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Dólar vive pior semestre em 50 anos: moeda americana se desvaloriza 11% em 2025, e sanções de Trump aceleram busca por alternativas

Escrito por Carla Teles
Publicado em 25/09/2025 às 20:30
Dólar vive pior semestre em 50 anos: moeda americana se desvaloriza 11% em 2025, e sanções de Trump aceleram busca por alternativas
O dólar vive seu pior semestre em 50 anos com queda de 11%. Entenda por que sanções dos EUA e a dívida recorde aceleram a busca por moedas alternativas.
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Moeda americana registra queda de 11% em 2025; uso do dólar como arma geopolítica por Trump acelera busca por alternativas e levanta debate sobre desdolarização.

Baseado em uma análise aprofundada da BBC News Brasil, o cenário financeiro global enfrenta um momento de rara instabilidade, com o dólar americano registrando sua pior performance semestral em mais de meio século. No primeiro semestre de 2025, a moeda sofreu uma desvalorização de 11% em relação a uma cesta de outras moedas fortes, um movimento que acendeu um intenso debate entre investidores e governos sobre a sustentabilidade de sua longa dominância.

Este declínio não é um evento isolado, mas sim o reflexo de uma confluência de fatores geopolíticos e econômicos. O uso agressivo de sanções econômicas pela administração de Donald Trump e o aumento recorde da dívida federal dos EUA têm levado nações, especialmente o bloco dos BRICS, a questionar abertamente a dependência do sistema financeiro americano e a buscar ativamente por alternativas viáveis para o comércio e reservas internacionais.

O que explica a queda histórica do dólar?

A atual fragilidade do dólar é sustentada por dados concretos que preocupam o mercado. Um relatório do banco de investimentos J.P. Morgan, amplamente divulgado, foi um dos primeiros a soar o alarme sobre o processo de “desdolarização”. O documento destaca que a participação do dólar nas reservas internacionais dos bancos centrais globais caiu de 71% no início dos anos 2000 para os atuais 57%, o menor patamar em três décadas. Essas reservas são cruciais para a estabilidade econômica de um país, funcionando como um colchão de segurança para crises.

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Além da queda nas reservas, outros indicadores confirmam essa tendência. O ouro tem se tornado um substituto preferencial, principalmente para países em desenvolvimento que buscam ativos menos sujeitos a sanções políticas. Conforme apurado pela BBC News Brasil, um número crescente de transações comerciais, especialmente no setor de energia, está sendo liquidado em outras moedas. A Rússia, por exemplo, já comercializa diesel com o Brasil utilizando o yuan chinês e o dirham dos Emirados Árabes, contornando completamente o sistema americano.

Sanções e a dívida americana: os fatores de risco

A política externa da Casa Branca sob o comando de Donald Trump é apontada como um dos principais catalisadores para a busca por alternativas ao dólar. A imposição de um “tarifaço” sem precedentes e a ampliação de sanções contra adversários políticos transformaram a moeda em uma ferramenta de coerção. Essa abordagem gerou uma forte reação, levando países a temerem que seus ativos em dólar possam ser congelados ou confiscados, minando a confiança que por décadas sustentou a moeda como um refúgio seguro.

Paralelamente, a saúde fiscal dos próprios Estados Unidos está sob escrutínio. Com uma dívida federal que já atinge o recorde de 37 trilhões de dólares, investidores temem que, no futuro, o governo americano possa ser pressionado a desvalorizar sua própria moeda para reduzir o peso do déficit. Essa incerteza é agravada pela pressão de Trump sobre o Federal Reserve (o banco central americano) para baixar as taxas de juros, uma medida que, se concretizada, poderia diminuir ainda mais a atratividade dos investimentos em dólar.

A ascensão dos BRICS e a busca por alternativas

Nesse contexto, o bloco dos BRICS, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e recentemente expandido com membros como Irã e Arábia Saudita, emergiu como o principal fórum para discussões sobre a desdolarização. As reuniões do grupo, como informa a BBC News Brasil, têm se concentrado em desenvolver alternativas tanto ao dólar quanto ao sistema de pagamentos internacionais SWIFT, que é amplamente controlado pelos EUA.

As ações práticas já estão em andamento. O bloco intensificou o uso de moedas locais no comércio entre seus membros, com destaque para o yuan chinês. A Rússia, por sua vez, está testando uma plataforma digital própria para pagamentos, visando mitigar o impacto das sanções. Embora o governo brasileiro, através do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad, apoie a diversificação, ele adota uma postura cautelosa, afirmando que as transações em dólar continuarão, mas defendendo maior uso de moedas locais no comércio com parceiros estratégicos como a China.

O fim do dólar é prematuro?

Apesar dos sinais evidentes de enfraquecimento, a maioria dos economistas e analistas entrevistados pela BBC News Brasil considera a ideia do “fim do dólarbastante prematura. O principal obstáculo para uma transição é a ausência de uma moeda substituta com a mesma liquidez, estabilidade e aceitação global. Nenhuma outra moeda, nem mesmo o euro ou o yuan, possui atualmente a infraestrutura e a confiança necessárias para processar o volume de transações que o dólar administra diariamente.

Curiosamente, algumas ações da própria administração Trump podem, de forma contraditória, reforçar a posição da moeda americana. A aprovação de uma lei para regulamentar as stablecoins, criptomoedas projetadas para manter paridade com o valor do dólar, pode ampliar ainda mais a presença da moeda no crescente ecossistema financeiro digital. Portanto, mesmo que o mundo se mova em direção a um sistema multipolar, a completa desvinculação do dólar ainda parece um horizonte distante.

Diante desse cenário complexo, qual a sua perspectiva? Você acredita que a busca por moedas alternativas impacta diretamente o mercado brasileiro e seus investimentos? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.

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Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

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