros eletricistas e eletrônicos com R$ 9.489.

Engenharias dominam a entrada com salários altos

A presença majoritária das engenharias no topo indica que áreas com forte base técnica e alta demanda por qualificação seguem valorizadas no ato da contratação.

A computação puxa a fila, refletindo a busca por especialistas em software, dados e sistemas embarcados.

Já a mineração aparece em seguida, associada a projetos de grande porte e à necessidade de competências específicas para operação e segurança.

Enquanto isso, a engenharia química sustenta patamar elevado, em linha com processos industriais complexos e com a integração a cadeias como farmoquímica e petróleo e gás.

No caso da engenharia mecânica, o valor de admissão acompanha a capilaridade do setor, presente em manufatura, automotivo e bens de capital.

Profissionais de geociências, por sua vez, são demandados em exploração de recursos naturais e em estudos ambientais, o que ajuda a explicar a remuneração inicial acima de R$ 10 mil.

Ainda dentro do bloco técnico, os engenheiros de produção, qualidade e segurança reúnem competências de gestão e eficiência operacional, combinação que sustenta o salário de entrada próximo a R$ 10 mil.

Pesquisadores de engenharia e tecnologia completam o grupo por sua atuação em desenvolvimento de produtos, inovação e transferência de conhecimento para a indústria.

Na engenharia elétrica e eletrônica, a remuneração inicial acompanha a relevância de sistemas de energia, automação e telecomunicações.

Setores da indústria com melhor remuneração de admissão

Na Indústria, o estudo aponta a extração de petróleo e gás natural como a atividade com maior salário médio de entrada, em R$ 9.104.

Além disso, as atividades de apoio à extração de minerais registram R$ 4.908.

A fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos apresenta média de R$ 4.186, enquanto eletricidade, gás e outras utilidades fica em R$ 4.009.

Em patamar próximo, a extração de minerais metálicos inicia contratações com R$ 4.007.

Esses valores, calculados em termos reais, indicam que ramos intensivos em capital e tecnologia tendem a oferecer entradas mais altas, especialmente quando envolvem operações críticas, exigências de segurança e conhecimento técnico especializado.

Em paralelo, cadeias reguladas, como a farmacêutica e a de energia, sustentam níveis de remuneração de admissão superiores à média industrial.

Serviços com maiores salários de entrada

No setor de Serviços, a pesquisa destaca atividades de exploração de jogos de azar e apostas com salário médio inicial de R$ 9.301.

Em seguida aparecem organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, com R$ 6.801.

Serviços financeiros iniciam contratações com R$ 5.179, enquanto as atividades de tecnologia da informação têm média de R$ 4.927.

Pesquisa e desenvolvimento científico completa o bloco, com R$ 4.861. Por outro lado, mesmo dentro de Serviços, há forte dispersão entre ramos.

Áreas globalizadas ou reguladas tendem a pagar melhor na entrada, assim como segmentos em expansão tecnológica.

TI e P&D se beneficiam da demanda por inovação e digitalização, o que sustenta salários iniciais competitivos para profissionais qualificados.

Agropecuária e comércio: salários de admissão

Na Agropecuária, o maior salário médio de admissão aparece em pesca e aquicultura, com R$ 2.113.

Além disso, no Comércio, o melhor desempenho está no comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas, com R$ 2.267 na entrada.

Embora as médias sejam inferiores às observadas em Indústria e Serviços de alta intensidade tecnológica, esses valores refletem a dinâmica de setores com forte participação regional e com estruturas de custo e produtividade distintas.

Ainda assim, eles indicam os ramos mais competitivos dentro de cada grande grupo econômico quando o tema é remuneração de ingresso.

O que significa salário de admissão

A métrica usada pela Firjan — salário real de admissão — captura o que de fato entra no contracheque no início do vínculo, já descontado o efeito da inflação pelo INPC.

A opção pela base do Novo Caged limita o escopo ao mercado formal, excluindo trabalhadores sem carteira assinada e regimes não captados pelo sistema.

Por fim, como se trata de médias, a remuneração individual pode variar por região, porte da empresa e perfil do cargo.

Além disso, a fotografia considera 2024 e serve de referência para comparar entradas em diferentes carreiras, não trajetórias ao longo do tempo.

Fatores como experiência, certificações e progressão interna tendem a alterar os patamares salariais à medida que o vínculo amadurece, mas não integram o recorte analisado.

Por que engenharias lideram os salários iniciais

A concentração de engenharias no topo do ranking se relaciona à combinação entre escassez de mão de obra especializada, complexidade técnica e impacto direto em operações críticas.

Computação e eletrônica se beneficiam da digitalização de processos. Química e mecânica, da exigência por eficiência e conformidade. Mineração e geociências, de projetos que demandam perícia e alto rigor de segurança.

Em todas, a barreira de entrada educacional e a necessidade de atualização constante contribuem para salários iniciais mais elevados.

Para quem mira uma dessas áreas, os números ajudam a dimensionar as expectativas no começo da carreira. No entanto, a decisão profissional deve considerar aptidão, formação e perspectivas setoriais.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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