O primeiro robô autônomo do mundo capaz de verificar a segurança de usinas nucleares de forma totalmente autônoma foi lançado
Um marco foi alcançado no campo da energia de nuclear. Pela primeira vez, um robô autônomo foi implantado para conduzir uma inspeção completa e interna em uma instalação nuclear.
Este avanço, realizado pelo Oxford Robotics Institute (ORI), da Universidade de Oxford, em parceria com a United Kingdom Atomic Energy Authority (UKAEA), demonstra o potencial transformador da robótica autônoma em ambientes industriais altamente desafiadores, como usinas de energia de fusão.
A primeira missão autônoma em uma usina de fusão
Durante 35 dias, o robô quadrúpede Boston Dynamics Spot, controlado pela plataforma “AutoInspect” da ORI, realizou uma série de inspeções autônomas na Joint European Torus (JET), uma das maiores instalações de pesquisa de fusão.
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Este experimento pioneiro foi essencial para provar que os robôs podem operar de forma autônoma em ambientes hostis, como aqueles com radiação intensa, temperaturas extremas e pressões de vácuo, onde a presença humana é inviável.
Ao longo da missão, o robô executou tarefas como mapear o ambiente, coletar dados de sensores e navegar em torno de obstáculos e pessoal de forma independente, duas vezes ao dia.
O sucesso dessa missão aponta para uma nova era em que a robótica pode substituir a presença humana em inspeções de segurança, manutenção e, eventualmente, no descomissionamento de usinas de fusão.
Pioneirismo em manutenção autônoma
As usinas de energia de fusão são vistas como a solução energética do futuro, mas elas requerem manutenção constante devido às condições extremas em que operam.
Historicamente, essas tarefas têm sido realizadas por robôs controlados por humanos, mas o teste no JET demonstrou que robôs autônomos podem realizar essas inspeções de forma independente, com maior segurança e eficiência.
“O objetivo do projeto era validar a confiabilidade da tecnologia robótica autônoma e incutir confiança em seu uso para inspeções seguras e eficientes em instalações de fusão por longos períodos”, explicou o Dr. Robert Skilton, chefe de pesquisa da UKAEA.
A capacidade de um robô operar sem intervenção humana direta em um ambiente de fusão abre caminho para uma alternativa mais segura e econômica para as futuras usinas nucleares.
Robô autônomo é o futuro nas usinas nucleares?
Além das aplicações em usinas de fusão, o sucesso deste projeto tem implicações mais amplas para outras indústrias. O Dr. Skilton afirmou que “robôs autônomos podem aumentar a segurança e cortar custos” em uma variedade de setores, incluindo o descomissionamento nuclear, a limpeza ambiental e o socorro a desastres.
Ao permitir que robôs como o Spot da Boston Dynamics coletem dados de forma independente e naveguem por ambientes desafiadores, o ORI e a UKAEA abriram portas para o desenvolvimento de soluções robóticas mais avançadas e aplicáveis a diversas áreas.
O professor Nick Hawes, da Universidade de Oxford, também destacou a importância deste projeto para o avanço da inteligência artificial e robótica, afirmando que “projetos como este demonstram o valor de robôs autônomos – robôs que podem fazer coisas sozinhos sem controle direto de humanos“.
Esse avanço não só permite a substituição de humanos em ambientes perigosos, mas também fundamenta novos algoritmos de IA e robótica em cenários de uso real.
O teste bem-sucedido do robô autônomo na usina JET é apenas o começo de um futuro onde a robótica pode desempenhar um papel crucial na manutenção e segurança de instalações industriais perigosas.
Com essa demonstração, as usinas nucleares de fusão, que prometem ser uma das fontes de energia mais limpas e eficientes do futuro, poderão contar com sistemas robóticos avançados para garantir sua operação e sustentabilidade.