No calor intenso das pequenas fundições do Nordeste, artesãos transformam sucata de alumínio em panelas resistentes e acessíveis. É um ofício que une tradição, reciclagem e sustento para famílias inteiras, mantendo viva uma técnica passada de geração em geração.
A reciclagem de alumínio é um dos processos mais eficientes e sustentáveis da indústria de metais.
Entre os produtos mais comuns feitos a partir de alumínio reaproveitado estão as panelas, que podem ser produzidas tanto em escala industrial quanto em oficinas menores, em fundo de quintal.
O processo é relativamente simples, mas exige conhecimento técnico, equipamentos adequados e medidas de segurança.
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Coleta e separação
Tudo começa com a coleta do alumínio, que pode vir de latas de bebidas, esquadrias antigas, peças de eletrodomésticos, sucata automotiva ou outros objjetos.
Esse material é reunido por empresas de reciclagem, cooperativas ou catadores.
Após a coleta, ocorre a separação. O objetivo é garantir que apenas alumínio entre no processo, evitando contaminação com ferro, cobre, plásticos e outros resíduos.
Essa etapa pode ser feita manualmente ou com máquinas que usam imãs e peneiras para isolar o metal.
Limpeza
Antes de fundir o alumínio, é preciso remover impurezas como tinta, restos de líquidos, graxa ou óleo. Essa limpeza pode ser feita por lavagem com água e detergente, uso de solventes ou até processos mecânicos de raspagem.
Além de melhorar a qualidade final do produto, essa etapa evita a produção de fumaça tóxica e reduz a formação de impurezas durante a fusão.
Trituração
O alumínio limpo é triturado ou cortado em pedaços menores. Isso facilita o derretimento, pois aumenta a superfície de contato com o calor.
Trituradores industriais transformam latas e peças em pequenas lascas ou fragmentos, acelerando a fusão e garantindo aquecimento uniforme.
Fusão
O metal triturado é levado a fornos que podem ser elétricos, a gás ou a carvão. O objetivo é atingir cerca de 660 °C, temperatura na qual o alumínio se torna líquido.
O material é colocado em cadinhos — recipientes resistentes ao calor — para ser derretido. Durante a fusão, pode-se adicionar fundentes, substâncias que ajudam a separar sujeiras e escória, deixando o metal mais puro.
Moldagem
Com o alumínio líquido pronto, ele é despejado em moldes que definem o formato da panela.
Esses moldes podem ser de areia, ferro ou aço. Em algumas regiões do Brasil, eles fazem os moldes de areia.
A indústria usa moldes de alta precisão para garantir espessura e formato uniformes, enquanto produções menores podem recorrer a modelos artesanais.
O processo de enchimento dos moldes exige cuidado para evitar bolhas de ar ou falhas estruturais, que poderiam comprometer a resistência da panela.
Resfriamento e acabamento
Após o enchimento, o alumínio precisa esfriar e solidificar. O tempo varia de acordo com o tamanho da peça e o tipo de molde usado.
Quando a panela é retirada, ela passa por cortes para remover rebarbas e excessos de metal. Depois, é lixada e polida até atingir a aparência final. Em alguns casos, recebe tratamento de superfície, como anodização, para aumentar a resistência à corrosão.
Montagem final
Se a panela usar alças ou tampas separadas, elas são fixadas nessa fase, geralmente por rebites ou solda. Em modelos moldados de forma única, as alças já saem integradas ao corpo da panela.