Acidentes consecutivos com um MH-60R Sea Hawk e um F/A-18 Super Hornet no Mar do Sul da China levantam dúvidas sobre segurança operacional e ampliam o clima de rivalidade entre Washington e Pequim
Em menos de trinta minutos, duas aeronaves da Marinha dos EUA caíram no Mar do Sul da China durante operações de rotina a partir do porta-aviões USS Nimitz. O helicóptero MH-60R Sea Hawk e o caça F/A-18 Super Hornet se acidentaram em área disputada, reacendendo preocupações sobre a segurança das operações norte-americanas na região.
Embora todos os cinco tripulantes tenham sido resgatados com vida, os episódios aumentaram o nível de tensão geopolítica e colocaram em xeque os protocolos técnicos e operacionais da frota, justamente em um momento em que o USS Nimitz se prepara para encerrar suas atividades após quase cinco décadas de serviço.
Acidentes em sequência expõem vulnerabilidade operacional
O primeiro acidente envolveu o helicóptero MH-60R Sea Hawk, do esquadrão “Battle Cats”, que caiu por volta das 14h45 (horário local).
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Menos de meia hora depois, às 15h15, o F/A-18 Super Hornet do esquadrão “Fighting Redcocks” também se acidentou durante procedimentos de voo embarcado.
Segundo informações do U.S. Pacific Fleet, todos os tripulantes foram localizados e passam bem.
A Marinha norte-americana abriu uma investigação para identificar as causas dos incidentes, que podem incluir falhas, problemas de combustível ou fatores humanos.
Os dois acidentes em sequência, envolvendo aeronaves diferentes, em condições semelhantes, levantam questionamentos sobre manutenção e treinamento.
Tensão constante no Mar do Sul da China
As aeronaves da Marinha dos EUA atuavam em uma das zonas marítimas mais sensíveis do planeta.
O Mar do Sul da China é palco de disputas territoriais entre Pequim e diversos países do Sudeste Asiático, e qualquer movimentação militar dos Estados Unidos é observada de perto pelo governo chinês.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, criticou a presença militar americana, afirmando que tais operações “aumentam os riscos à navegação e prejudicam a estabilidade regional”.
Pequim também indicou disposição para colaborar em esforços de busca e resgate, caso solicitado, em uma rara demonstração de diplomacia em meio a uma relação marcada por desconfiança mútua.
USS Nimitz encerra ciclo histórico sob pressão
O USS Nimitz (CVN-68), o mais antigo porta-aviões em operação da frota americana, retornava à base de Kitsap, em Washington, após missão no Oriente Médio.
Comissionado em 1975, o navio está em sua última missão antes da desativação prevista para 2026.
Com mais de 333 metros de comprimento e propulsão nuclear, o Nimitz representa um símbolo da supremacia naval dos EUA, mas também carrega o peso de décadas de desgaste estrutural e tecnológico.
A ocorrência desses acidentes em plena fase de transição da embarcação reacende o debate sobre os limites de uso de equipamentos veteranos em missões de alto risco.
Analistas apontam que a frota de caças F/A-18 Super Hornet e helicópteros Sea Hawk tem sofrido com custos de manutenção crescentes e fadiga operacional.
Reação política e repercussões estratégicas
Durante um deslocamento entre Malásia e Japão, o ex-presidente Donald Trump classificou os episódios como “muito incomuns” e mencionou a possibilidade de contaminação de combustível.
Embora essa hipótese ainda esteja sob análise, a declaração reacendeu discussões sobre vulnerabilidade logística e sobre a segurança das operações norte-americanas em zonas contestadas.
Os dois acidentes elevam para quatro o número de F/A-18 Super Hornet perdidos pela Marinha dos EUA apenas neste ano, um dado que reforça a percepção de desgaste técnico e a necessidade urgente de revisão dos protocolos de segurança.
Especialistas destacam que, em um cenário de rivalidade crescente com a China, cada falha operacional se transforma em um elemento de disputa simbólica e estratégica.
As quedas das aeronaves da Marinha dos EUA em tão curto intervalo de tempo evidenciam não apenas riscos técnicos, mas também a complexidade geopolítica da presença americana no Mar do Sul da China.
Com o USS Nimitz prestes a se aposentar e as tensões com Pequim em alta, os episódios funcionam como um lembrete da fragilidade por trás da força militar.
Você acredita que esses incidentes podem influenciar as futuras operações dos EUA na região ou são apenas coincidências operacionais?


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