Os EUA investiram 600 milhões de dólares no supercomputador mais poderoso do mundo para proteger seu arsenal nuclear de ataques hackers.
Os Estados Unidos investem pesadamente para garantir a proteção de seu arsenal nuclear contra possíveis ataques cibernéticos. Em 9 de janeiro, mais de 300 funcionários do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), autoridades governamentais e líderes da indústria se reuniram para celebrar a inauguração do El Capitan, o supercomputador mais rápido do mundo.
Essa conquista tecnologia marca um passo crucial na segurança do arsenal nuclear os Estados Unidos, representando o ápice da colaboração entre ciência, indústria e governo.
O que é o El Capitan?
O El Capitan é o primeiro sistema de computação exascale desenvolvido para a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA).
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Ele pode realizar mais de 2 quintilhões de cálculos por segundo, ou 2,79 exaFLOPs no pico de desempenho.
Para efeito de comparação, ele é mais de um milhão de vezes mais rápido do que os supercomputadores usados há 30 anos no gerenciamento do arsenal nuclear dos EUA.
Com essa capacidade impressionante, o El Capitan permite simulações complexas de explosões nucleares, eliminando a necessidade de testes físicos e contribuindo para a segurança global.
Além disso, ele é essencial para a manutenção e modernização das armas nucleares sem comprometer tratados internacionais de não proliferação.
Tecnologia de ponta a serviço da segurança
O El Capitan foi desenvolvido em parceria com empresas líderes do setor, como Hewlett Packard Enterprise (HPE), AMD e RedHat. Sua arquitetura conta com tecnologias avançadas, incluindo:
- Unidades de processamento acelerado (APUs) AMD Instinct MI300A, que proporcionam um desempenho superior para cálculos complexos;
- Interconexão HPE Slingshot, que garante uma comunicação ultrarrápida entre os componentes do sistema;
- Capacidade de computação de alto desempenho, essencial para resolver desafios de segurança nacional, desde a modelagem de armas até a detecção de ameaças cibernéticas.
Essas inovações fazem do El Capitan um divisor de águas no campo da computação de alto desempenho, estabelecendo um novo padrão global.
O poder da colaboração com o supercomputador
A cerimônia de inauguração destacou a importância da parceria entre governo e setor privado. Rob Neely, Diretor Associado de Simulação de Armas e Computação do LLNL, classificou o evento como “um testemunho de parceria” e ressaltou que a colaboração entre a NNSA, o LLNL e a indústria foi essencial para o sucesso do projeto.
Antonio Neri, CEO da HPE, elogiou o El Capitan como “o auge da colaboração em engenharia”, enfatizando seu impacto na descoberta científica e na inovação. Lisa Su, CEO da AMD, destacou que o projeto é “o ápice de mais de uma década de colaboração“, demonstrando o valor das parcerias público-privadas.
Impacto na segurança nacional do supercomputador
A implementação do El Capitan representa uma revolução na segurança nuclear dos EUA. Ele permitirá:
- Monitoramento contínuo do arsenal nuclear, garantindo sua eficácia e segurança;
- Modelagem de ameaças cibernéticas, ajudando a proteger infraestruturas críticas contra ataques de estados-nação e grupos hackers;
- Simulações mais precisas, permitindo ajustes estratégicos sem a necessidade de testes nucleares físicos.
Além disso, o supercomputador contribuirá para avanços em áreas como inteligência artificial, análise de dados e previsão de cenários complexos.
Avanços em simulações e Inteligência Artificial
O Diretor Adjunto de Dissuasão Estratégica do LLNL, Brad Wallin, afirmou que o El Capitan é mais do que um sistema de modelagem e simulação; é uma ferramenta poderosa para o treinamento e a inferência de IA. “Ainda estamos explorando o papel completo da IA em nossa missão, mas estamos confiantes de que ela acelerará nossas capacidades de P&D“, disse Wallin.
Outro aspecto importante é o Programa de Aliança Acadêmica de Ciência Preditiva (PSAAP) do ASC, que prepara a próxima geração de cientistas por meio de projetos acadêmicos de alto nível.
Em complemento ao El Capitan, o supercomputador Tuolumne fornecerá suporte a pesquisas não classificadas. Segundo Pat Falcone, vice-diretor de Ciência e Tecnologia do LLNL, esse sistema estará disponível para diversos projetos científicos, desde simulações quânticas até modelagem de terremotos. “Esses esforços fortalecem a ciência computacional e capacitam novas soluções”, explicou Falcone.
Três décadas de avanços em computação
Durante o evento, também foi celebrado o 30º aniversário do programa ASC, que teve início em 1995 como a Iniciativa de Computação Estratégica Acelerada (ASCI).
Thuc Hoang, vice-administrador adjunto da NNSA, destacou os avanços desde os sistemas em teraescala até os modernos sistemas exaescala, como o El Capitan, que oferecem precisão sem precedentes.
“Não se trata apenas de computação, mas de fornecer ferramentas validadas para resolver os problemas científicos mais desafiadores do país“, afirmou Hoang.
O El Capitan é mais do que um supercomputador; é um pilar fundamental para a segurança dos EUA e um motor de inovação científica.
Sua capacidade de simulações detalhadas e a integração com IA colocam os Estados Unidos na vanguarda da tecnologia global.
No futuro, espera-se que ele contribua para novos avanços em segurança, ciência e formação de talentos, consolidando a posição do LLNL como um centro de excelência em computação de alto desempenho.
Que conversa é essa? O arsenal atômico é todo analógico, justamente para não ter interferência ou ataque externo.