Dólar fecha em alta após sanções dos EUA contra esposa de Moraes e pressiona a economia no Brasil em meio à crise diplomática.
Dólar reage a sanções e eleva pressão sobre a economia brasileira
Nesta segunda-feira (22), o dólar subiu frente ao real, contrariando a tendência observada no cenário internacional. A valorização ocorreu após os EUA anunciarem sanções contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, gerando impacto imediato no câmbio brasileiro e aumentando a incerteza sobre a economia nacional.
O episódio se desenrolou às vésperas do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, intensificando a percepção de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
Sanções dos EUA colocam relações bilaterais sob pressão
O governo norte-americano informou que Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, teve seus bens em território americano bloqueados com base na Lei Magnitsky.
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Além disso, as autoridades dos EUA anunciaram a revogação dos vistos do advogado-geral da União, Jorge Messias, e de outras autoridades brasileiras ligadas ao Judiciário.
Essas medidas foram interpretadas como uma resposta direta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF, episódio que já havia sido apontado pelos EUA como motivo para possíveis retaliações.
Reação imediata no mercado financeiro e impacto no câmbio
No momento de maior estresse, o dólar superou a marca de R$ 5,35, alcançando a máxima de R$ 5,3660. Posteriormente, a perda de força da moeda americana no exterior e a percepção de que as sanções estavam restritas a indivíduos específicos suavizaram a cotação.
No fechamento, o dólar registrou valorização de 0,32%, encerrando a sessão em R$ 5,3381.
Além disso, o movimento marcou o quarto pregão consecutivo de alta, consolidando a recuperação da moeda após ter ficado abaixo de R$ 5,30 em 16 de setembro.
Economia brasileira em alerta diante da escalada de tensões
O Itamaraty afirmou que recebeu as sanções “com profunda indignação”. A chancelaria brasileira destacou ainda que o uso da Lei Magnitsky configurou uma tentativa de ingerência indevida nos assuntos internos do país.
Em nota oficial, o governo reforçou que o Brasil não aceitará medidas externas que interfiram nas decisões do Judiciário.
Com isso, o posicionamento foi interpretado como um esforço para conter os efeitos políticos e econômicos das ações impostas pelos EUA.
EUA justificam sanções com discurso de segurança nacional
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, publicou em sua conta oficial no X (antigo Twitter) que as sanções contra Viviane Barci representaram um alerta direto. Ele declarou que a medida teve como objetivo sinalizar que indivíduos que protegem ou habilitam atores considerados prejudiciais aos interesses norte-americanos serão responsabilizados.
Dessa forma, Washington reforçou sua intenção de adotar uma postura mais rígida diante de autoridades brasileiras vistas como alinhadas a posições contrárias à sua política externa.
Contexto global e reflexos para o Brasil
Especialistas lembram que a valorização do dólar no Brasil ocorreu apesar da tendência de enfraquecimento da moeda americana em nível internacional. O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, havia decidido cortar os juros recentemente, o que pressionou o dólar para baixo em outros mercados.
No entanto, no Brasil, a combinação de sanções diplomáticas e instabilidade política provocou o movimento contrário. Esse cenário reacendeu as preocupações sobre os efeitos prolongados que essas tensões podem gerar na economia nacional.
Perspectivas para os próximos dias
Analistas consideram que a escalada das tensões entre EUA e Brasil pode manter o dólar em patamares elevados, especialmente se novos desdobramentos políticos surgirem. Além disso, eles apontam o discurso do presidente Lula na ONU como fator decisivo para orientar os próximos movimentos do mercado.
Enquanto isso, investidores mantêm o alerta sobre a vulnerabilidade da economia brasileira diante de choques externos e crises diplomáticas. Dessa forma, reforçam que essas situações tendem a aumentar a volatilidade no câmbio.