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É por esse motivo que o governo vai cortar mais de 100 mil benefícios do Bolsa Família

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/06/2025 às 06:56
Bolsa Família
Foto: Reprodução
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Governo muda regra do Bolsa Família, corta 101 mil benefícios e prevê economia de R$ 59 milhões

Uma mudança nas regras de permanência no Bolsa Família deve provocar o desligamento de 101 mil famílias do programa ainda este ano.

A estimativa é do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que calcula uma economia de R$ 59 milhões até dezembro com os novos critérios.

Os dados foram obtidos pelo jornal O Globo por meio da Lei de Acesso à Informação.

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A principal alteração está na chamada regra de proteção, que permitia a permanência de beneficiários no programa mesmo após aumento de renda. Antes, esse tempo era de dois anos. Agora, o período foi reduzido para apenas um ano.

Além disso, o teto de renda para acessar essa regra também caiu. Em 2023, o limite era de meio salário mínimo. Em 2025, esse teto será de R$ 706, valor inferior ao patamar anterior de R$ 759.

Segundo o MDS, essas medidas fazem parte de uma estratégia de ajuste orçamentário e de foco no público mais vulnerável.

O objetivo é garantir a sustentabilidade do programa, que sofreu um corte de R$ 7,7 bilhões no orçamento deste ano.

Mudança no tempo de transição

A regra de proteção foi criada para evitar um corte brusco no auxílio de famílias que conseguem trabalho ou passam a empreender.

Com ela, mesmo que a renda ultrapasse o limite de R$ 218 por pessoa, o benefício continua sendo pago parcialmente.

A mudança mais recente reduziu esse período de transição de 24 para 12 meses.

Famílias que têm renda estável e permanente, como aposentadoria, pensão ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC), agora terão direito a apenas dois meses de proteção.

Segundo os dados do governo, a redução do tempo de transição ainda terá impacto limitado em 2024. A expectativa é que esse efeito se concentre em 2026.

Para este ano, a estimativa é que 8 mil famílias com renda permanente deixem o programa a cada mês entre julho e dezembro. Como o benefício médio nesses casos é de R$ 336,77, a economia prevista até o fim do ano é de R$ 17,6 milhões.

Impacto imediato virá da renda

A maior parte da economia neste ano virá da mudança no limite de renda da regra de proteção. O novo teto, de R$ 706 por pessoa, deve causar 15.403 cancelamentos só na folha de junho.

Com um benefício médio de R$ 671 por família, a economia esperada é de R$ 10,3 milhões nesse mês.

Nos meses seguintes, o governo projeta 7.701 desligamentos mensais. Isso elevaria a economia até dezembro para R$ 41,3 milhões, apenas com base no novo limite de renda.

No total, somando as duas frentes — corte no tempo de permanência e redução no teto — a economia chega a R$ 59 milhões até o fim de 2024.

Foco em quem mais precisa

De acordo com o MDS, as mudanças têm como meta melhorar a focalização do Bolsa Família. Ou seja, garantir que os recursos cheguem às famílias que realmente estão em situação de pobreza ou extrema pobreza.

Com orçamento reduzido, a pasta defende que as alterações são necessárias para manter a efetividade do programa e reduzir a fila de espera. Ainda segundo o governo, as mudanças foram planejadas com base em estudos técnicos, incluindo recomendações do Banco Mundial e análises internas.

Nos documentos obtidos pelo jornal, o MDS afirma que a nova duração de 12 meses da regra de proteção foi definida levando em conta o tempo necessário para um trabalhador acessar o seguro-desemprego. Assim, mesmo em caso de demissão, a família não ficaria sem nenhuma fonte de renda imediatamente.

Resultado de acesso ao mercado de trabalho

O governo aponta que a maioria das famílias que entram na regra de proteção tem conseguido aumentar sua renda com vínculo formal de trabalho.

Segundo os dados mais recentes, 90% das famílias apresentaram elevação de renda ao ingressarem nessa etapa.

O tempo médio de permanência nessa condição é de oito meses. Para o MDS, isso indica que a transição está funcionando e que o incentivo à autonomia com segurança tem surtido efeito.

Outro dado que reforça esse argumento é o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2024, 75,5% das vagas com carteira assinada criadas no país foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família.

Recursos seguem no programa

Apesar dos cortes, o governo afirma que os recursos economizados não serão desviados para outras áreas. Segundo a nota oficial do MDS, a ideia é realocar os valores para reforçar o próprio Bolsa Família.

A lógica é liberar espaço no orçamento para incluir novos beneficiários e ampliar o alcance do programa, priorizando quem está realmente abaixo da linha da pobreza.

Além disso, o ministério quer fortalecer a rede de proteção por meio da participação de estados e municípios.

Uma das frentes é a ampliação de programas de qualificação profissional, para facilitar a entrada dos beneficiários no mercado de trabalho.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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