1. Início
  2. / Comércio Exterior
  3. / Donald Trump pode impor novas barreiras ao etanol brasileiro, causando atritos comerciais entre Estados Unidos e Brasil
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Donald Trump pode impor novas barreiras ao etanol brasileiro, causando atritos comerciais entre Estados Unidos e Brasil

Publicado em 14/02/2025 às 09:56
Brasil e EUA em confronto: Trump pode impor novas barreiras ao etanol brasileiro, causando atritos comerciais entre os dois países
Foto: gerada por Inteligência Artificial
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Decisão de Trump sobre o etanol brasileiro deve vir acompanhada de retaliação, o que deve piorar ainda mais a crise entre EUA e Brasil.

Segundo a Folha de São Paulo, o Trump, novo presidente eleito dos Estados Unidos, pode estar se preparando para adotar novas medidas comerciais contra o etanol brasileiro, o que poderia intensificar a já complexa disputa entre EUA e Brasil no setor sucroalcooleiro.

A Folha obteve acesso a um documento do Itamaraty que revela um alerta feito por um executivo da empresa de energia, Raízen, à embaixada brasileira nos Estados Unidos.

A possível medida se junta a um longo histórico de tensões comerciais envolvendo o etanol e outros produtos agrícolas, com implicações econômicas e políticas para ambos os países.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

O alerta de Paulo Macedo e o possível impacto das novas tarifas

Paulo Macedo, diretor global de Relações Internacionais da Raízen, gigante do setor sucroalcooleiro, informou à diplomacia brasileira que a Casa Branca está discutindo a implementação de tarifas ou restrições ao etanol produzido no Brasil.

“O tema [tarifas sobre etanol] já estaria em tratamento na Casa Branca, segundo informações recebidas dos consultores da empresa”, aponta o relatório oficial, revelando que o governo norte-americano pode estar planejando novas barreiras para o etanol brasileiro.

Esse movimento representa um novo capítulo em uma disputa comercial de longa data entre Brasil e Estados Unidos, principalmente no que se refere ao setor de bioenergia.

Atualmente, o etanol brasileiro, derivado da cana-de-açúcar, entra nos EUA sem tarifas significativas, enquanto o etanol americano, produzido a partir do milho, é onerado com uma tarifa de 18% no Brasil.

A tensão entre os dois países sobre essas tarifas reflete uma disputa mais ampla sobre práticas comerciais no setor agrícola.

O contexto político e econômico por trás da disputa

A questão do etanol tem forte peso político nos EUA, especialmente no Meio-Oeste, onde estão localizados os principais produtores de etanol a partir do milho.

Este é um reduto eleitoral importante para Trump, e muitos de seus aliados consideram que a política comercial brasileira favorece o etanol de cana-de-açúcar em detrimento do produto americano, caracterizando uma prática comercial injusta.

A acusação contra o Brasil é frequentemente utilizada por Trump em suas críticas ao comércio internacional, especialmente em relação às tarifas sobre produtos agrícolas.

Do lado brasileiro, fontes do governo rebatem essa acusação e defendem que o Brasil enfrenta barreiras ainda maiores para exportar açúcar aos EUA, uma questão levantada diversas vezes sem sucesso.

Além disso, um aumento das importações de etanol dos EUA afetaria diretamente os produtores do Nordeste brasileiro, uma região sensível do ponto de vista político e econômico. 

Para os produtores, essa disputa pode resultar em perdas significativas, já que o etanol americano, mais barato, poderia entrar em maior volume no mercado nacional.

Retaliações de Trump e ameaças de sanções comerciais

Embora as novas barreiras comerciais ainda não tenham sido confirmadas, o governo brasileiro já está se preparando para possíveis retaliações.

A situação ganhou contornos mais concretos após a audiência de confirmação no Senado dos EUA de Jamieson Greer, indicado para o cargo de representante de Comércio.

Durante sua sabatina em 6 de fevereiro, Greer classificou a relação comercial do etanol como “injusta” e deixou claro que o governo dos EUA pode adotar medidas agressivas para pressionar o Brasil.

“Você poderia certamente procurar os brasileiros e dizer: ‘Vocês precisam consertar isso’. Mas isso precisa vir acompanhado de um senão. Isso é um pouco duro, mas precisamos ter alavancagem. E, se for necessário ganhar alavancagem por meio de ações investigativas ou outras ações, faremos isso. Preferimos muito mais fazer isso com base em negociações, mas faremos o que for necessário para tentar resolver essa situação”, afirmou Greer, deixando em aberto a possibilidade de sanções.

Com informações do Brasil 247 e Folha de São Paulo.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Andriely Medeiros de Araújo

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o CPG — Click Petróleo e Gás.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x