Alguns donos de carros da Volkswagen abriram processo nos Estados Unidos por falhas nos botões touch do volante, alegando acionamento involuntário de funções e problemas de segurança.
Donos de carros da Volkswagen nos Estados Unidos iniciaram um processo coletivo contra a montadora devido a problemas com os botões touch instalados nos volantes de modelos como o ID.4. A ação, registrada em um tribunal federal de Nova Jersey, acusa a fabricante de comprometer a segurança dos motoristas ao permitir que funções do carro sejam ativadas sem intenção.
Além disso, o processo aponta possíveis violações de leis de defesa do consumidor em estados como Connecticut e Massachusetts, incluindo alegações de fraude por omissão e enriquecimento sem causa.
Problemas relatados pelos donos de veículos da Volkswagen
Segundo relatos compilados pelo site Carscoops, os comandos sensíveis ao toque do volante chegam a ser acionados com o mínimo contato das mãos.
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Funções como o controle de cruzeiro adaptativo podem ser ativadas involuntariamente, deixando alguns motoristas “aterrorizados e hesitantes” ao dirigir. Os advogados envolvidos no processo afirmam que a Volkswagen tinha conhecimento prévio das falhas.
Documentos internos, relatos de clientes e alertas de concessionárias indicariam que o sistema não funcionava como prometido.
Para os autores da ação, a fabricante falhou ao não oferecer recall, reembolso ou substituição gratuita aos usuários afetados.
Histórico de críticas ao volante touch
O volante sem botões tradicionais gerou polêmica desde sua estreia.
A promessa da Volkswagen era oferecer um design moderno e futurista, mas a prática mostrou que os comandos eram sensíveis demais e sujeitos a acionamentos involuntários.
Em 2023, Thomas Schäfer, então CEO da empresa, admitiu que a decisão de substituir os botões físicos por touch foi um erro estratégico. Segundo ele, a mudança “causou muitos danos” à marca, reforçando a percepção negativa de alguns consumidores.
Além disso, a crítica não se restringiu aos Estados Unidos. Na Europa e em outros mercados, os comandos táteis também foram alvo de queixas, gerando discussões sobre a ergonomia e a segurança do sistema.
Mudanças planejadas pela Volkswagen
A montadora já anunciou que pretende reintroduzir botões físicos nos volantes a partir de 2027.
O hatch elétrico ID.2, previsto para chegar ao mercado europeu em 2026, deve marcar a transição para controles mais tradicionais. A intenção é devolver simplicidade e ergonomia, reduzindo distrações e aumentando a segurança.
Apesar da promessa, a mudança ainda não chegou ao ID.4, modelo central do processo nos Estados Unidos.
Para muitos donos, a demora reforça a sensação de descaso com a segurança e a experiência do usuário.
Situação no Brasil
No mercado brasileiro, os botões touch também foram implementados em modelos como Taos, Tiguan e Jetta GLI. O Golf GTI, em sua versão pré-facelift, também chegou a ser comercializado com comandos sensíveis ao toque.
No entanto, a Volkswagen já corrigiu o volante desses veículos, retornando aos botões convencionais, o que indica que a empresa reconheceu os problemas e buscou soluções em alguns mercados.
Essa diferença entre regiões mostra que, embora o design futurista tenha sido uma aposta global da montadora, a aplicação prática ainda precisa de ajustes para garantir conforto e segurança aos motoristas.
Acusações legais e impactos para a Volkswagen
O processo coletivo destaca que a falha nos botões touch não é apenas um problema de ergonomia, mas uma questão de segurança viária.
Donos alegam que o acionamento involuntário de funções críticas pode causar acidentes, aumentando o risco de danos a motoristas, passageiros e pedestres.
Os advogados afirmam que a Volkswagen não só conhecia os problemas, como também deixou de agir de forma preventiva. A ausência de recall ou de outras medidas corretivas antes da ação judicial é central para a argumentação da acusação.
Se a ação for bem-sucedida, a montadora poderá ser obrigada a indenizar os consumidores, oferecer compensações financeiras ou realizar mudanças mais rápidas nos modelos afetados.
Reflexos da decisão estratégica da montadora
O lançamento do volante touch foi visto como uma tentativa de inovação e diferenciação de mercado.
No entanto, a execução técnica não atendeu às expectativas, provocando insatisfação entre consumidores e impacto na imagem da marca.
A admissão pública de erro por parte do CEO Thomas Schäfer evidencia que a empresa reconheceu a falha estratégica. Segundo ele, a substituição dos botões físicos por touch causou danos significativos à percepção da marca.
Além disso, a polêmica reforça a importância de testes de usabilidade e de avaliação de segurança antes da implementação de tecnologias que substituem comandos tradicionais em veículos.
A partir de 2027, com a reintrodução de botões físicos, a Volkswagen pretende corrigir os problemas de ergonomia e segurança.
Com informações do site Auto+