Experimentos no Chile mostram que o sal fundido pode armazenar grandes quantidades de energia e substituir os combustíveis fósseis em dias sem sol ou vento.
Imagina um futuro onde o sol e o vento são as principais fontes de energia, mas sem o velho problema de depender das condições climáticas? Pois é, esse futuro já está sendo desenhado no Deserto do Atacama, no Chile, onde cientistas e engenheiros estão usando sal fundido para armazenar calor e gerar energia elétrica até mesmo quando o sol não brilha e os ventos estão fracos. E o mais incrível? Isso pode finalmente deixar os combustíveis fósseis no passado!
Em Cerro Dominador, no coração do Deserto do Atacama, uma das regiões mais ensolaradas do mundo. Aqui, 10.600 espelhos concentram a luz solar no topo de uma torre, aquecendo sal fundido a mais de 500ºC. Esse sal não vaporiza e, armazenado em tanques isolados, pode reter calor por semanas ou até meses, permitindo que a energia seja utilizada continuamente. É uma solução que está permitindo gerar eletricidade 24 horas por dia, sem depender do clima.
Sal fundido pode mudar o jogo
A grande vantagem dessa tecnologia é que ela armazena o calor do sol, possibilitando o uso contínuo das turbinas que geram eletricidade. Isso elimina um dos maiores desafios das energias renováveis: o armazenamento.
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Os combustíveis fósseis, como o gás e o carvão, sempre levaram vantagem por serem mais previsíveis, mas o sal fundido pode mudar esse jogo. “Com essa tecnologia, podemos começar a reduzir drasticamente a dependência dos combustíveis fósseis“, afirmou um dos gestores do projeto.
Pesquisadores da Universidade de Antofagasta estão trabalhando para otimizar a fórmula desse sal especial, chamado de “sal solar”. Feito de nitrato de sódio e nitrato de potássio, ele é perfeito para armazenar calor, mas ainda existem desafios, como a corrosão dos tanques e tubulações utilizados no processo.
No entanto, as expectativas são altas: uma vez refinada, essa tecnologia pode ser aplicada globalmente, não apenas em desertos, mas também em locais que sofrem com a falta de energia estável.
Chile pode se tornar um grande exportador de hidrogênio verde
Outro ponto interessante é que, ao utilizar o sal fundido, os pesquisadores acreditam que o Chile pode se tornar um grande exportador de hidrogênio verde, uma fonte de energia limpa e promissora. A União Europeia, por exemplo, já tem planos de importar 10 milhões de toneladas de hidrogênio renovável até 2030, e o Chile pode liderar essa revolução verde.
“Se isso funcionar, o impacto global será imenso. Estamos falando de uma tecnologia que pode transformar usinas termelétricas em verdadeiras fábricas de energia limpa”, comentou o gestor do projeto.
O maior desafio, no entanto, está na adaptação das redes elétricas para suportar essa nova forma de geração de energia. Somente no Chile, entre 10% e 20% da energia renovável é perdida devido à falta de capacidade na rede de transmissão. Ainda assim, o otimismo prevalece, com os primeiros projetos de adaptação já em andamento.
Substituindo os combustíveis fósseis
No fim das contas, o sal fundido pode ser a chave para um futuro mais sustentável, substituindo os combustíveis fósseis e ajudando a combater a crise climática. Será que essa tecnologia pode se expandir para o mundo todo e finalmente nos livrar da dependência de combustíveis poluentes? O que você acha? Deixe sua opinião nos comentários!