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Dólar bate 6 reais pela primeira vez na história: alta histórica e pacote fiscal de Haddad abalam mercado e derrubam Bolsa em mais de 1%

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 28/11/2024 às 23:22
Dólar bate 6 reais pela primeira vez na história: alta histórica e pacote fiscal de Haddad abalam mercado e derrubam Bolsa em mais de 1%
Dólar bate 6 reais pela primeira vez na história, mercado reage ao pacote fiscal de Haddad: moeda sobe mais de 1%, Bolsa recua 1,17% e frustração toma conta dos investidores. (Imagem: Reprodução)

Moeda norte-americana, dólar chega a marca histórica de R$ 6 após anúncio de medidas de contenção de gastos do governo Lula. Investidores reagem com pessimismo.

O dólar bate 6 reais pela primeira vez na história, conforme a InfoMoney, nesta quinta-feira, 28, em um dia marcado por forte instabilidade no mercado financeiro. O movimento foi impulsionado pelo anúncio do pacote fiscal de Haddad, revelado na véspera, que gerou frustração entre os investidores e um clima de incertezas sobre os rumos da economia brasileira.

Às 11h21, o dólar comercial atingiu o recorde histórico, superando 1% de alta em relação ao fechamento do dia anterior. Pouco depois, às 12h22, era negociado a R$ 5,99, consolidando um dos dias mais tensos para a moeda norte-americana no Brasil. A Bolsa de Valores também sentiu o impacto: o Ibovespa recuava 1,17% no mesmo horário, marcando 126.181 pontos. O índice já havia fechado em queda de 1,73% na quarta-feira, refletindo as expectativas do mercado para as medidas econômicas do governo federal.

Investidores questionam o pacote fiscal de Haddad e dólar sobe

Dólar bate 6 reais pela primeira vez na história: alta histórica e pacote fiscal de Haddad abalam mercado e derrubam Bolsa em mais de 1%
Pacote fiscal de Haddad gera incertezas: promessas de R$ 70 bilhões em economia, isenção do IR até R$ 5 mil e ajustes para “super-ricos” não convencem investidores.

O pacote fiscal de Haddad, apresentado em coletiva de imprensa, prometia uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos, mas os detalhes divulgados não convenceram. Entre as medidas, destacam-se a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos chamados “super-ricos”. No entanto, analistas apontaram a ausência de cortes efetivos de despesas públicas como um dos fatores que alimentaram a desconfiança, assim ocasionando o recorde do dólar na moeda brasileira.

Flavio Conde, analista da Levante Investimentos, afirmou que o plano foi “desanimador” por não oferecer garantias concretas de redução dos gastos. Segundo ele, o gasto crescente com programas sociais, como Bolsa Família e Auxílio Brasil, também preocupa o mercado. Em 2021, esses programas custaram R$ 31 bilhões ao governo, enquanto em 2023 o valor saltou para R$ 175 bilhões. A economia prevista para 2025, de apenas R$ 2 bilhões, foi considerada insuficiente.

Para Leonel Mattos, analista da StoneX, o adiamento da divulgação do pacote aumentou as expectativas dos investidores, mas o resultado final foi abaixo do esperado. “O comunicado do governo acaba frustrando essas expectativas”, avaliou.

Haddad detalha propostas e promete “mais igualdade”

Apesar das críticas e do recorde do dólar, Fernando Haddad manteve o tom otimista na coletiva, destacando medidas para promover maior justiça fiscal e ajustes estruturais. Ele anunciou que parte das emendas parlamentares será redirecionada para a saúde pública, beneficiando o SUS, e que o abono salarial será assegurado para trabalhadores que recebem até R$ 2.640, com correção inflacionária.

O ministro também prometeu maior igualdade no tratamento de aposentadorias militares, uma antiga reivindicação de economistas e especialistas. Contudo, a ausência de um plano claro para alcançar a economia de R$ 70 bilhões levantou dúvidas sobre a efetividade das medidas.

Cenário de incertezas

A marca histórica do dólar bate 6 reais pela primeira vez na história reflete o pessimismo do mercado diante do pacote fiscal de Haddad. Enquanto o governo tenta equilibrar as contas e responder às críticas, investidores adotam uma postura mais defensiva, atentos aos próximos passos da política econômica. Com a instabilidade atual, a pressão sobre a equipe econômica deve aumentar, especialmente em relação à execução das promessas feitas nesta quinta-feira.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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