Esqueça cursos caros: irmãos britânicos provam que a chave para dominar idiomas está em métodos simples e gratuitos, como ouvir música e ver futebol
Enquanto milhões de pessoas desistem de aprender um segundo idioma antes mesmo de conseguir manter uma conversa básica, dois irmãos de Manchester fizeram o impensável: falam fluentemente mais de 25 línguas — do espanhol e catalão até idiomas minoritários como o maltês ou o romanche — e afirmam que qualquer pessoa pode conseguir.
Os protagonistas dessa façanha são Matthew e Michael Youlden, gêmeos idênticos nascidos no Reino Unido, cuja história vem inspirando milhares de pessoas ao redor do mundo. Para eles, o sucesso não tem nada a ver com um dom inato, mas sim com estratégia, exposição diária e uma conexão emocional profunda com cada idioma.
Tudo começou com um sorvete nas férias
A trajetória dos Youlden teve um ponto de partida curioso. Segundo contam, foi durante férias em Lanzarote, quando tinham apenas oito anos, que decidiram aprender espanhol para poder pedir um sorvete por conta própria. Essa pequena motivação foi o suficiente para despertar uma paixão que nunca mais se apagou.
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Desde então, cada idioma se tornou uma nova aventura. Eles não se limitaram a línguas populares como francês, alemão ou grego, mas também exploraram idiomas regionais ou pouco falados, como o euskera e o romanche, usado por uma pequena comunidade na Suíça.
Com o tempo, chegaram até a criar um idioma próprio, o umeri, que utilizam exclusivamente entre si. Desenvolvido na infância como um código secreto entre irmãos, acabou se transformando em uma língua completa, com estruturas emprestadas do italiano e do francês. Segundo eles, é a forma mais natural que encontram para se comunicar um com o outro.
O método por trás do feito
A grande pergunta é: como é possível aprender 26 idiomas sem ser um gênio da linguagem? Para os irmãos Youlden, a chave está em mudar a mentalidade. “Se dois garotos comuns de Manchester conseguiram aprender 25 idiomas, qualquer um pode”, afirmam em entrevistas recentes.
O método deles é baseado em uma ideia simples e poderosa: usar o idioma desde o primeiro dia, mesmo que só se conheçam algumas palavras. Nada de esperar ser “intermediário” para começar a falar. Inserir termos novos no cotidiano, assistir a séries ou ouvir música no idioma desejado, e principalmente, não ter medo de errar, são os pilares da abordagem deles.
Eles também ressaltam a importância do que chamam de aprendizado passivo. Ou seja, se expor ao idioma sem pressão: deixar o rádio ligado, assistir a partidas de futebol, escutar músicas ou simplesmente acostumar o ouvido aos sons e ritmos da nova língua, sem a obrigação de entender tudo logo de início.
Outra estratégia eficaz que utilizam é conectar interesses pessoais ao idioma. Se a pessoa gosta de cinema, esportes ou gastronomia, pode usar essa paixão como ponte para aprender novas palavras e estruturas gramaticais de maneira mais leve e espontânea.
Um recado para quem acha que “não tem talento para idiomas”
Os Youlden não se cansam de repetir: aprender um idioma não é questão de talento, mas de postura. “O importante é perder o medo. Errar faz parte do processo. Ninguém começa falando perfeito”, garantem. A experiência deles é uma prova de que disciplina, criatividade e constância podem superar qualquer barreira.
Embora o caso deles possa parecer exceção, eles próprios insistem que a fórmula é replicável. Começar com algo simples, como mudar o idioma do celular ou do navegador, e aos poucos inserir frases novas no dia a dia, já é um ótimo começo. E, claro, procurar oportunidades reais de falar, mesmo que seja falando sozinho.
Idiomas como forma de enxergar o mundo
Para os irmãos Youlden, cada novo idioma aprendido é muito mais do que uma ferramenta de comunicação: é uma nova maneira de ver o mundo. “Aprender um idioma também é aprender uma cultura, uma história e uma forma de enxergar a realidade”, afirmam. Por isso, mantêm a paixão viva há mais de duas décadas, incluindo em sua jornada línguas que muitos consideram “inúteis” do ponto de vista prático, mas que para eles representam um enriquecimento pessoal profundo.
Hoje, os irmãos trabalham como linguistas e consultores culturais, além de participar de projetos educativos e de divulgação com o objetivo de inspirar outras pessoas. O lema deles é claro: não existe idade, nível ou desculpa para não começar.
E se um dia você acreditou que falar vários idiomas era coisa de gênio ou de profissional da linguagem, a história deles está aqui para mostrar que — com o método certo — todos temos um potencial multilíngue esperando para ser despertado.