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Dólar fraco anima investidores, mas Banco Central resiste a acelerar cortes da Selic com risco fiscal ainda no radar

Publicado em 23/09/2025 às 13:24
Dólar fraco anima mercado, mas Banco Central mantém cautela nos cortes da Selic
Dólar fraco anima mercado, mas Banco Central mantém cautela nos cortes da Selic
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A valorização do real ajuda, mas o risco fiscal impede aceleração na redução dos juros.

Segundo André Lion, sócio e CIO de ações da Ibiuna Investimentos, o dólar fraco tem colaborado para aliviar pressões inflacionárias no Brasil, mas não é suficiente para justificar cortes acelerados da taxa Selic. A autoridade monetária ainda observa riscos fiscais que podem comprometer a estabilidade do cenário.

Jerson Zanlorenzi, idealizador do Morning Call e head da mesa de ações e derivativos, reforça que, embora o real mais forte seja positivo, o Banco Central precisa manter prudência.

Reduzir juros rápido demais poderia obrigar uma reversão futura, com custos ainda maiores para a economia.

O impacto do dólar fraco na inflação

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O enfraquecimento do dólar no mercado internacional favorece o Brasil por dois canais: queda nos preços de commodities importadas e valorização do real frente à moeda americana.

Esse movimento reduz a pressão sobre os preços domésticos, especialmente alimentos e combustíveis.

No entanto, como lembra Lion, o efeito cambial é apenas uma parte da equação.

A política monetária precisa considerar também a trajetória fiscal do país, que continua como fonte de incerteza para investidores e pode limitar os efeitos positivos do câmbio.

Por que o Banco Central mantém a cautela

O Banco Central não quer repetir erros do passado, quando cortou juros de forma prematura e precisou reverter a trajetória pouco tempo depois.

Zanlorenzi ressalta que a comunicação da autoridade monetária é tão importante quanto a decisão em si, pois orienta expectativas do mercado.

Assim, mesmo com o dólar fraco, a prioridade é garantir que a inflação esteja de fato convergindo para a meta, sem abrir espaço para novos choques de credibilidade.

O risco fiscal segue como a principal trava para cortes mais agressivos.

O fator externo: Fed e produtividade americana

Outro elemento citado pelos especialistas é a política monetária dos Estados Unidos. O Federal Reserve equilibra inflação e emprego, e sua comunicação afeta diretamente o fluxo global de capitais.

Se o Fed sinalizar cortes, o Brasil pode ganhar espaço para reduzir juros sem pressionar o câmbio.

Ao mesmo tempo, discute-se se ganhos futuros de produtividade com inteligência artificial podem aliviar o fiscal americano.

Mas, para Lion, esse efeito é de longo prazo e não resolve os dilemas atuais da economia global.

Brasil versus Estados Unidos no radar fiscal

Enquanto os EUA contam com o privilégio de emitir a moeda global e sustentar déficits por mais tempo, o Brasil precisa dar respostas rápidas para manter a confiança.

A diferença de percepção entre investidores estrangeiros e locais sobre o risco fiscal brasileiro reforça a necessidade de disciplina.

Nesse contexto, o dólar fraco é um alívio temporário, mas não substitui reformas estruturais ou ajustes fiscais que sustentem um ciclo mais longo de cortes na Selic.

O debate entre André Lion e Jerson Zanlorenzi mostra que o dólar fraco anima o mercado, mas não basta para mudar a estratégia do Banco Central.

A política monetária precisa ser firme, mesmo sob pressão, para não perder a confiança conquistada a duras penas.

E você, acredita que o Banco Central deveria aproveitar o dólar fraco para acelerar os cortes da Selic, ou a cautela é o caminho certo diante do risco fiscal?

Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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