Entenda os motivos que fazem Trump criticar o bloco e como o Brics desafia a hegemonia econômica dos EUA
Em 2024, a preocupação do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o crescimento do Brics voltou a ganhar força. Apesar de já ter manifestado sua insatisfação em outras ocasiões, Trump intensificou suas críticas ao bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A expansão recente do Brics, trouxe novos integrantes como Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Essa ampliação elevou a relevância geopolítica do grupo.
Brics avança para disputar hegemonia global
Enquanto Trump insiste em reforçar políticas protecionistas, os países-membros do Brics trabalham para reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais.
Economistas do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) afirmaram, que o bloco sinaliza a criação de moedas alternativas e acordos bilaterais.
Essas iniciativas fortalecem a autonomia financeira.
O interesse dos novos países em integrar o Brics evidencia uma tentativa de buscar alternativas.
Essas alternativas surgem frente às sanções impostas pelos EUA em diversos mercados.
Tensões históricas alimentam disputa de narrativas
Além disso, Trump retoma o discurso de que o crescimento chinês ameaça a segurança norte-americana.
Porém, especialistas do Council on Foreign Relations afirmaram que o Brics não atua como uma organização antagônica ao Ocidente.
Para eles, o bloco surge como uma resposta pragmática à concentração de poder nos EUA e na União Europeia.
Portanto, o discurso de Trump intensifica tensões antigas para mobilizar apoio interno.
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Expansão do bloco preocupa mercados ocidentais
Outro ponto relevante é o impacto no comércio global. Segundo dados do FMI divulgados em maio de 2024, os países do Brics, junto aos novos membros, passaram a representar mais de 30% do PIB mundial.
Com isso, ultrapassaram o G7. Essa mudança gera reações cautelosas em Washington, já que, além da influência econômica, o Brics também planeja maior integração em infraestrutura.
Energia e tecnologia também entram na pauta. Além disso, a imprensa americana, como o The New York Times, noticiou em abril de 2024 que Trump considera elevar tarifas.
As tarifas miram produtos de nações associadas ao Brics.
Especialistas projetam cenário de novos embates
Sendo assim, a estratégia do presidente deve permanecer focada em restringir a penetração econômica do bloco em solo norte-americano.
O temor de Trump revela mais do que simples rivalidade.
Trata-se de uma disputa pela manutenção de uma ordem mundial centrada nos EUA.